Para vereador, presidente da Comissão de Adensamento Básico, projeto apresentado pela ITCO é mais democrático e preserva melhor o meio ambiente

Vereador Anselmo Pereira | Foto: Câmara Municipal de Goiânia

Nesta semana, a comissão que discute o Adensamento Básico na capital do novo Plano Diretor, na Câmara Municipal, se reuniu novamente com a ITCO, para debater o tema e comparar com o projeto da prefeitura.

O vereador Anselmo Pereira (MDB), afirmou que a discussão deve ser retomada para amadurecer ainda mais a sugestão da empresa que assessora a Câmara e que, segundo ele, foi muito bem recebido. “O modelo apresentado pela empresa contrapõe o raciocínio de que os adensamentos devam acontecer preferencialmente a 350 metros dos eixos principais, de mobilidade. A PL 023, que é essa que está sendo analisada, traz esse modelo. Entretanto, ela [ITCO] apresentou uma que democratiza ainda mais, uma vez que há um pensamento de querer estender de 350 para até 500 metros”, contou.

“Essa ideia, muito bem aceita e discutida pela nossa comissão, sugere fazer com que no adensamento básico, que é 70% praticamente da área de Goiânia, você possa destravar aquilo que está no plano diretor que é até 9 metros [de altura] de aproveitamento. Você poderia fazer mais metros, mais andares, desde que se tenha mais áreas na horizontal.”

“Com isso você teria a oportunidade de tornar a cidade mais verde, proporcionaria maior permeabilidade e, também, protegeria mais as áreas de preservação ambiental de Goiânia e, ao mesmo tempo, você espalharia os edifícios sucessivamente. Não engessaria a cidade em um modelo único”, explicou.

Segundo o parlamentar, a ideia levada pelo Instituto está sendo muito bem vista e começou a pautar a discussão do uso e ocupação do solo na cidade. “Vamos novamente tocar nesse assunto para acelerar ainda mais, fazer uma espécie de projeção. Por exemplo, 1.440 metros, quanto se pode edificar? Pode subir, mas pode abrigar mais áreas verdes. Não é obrigatório você ter três andares. Pode? Pode, não tem problema, mas se puder diversificar e abrir mais áreas de preservação, de verde, é melhor para a cidade”, opinou.


Ele explica que o Plano Diretor apresentado pela prefeitura mantém a sugestão do adensamento básico limitado até 3 andares. As áreas que podem ser edificadas com mais andares, a área reduz.

“Em compensação, não resolve o problema de adensamento nos eixos preferenciais. De repente pode ter lugar em que você não possa edificar mais andares. Os eixos podem passar próximos de áreas ambientais, jardins botânicos, parques, áreas de preservação. A PL 023 induz o adensamento praticamente de 350 metros nos eixos preferenciais. Já este da ITCO abre para toda a região, permitindo com que, de acordo com o tamanho da área que você tem horizontalmente você possa verticalizar ainda mais”, argumentou o parlamentar.

Democratização das áreas da cidade

Para Anselmo, o plano da ITCO permite, também, democratizar as áreas da cidade, já que inclui eixos de menor densidade. “Não só nos eixos preferenciais, como também nas outras regiões de densidade básica. Você democratiza mais os espaços da cidade”, afirmou.

Com isso, ele defende que o plano da ITCO também permite maior preservação das áreas de preservação em Goiânia. “Essa ideia é justamente para isso, para preservar as áreas verdes, e proporcionar a alimentação do lençol freático da cidade”, observou. “Nós queremos com esse projeto ser muito mais cuidadosos em relação as áreas de preservação e também fazer o adensamento como cidade compacta, mas não só nos eixos, onde passa transporte de massa, mas dentro do perímetro total da cidade e evitar que ela se espalhe demais”, argumentou.

Crescimento acelerado

Para Anselmo, é preciso evitar que a cidade se espalhe e cresça ainda mais de maneira mais acelerada. “Ao espalhar demais, pode também ser que os recursos não deem para mobiliário, benfeitorias e equipamentos, além de atingir os mananciais, os córregos da cidade que alimentam o abastecimento de Goiânia. Nesse modelo apresentado, pretende-se democratizar mais o espaço da cidade, sem esquecer de preservar o que é necessário preservar para as futuras gerações”, disse.


“É uma preocupação. Inclusive eu faço uma crítica permanente aos governantes que, cá para nós, não olharam o Plano Diretor. Espalhar bolsões de moradia sem sustentação, principalmente das atividades econômicas ali próximo. Isso é um desastre para a vida urbana”, criticou.

“Vou citar dois exemplos: Quando se fez o Madre Germana, o que se colocou lá para que os moradores do setor pudessem sobreviver, gerar emprego e renda? Nada. A mesma coisa no Jardins do Cerrado. Como que faz? Não se pode espalhar a cidade sem levar para lá nas proximidades uma condição das pessoas viverem. Emprego, saúde, escola… São regiões muito longes da cidade, da área urbana consolidada. Esses erros cometidos não podem se repetir”, pontuou.

“Por isso discutimos outras pautas, como pontos de desenvolvimento econômico. Queremos fortalecer os polos de atividades econômicas. Os que já existem e estão desassistidos e os do esfacelamento da cidade. Você não pode usar do social para segregar pobreza. Citei Madre Germana e Jardins do Cerrado. Tem também o Buena Vista e Orlando de Morais. Polos sociais que careceram de estudo melhor e sustentabilidade social, econômica, saúde e assim sucessivamente. Por isso estamos criando para este locais polos de atividades econômicas. Vou fazer um resumo grande sobre sobre a essa proposta. Convido o setor econômico, encorporadoras, cooperativas habitacionais e o povo em geral, para decidirmos se isso é realmente o melhor”, concluiu.