Após nova denúncia, sobe para sete as vítimas que dizem ter sido abusadas pelo prefeito de São Simão
30 julho 2021 às 11h03
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As investigações continuam em andamento e devem ser concluídas na próxima semana. Prefeito ficou em silêncio durante depoimento
Um jovem hoje com 32 anos, fez uma denúncia contra o prefeito de São Simão Francisco Assis Peixoto (PSDB), que foi preso na última quarta-feira, 28, suspeito de envolvimento em crime contra a dignidade sexual de menor, em Goiânia. Com mais esse depoimento, sobe para sete o número de vítimas que dizem ter sido abusadas pelo gestor.
Segundo o jovem à época, quando ele tinha 11 anos, foi até a casa do prefeito pegar uma roupa emprestada. Na denúncia é dito que o prefeito fazia carícias íntimas no corpo dele enquanto assistiam televisão na casa do político que era chamado de “Tio Assis”.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ouviu na quinta-feira, 29, na sede do Centro Integrado de Investigação e Inteligência, o prefeito, porém, ele utilizou o direito constitucional de permanecer em silêncio.
As investigações continuam em andamento e devem ser concluídas na próxima semana. O MP-GO está à disposição para receber depoimentos de outras possíveis vítimas e que as denúncias podem ser encaminhadas por intermédio do sistema MP Cidadão (https://www.mpgo.mp.br/portal/pagina/atendimento-ao-cidadao) ou pelos telefones da Promotoria de Justiça de São Simão (64 3658-1242 e 64 99347-4647). Os nomes dos denunciantes permanecerão em sigilo.
Jornalista também denuncia abuso
O servidor da prefeitura de São Simão, e jornalista Luís Manuel Araújo, de 30 anos, usou as redes sociais para contar que também sofreu abusos praticados pelo prefeito, entre os anos de 2001 e 2007. Ele diz que foi um dos inúmeros “garotos do Assis” e que vai processá-lo por danos morais e materiais em decorrência dos abusos que diz ter sofrido entre 9 e 16 anos.
Os traumas permanecem e ele diz que os abusos começaram em um clube de São Simão, quando tinha 9 anos. “Segurou a minha mão por debaixo da água e levou até a sunga dele. Pude notar que ele estava excitado sexualmente”, relatou.
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“Tô aqui relatando minha história de vida, o que eu vivi, o que guardei no meu coração esses 20 anos praticamente. Eu acho que mais do que eu merecer a verdade, a sociedade merece essa verdade. Do fundo do meu coração, achei que ele tinha parado com isso, que era uma fase, que passou, que não estava acontecendo mais”, diz em vídeo publicado no Facebook.
A Operação Paideia foi realizada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) em parceria com a Polícia Civil e resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão, em São Simão, e de prisão preventiva em Goiânia. Participaram da operação 4 promotores de Justiça, 4 delegados da Polícia Civil e 12 policiais civis. O Centro de Inteligência do MP-GO apoiou a operação.
Em entrevista à TV Anhanguera, o advogado do prefeito disse que “a prisão neste momento é totalmente desnecessária” e que vai protocolar pedido de habeas corpus.