Antes na Sefaz, dois mil camponeses ocupam prédio da Conab em Goiânia
06 maio 2014 às 18h00
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Após serem atendidos por secretário da Fazenda, categoria levanta acampamento na porta da companhia, onde reivindicações são outras
Os dois mil camponeses que levantaram acampamento na porta da Secretaria da Fazenda (Sefaz) na manhã desta terça-feira (6/5) tinham uma premissa: só desocupariam o local caso o governador ou representante os atendessem. Após o tumulto, os manifestantes tiveram um parecer positivo por parte da gestão estadual quanto à aprovação de uma lei destinada à agricultura familiar. Assim, os camponeses decidiram levar o acampamento para a porta do prédio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Goiânia, onde as reivindicações são outras.
Em entrevista ao Jornal Opção Online, o Secretário de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT ) no Estado de Goiás e coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Antônio Pereira Chagas, informou que a categoria espera que a Conab possibilite uma desburocratização do processo de compra de produtos oriundos da agricultura familiar.
Outra reivindicação dos profissionais é que a companhia possa agir como intermediadora em uma negociação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a fim de derrubar uma portaria da pasta que põe fim à venda de produtos orgânicos destinados para a merenda de escolas públicas.
“Nós precisamos que volte a compra de nossos produtos. Desde o início desse ano, fomos proibidos de vender frutas para merenda escolar. Queremos que a Conab nos ajude nesse sentido. Queremos ainda a confiança de que a Conab irá comprar tudo aquilo que for produzido”, defendeu Antônio Chagas.
Liderada por membros do Movimento Camponês Popular (MCP), a manifestação conta também com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg).
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Primeiro acampamento
Sobre a lei voltada à agricultura familiar, pauta da primeira manifestação, o coordenador da Fetraf afirmou que o secretário estadual da Fazenda, José Taveira, garantiu que irá mandar o projeto para a Casa Civil até a próxima quinta-feira (8/5).
Segundo representantes da MCP, a lei possibilita a produção e o cultivo de alimentos saudáveis, sem utilização de agrotóxicos. Também garante benefícios aos camponeses, pois os investimentos em cultivo e maquinários geram renda e incentivam a permanência do agricultor no campo.
Além da lei, o governo assumiu o compromisso de destinar 0,5% da arrecadação do Estado para investir na agricultura familiar. Ambas não saíram do papel, e a ocupação foi uma maneira de relembrar o acordo.