Pesquisa divulgada pelo Sebrae-GO mostra que há grande potencial para o desenvolvimento da Tecnologia da Informação e Comunicação no Estado

Diretor do Sebrae-GO apresenta resultados da pesquisa | Foto: Alexandre Parrode/ Jornal Opção
Diretor do Sebrae-GO apresenta resultados da pesquisa | Foto: Alexandre Parrode/ Jornal Opção

O Sebrae Goiás (Sebrae-GO) apresentou, na última terça-feira (13/4), os resultados de uma pesquisa de opinião que aferiu a utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) nas empresas de Goiás e do Brasil.

Com o objetivo de divulgar as potencialidades da TIC como ferramenta estratégica para os negócios, o diretor-superintendente, Igor Montenegro, explicou que há um aceno positivo nos dados, embora haja muito para se avançar. “Existem enormes oportunidades para ampliação da oferta de serviços e produtos na internet, por exemplo, e existe uma grande quantidade que não explora”, afirmou durante coletiva de imprensa na sede do órgão.

Segundo a pesquisa, que foi realizada entre agosto e setembro do ano passado com 6001 empresas de todos os portes em todo o Brasil, 97% dos empresários usam celular (smartphone ou não), sendo que 94% usam internet, 76% usam o computador (notebook/ laptop/ desktop), e 64% usam celular com internet.

Como 95% das empresas do País são consideradas micro ou pequenas (MPE), o estudo focou, em especial, nesta parcela — pois é, também, a que mais precisa de apoio para o desenvolvimento. Em Goiás, foram 274 empresas pesquisadas (respeitando a proporcionalidade da classificação).

No que diz respeito aos percentuais obtidos no Estado, há pequenas variações com relação aos aferidos nacionalmente, explica Montenegro. “Em algumas categorias estamos melhor que a média, outras não. Por exemplo, na questão da qualidade da banda larga. Goiás é um Estado enorme, com uma densidade populacional baixíssima. Evidentemente que em outros que são menores, o problema — que é do Brasil, ressalto — é sentido com menor intensidade”, argumenta.

O estudo mostra que 74% das MPE usam internet nas empresas; 64,9 % acessam internet banda larga nas próprias empresas; mas o que chama atenção é que 58,5% não veem necessidade de acesso a internet 3G/4G — ou seja, nos celulares e smartphones;

Prioritariamente, as empresas usam internet para “e-mail, seguido de pesquisas de preço e acesso a serviços financeiros”; em média, as MPE acessam 23,67 horas de internet por semana para atividades da empresa — 3,3 horas por dia;

Um dado exaltado pelo diretor-superintendente é que 61% das MPE utilizam software de gestão (sistema que auxilia na organização financeira e diminui a burocracia). “É um número expressivo e muito positivio. O próprio Sebrae oferece, gratuitamente, um software de gestão: o Marketup”, conta.

Online
A pesquisa aferiu, ainda, a presença e utilização da internet das micro e pequenas empresas em Goiás. Esse pode ser o maior desafio encontrado: mais de 63% não possuem perfis ou páginas nas redes sociais. O Facebook é o preferido dos que têm, somando 31%. Já o Instagram, só 6,6%.

Vale destacar que apenas 8,4% dos entrevistados declarou ter uma home page do negócio. “O que é muito ruim, pois o site é a ancoragem da comunicação digital das empresas. É onde o empresário se referencia, com informações mais completas e permanentes”, explica Igor Montenegro.

Quando o assunto é venda online, as MPE goianas também possuem desafios. Embora 40% declarem que tenham comprado ou contratado serviço pela internet nos últimos 12 meses, apenas 16% vendeu ou ofereceu serviço online.

“Isso mostra que existem enormes oportunidades para ampliação de serviços e produtos na internet e existe, também, uma grande quantidade de empresários que ainda não a exploram. Queremos incentivar empreendedores a desbravar o universo online e crescer com isso”, defende Montenegro.

Números dos pequenos negócios
Na última década, os valores da produção gerada pelos pequenos negócios saltaram de R$ 144 bilhões para R$ 599 bilhões. Os pequenos negócios respondem por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Juntas, as cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas no País representam 27% do PIB, um resultado que vem crescendo nos últimos anos.

Em 1985, o IBGE calculou em 21% a participação dos pequenos negócios no PIB brasileiro. Como não havia uma atualização desse indicador desde então, o Sebrae contratou a Fundação Getúlio Vargas para avaliar a evolução das micro e pequenas empresas na economia brasileira, com a mesma metodologia utilizada anteriormente. Em 2001, o percentual cresceu para 23,2% e, em 2011, atingiu 27%.

Em valores absolutos, a produção gerada pelas micro e pequenas empresas quadruplicou em dez anos, saltando de R$ 144 bilhões em 2001 para R$ 599 bilhões em 2011, em valores da época.

Os valores foram apurados até 2011 para manter a mesma forma de cálculo considerando os dados do IBGE disponíveis sobre os pequenos negócios. A apuração foi feita com a soma das riquezas geradas por empresas de todos os portes nos setores de Comércio, Indústria, Serviços e Agroindústria – exceto o setor público e as intermediações financeiras, uma vez que não há micro e pequenas empresas nestes setores.

As micro e pequenas empresas são as principais geradoras de riqueza no Comércio no Brasil, já que respondem por 53,4% do PIB deste setor. No PIB da Indústria, a participação das micro e pequenas (22,5%) já se aproxima das médias empresas (24,5%). E no setor de Serviços, mais de um terço da produção nacional (36,3%) têm origem nos pequenos negócios.