Após serem atendidos por secretário da Fazenda, categoria levanta acampamento na porta da companhia, onde reivindicações são outras

conab acampamento
Acampantes se dirigiram para a porta do prédio da Conab no início da tarde desta terça-feira / Foto: Lucas Fenrir

Os dois mil camponeses que levantaram acampamento na porta da Secretaria da Fazenda (Sefaz) na manhã desta terça-feira (6/5) tinham uma premissa: só desocupariam o local caso o governador ou representante os atendessem. Após o tumulto, os manifestantes tiveram um parecer positivo por parte da gestão estadual quanto à aprovação de uma lei destinada à agricultura familiar. Assim, os camponeses decidiram levar o acampamento para a porta do prédio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Goiânia, onde as reivindicações são outras.

Em entrevista ao Jornal Opção Online, o Secretário de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT ) no Estado de Goiás e coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Antônio Pereira Chagas, informou que a categoria espera que a Conab possibilite uma desburocratização do processo de compra de produtos oriundos da agricultura familiar.

Outra reivindicação dos profissionais é que a companhia possa agir como intermediadora em uma negociação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a fim de derrubar uma portaria da pasta que põe fim à venda de produtos orgânicos destinados para a merenda de escolas públicas.

“Nós precisamos que volte a compra de nossos produtos. Desde o início desse ano, fomos proibidos de vender frutas para merenda escolar. Queremos que a Conab nos ajude nesse sentido. Queremos ainda a confiança de que a Conab irá comprar tudo aquilo que for produzido”, defendeu Antônio Chagas.

Liderada por membros do Movimento Camponês Popular (MCP), a manifestação conta também com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg).

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Primeiro acampamento

Camponeses levantaram acampamento logo cedo em frente a sede da Sefaz / Foto: Edilson Pelikano
Camponeses levantaram acampamento logo cedo em frente a sede da Sefaz / Foto: Edilson Pelikano

Sobre a lei voltada à agricultura familiar, pauta da primeira manifestação, o coordenador da Fetraf afirmou que o secretário estadual da Fazenda, José Taveira, garantiu que irá mandar o projeto para a Casa Civil até a próxima quinta-feira (8/5).

Segundo representantes da MCP, a lei possibilita a produção e o cultivo de alimentos saudáveis, sem utilização de agrotóxicos. Também garante benefícios aos camponeses, pois os investimentos em cultivo e maquinários geram renda e incentivam a permanência do agricultor no campo.

Além da lei, o governo assumiu o compromisso de destinar 0,5% da arrecadação do Estado para investir na agricultura familiar. Ambas não saíram do papel, e a ocupação foi uma maneira de relembrar o acordo.