Antigo polo comercial, Bernardo Sayão amarga decadência
18 novembro 2017 às 17h39
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Dos 2,2 mil imóveis comerciais, 800 estão de portas fechadas
Quem conheceu a avenida Bernardo Sayão anos atrás hoje se surpreende com a tranquilidade que tomou conta do lugar. O trânsito pesado e o aperto das calçadas cheias de pessoas fazendo compras, cenas comuns principalmente na época de fim de ano, hoje não fazem mais parte do cotidiano do local.
Cerca de 40% dos 2,2 mil comércios da avenida estão de portas fechadas. São 800 estabelecimentos que não vendem, não empregam, não contribuem.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial da Bernardo Sayão e Região, Cairo Myron Ramos, a decadência aconteceu pelo conjunto de diversos fatores.
O presidente conta que na avenida que sempre atraiu, além dos goianienses, milhares de compradores de outros estados do País, foi proibida a parada de ônibus de turismo. Segundo ele, a iniciativa prejudicou o comércio, afastando os compradores que vinham de fora.
Além disso, a falta de hotéis na região também contribuiu para que os clientes migrassem para lojas em outras regiões. “Por falta de visão dos próprios empresários que não se atentaram que a falta de hotéis na região dificultava a vida dos clientes, o comércio ali foi diminuindo”, afirma Cairo.
A falta de estacionamento também é outro fator que contribuiu para a queda nas vendas. No auge, a avenida já não comportava a quantidade de veículos.
Revitalização
Para atrair clientes e voltar a ser polo da moda na capital, a avenida Bernardo Sayão deve ganhar um projeto de revitalização. Cairo que também é coordenador geral da Comissão especial de revitalização da Bernardo Sayão e Campinas conta que já existe um pré-projeto aprovado.
O estudo deve ser finalizado num prazo de oito meses, quando será apresentado à prefeitura. Entre as mudanças previstas, estão a construção de um hotel com 250 apartamentos próximo ao viaduto da Avenida Leste-Oeste.
Para dar espaço aos ônibus de turismo, bolsões para a parada dos veículos serão criados ao longo da avenida. Para aumentar as vagas de estacionamento, a saída deve ser a construção de edifícios garagem.
Para o coordenador do projeto, o objetivo é fazer da avenida um referencial nacional para o turismo de negócios. “Queremos criar o circuito da moda em Goiânia. O turista que vier vai passar pela Estação Goiânia, vai na região da 44, no Goiás Center Modas, vem na Bernardo Sayão, passa pela 24 de outubro e Benjamin Constant. Assim vamos agraciar todos os turistas que vierem comprar na nossa cidade com o melhor de vestuário e bijuterias”, afirmou.