Pesquisa divulgada nesta quarta mostra que rejeição ao governo do PT continua recorde e é a maior desde que o instituto começou a avaliar presidentes

Dilma conta nos dedos quem a apoia | Foto Lula Marques/Agência PT
Dilma conta nos dedos quem apoia o governo | Foto Lula Marques/Agência PT

A Confederação Nacional da Indústria divulgou, nesta quarta-feira (30/9), a mais recente pesquisa Ibope de avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O cenário é o mesmo da última pesquisa, de junho deste ano: a rejeição continua recorde. 69% dos entrevistados consideram a atual administração “ruim” ou “péssima”.

No olho do furacão da crise, com dólar a R$ 4, anúncio de mais impostos e perda de apoio político, a petista continua amargando baixos índices, sendo bem avaliada por apenas 10% da população brasileira. Assim, apenas um em cada dez pesquisados pelo Ibope aprova o governo do PT.

Em comparação com o levantamento realizado pelo instituto em junho deste ano, o percentual de pessoas que consideram o governo “bom” ou ótimo” subiu 1% ( dentro da margem de erro) e, em relação a abril, 3%.

Os dados da pesquisa CNI-Ibope de avaliação do governo Dilma em setembro:

“Ótimo”: 2%
“Bom”: 8%
“Regular”: 21%
“Ruim”: 17%
“Péssimo”: 52%
Não sabe/não opinou: 1%

A avaliação pessoal da presidente também continua em queda: apenas 14% dos entrevistados aprovam a maneira de governar da petista, enquanto 82% desaprovam. Ainda segundo a pesquisa, a confiança dos brasileiros continua abalada: 77% não confiam em Dilma. No que diz respeito a expectativa para o futuro, o cenário se mantém negativo: somente 11% acreditam que o restante do governo será “bom” ou “ótimo”.

Vale destacar que a manutenção nos baixos índices de popularidade da presidente ocorreu de forma homogênea, em todas as regiões do País, níveis de escolaridade e renda familiar. A piora ocorreu  entre os mais jovens, confirmando a menor satisfação desse grupo com a presidente Dilma. No caso dos entrevistados com idade entre 16 e 24 anos, apenas 5% avaliam o governo como “ótimo” ou “bom”.

A pesquisa Ibope foi realizada entre os dias 18 e 21 de setembro e ouviu 2.002 pessoas em 140 municípios.

Como o Ibope uniu os dados obtidos no Norte aos do Centro-Oeste não é possível identificar, ao certo, a aprovação da presidente na região em que Goiás está inserido. De acordo com o levantamento, o percentual dos que consideram a gestão Dilma “ruim” ou “péssima” nas duas regiões subiu de 63%, em junho, para 68% ante 9% que o classificam “bom” ou “ótimo”.

A pior avaliação desta rodada da pesquisa é, como em junho, entre os moradores do Sudeste: 73% avaliam a gestão Dilma como “ruim” ou “péssima”, sendo que apenas 7% a classificam como “boa” ou “ótima”. O melhor resultado foi obtido no Nordeste, onde a petista tem 13% tem aprovação. Reduto do PT, a região rejeita Dilma com 64%.

Comparações
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Foto: reprodução / CNI

O Ibope constatou que para 82% dos entrevistados o segundo mandato da presidente está sendo pior que o primeiro (mesmo índice de junho) e 63% acreditam que o restante do governo Dilma será ruim ou péssimo — variação dentro da margem de erro em relação a junho.

A queda da popularidade ocorreu tanto entre os que declararam ter votado no senador Aécio Neves (PSDB) no segundo turno quanto os que dizem ter votado em Dilma. Entre os que votaram na atual presidente, o percentual de aprovação de sua maneira de governar caiu de 80% em dezembro de 2014 para 27% em junho e, agora, 26%.

Entre os que votaram em Aécio, o índice caiu de 16% para 2% em junho e a mesma pontuação em setembro.

Em todas as nove áreas de atuação avaliadas na pesquisa, o percentual de desaprovação é superior a 60%. As áreas com pior avaliação são as de impostos e política de juros — nas quais apenas 7% e 6% dos entrevistados, respectivamente, disseram aprovar as medidas do governo petista.

Em seguida aparecem o combate ao desemprego, com 14% de aprovação, a segurança pública, com 14%, a saúde, com 13%, e o combate à inflação, com 12%. O combate à fome e à pobreza teve o desempenho menos pior, com 29% de aprovação. Já a área de meio ambiente — que tinha sido a única com crescimento na aprovação entre abril e junho –, voltou a cair em setembro, marcando 25%.