Após pouco mais de três semanas do lançamento de sua pré-candidatura ao governo do Estado, o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) desistiu oficialmente da empreitada nesta terça-feira (29/4). Em carta enviada ao diretório estadual do partido, e lida pelo presidente Samuel Belchior durante reunião da legenda, o histórico líder peemedebista reforçou não querer que seu nome se torne “instrumento de cisão” no partido, dado a possibilidade de que a realização de prévias ou convenções acentuaria a divisão dentro da legenda. “É com enorme pesar no coração que retiro minha pré-candidatura às eleições desse ano. Tomo essa decisão em respeito ao meu partido, à minha história e, sobretudo, em respeito ao povo goiano”, escreveu Iris.

O sentimento de pesar, porém, não atingiu somente o líder, mas também seus apoiadores, que durante semanas lutaram para que ele, que até então despontava como um dos primeiros nas pesquisas de intenções de votos, fosse o nome do partido para o governo estadual. Entre estes, as conversas de bastidores revelam que paira uma sensação de terra arrasada.

“Frustração” e “desamparo” são algumas das palavras que descrevem os sentimentos daqueles que integravam a então chamada “ala irista” do PMDB. Tanto Iris como seus apoiadores se esforçaram para que fosse feito um acordo com Friboi. No entanto, contrariando o que acreditam, o empresário pensa que poderia vencer sozinho essas eleições e não cedeu em seu posicionamento, o que deixou o ex-prefeito sem opção, já que não queria passar pelo desgaste de um processo de convenção partidária.

Iristas lamentam que o PMDB tenha se tornado o que chamam de “balcão de negócios”. Ressaltam que, apesar de toda a dedicação do ex-prefeito de Goiânia e do peso histórico de seu nome, apenas dois dos sete deputados estaduais se prontificaram a apoiá-lo, e dos dois deputados federais, apenas sua esposa, Íris de Araújo, ficou do seu lado. Para alguns, é como se o partido tivesse acabado.

Seus familiares e amigos próximos defendem que Iris deveria, agora, se afastar de vez do processo eleitoral, deixando para Júnior Friboi a responsabilidade de alçar seu próprio nome a um nível de popularidade que possa rivalizar com o governador Marconi Perillo (PSDB).

Apesar da derrota e de todo o sentimento de frustração, ainda resta um consolo para o grupo, que agora deve se empenhar na campanha de reeleição de Íris de Araújo para a Câmara Federal.