Na Assembleia para avaliação de metas, secretária da Fazenda afirmou que continua trabalhando para equilibrar finanças do Estado, mas cenário ainda é incerto 

|Foto: Bruna Aidar
Ana Carla explicou que o gasto com pessoal deve ser de no máximo 30% da arrecadação | Foto: Bruna Aidar

A secretária da Fazenda do Estado de Goiás, Ana Carla Abrão, esteve na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (7/10), para apresentar o balanço da economia goiana em 2015 e avaliar as metas para o quarto trimestre. Ana Carla reforçou a posição do governo de que cortes com pessoal serão necessários e que a data-base dos servidores provavelmente não será paga.

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Segundo ela, o reposição salarial é válida, mas o Estado não consegue arcar com os custos no momento. O limite de gastos com o pessoal deve ser de no máximo 30% do crescimento real da arrecadação, o que não corresponde à realidade atual: “Precisamos ter certeza que o crescimento vai ser sustentável”. “Hoje, aumentar a folha em R$ 760 milhões, como no ano passado… Não há condição”, destacou.

A secretária fez questão de relatar que o Estado rompeu a Lei de Responsabilidade Fiscal, como apontado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). “A trajetória para o quarto trimestre é também crescente, se não conseguirmos nos adequar, teremos sanções, ou seja, a situação poderia piorar”, alertou.

Ana Carla sugeriu, ao ser questionada pelo deputado Mané de Oliveira (PSDB), que o salário dos servidores pode atrasar, caso não haja uma melhora: “Com a honestidade que costumo ter, admito que há risco de atraso, mas trabalho noite e dia para evitar isso”.

No que diz respeito ao próximo ano, mesmo com esperança de melhora, a economista pede cautela. “O cenário futuro é muito incerto, não podemos olhar para frente e achar que o pior já passou porque as coisas ainda estão se desenrolando, a crise econômica não mostrou nenhum indicador de reversão”, alertou.

Contudo, exaltou, mais uma vez, o trabalho do governo do Estado: “Estamos trabalhando para enfrentar crise, resultados já estão aparecendo. Não temos porque não imaginar que sairemos mais fortes e melhores”.

Comissionados

Um dos pontos levantados pelos deputados da Comissão foi a possibilidade de cortes nos cargos comissionados como uma maneira de conter os gastos com pessoal. Segundo a secretária, a medida não é possível porque a folha de pagamento dos comissionados representa uma pequena parcela do valor total destinado aos servidores públicos.

De acordo com os dados apresentados por ela, todos os comissionados recebem, juntos, um valor inferior a R$ 100 mil por mês, em uma folha de pagamento na ordem de R$ 1 bilhão mensal. Ana Carla destacou que o valor total anual destes servidores é de R$ 800 milhões. Ela explicou que, proporcionalmente, eles recebem bem menos que um concursado: “Podemos ter muitos comissionados, proporcionalmente, eles ganham menos”.