Aluguel residencial em Goiânia cresce 9,12% em 2024

14 janeiro 2025 às 16h07

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Em 2024, o mercado de aluguéis residenciais em Goiânia registrou um aumento significativo no valor médio dos contratos, que subiu 9,12% em termos reais, ou seja, descontada a inflação oficial do ano. De acordo com o Índice FipeZAP, esse aumento é quase o dobro da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 4,83%.
O valor médio do aluguel na capital goiana foi de R$ 39,53 por metro quadrado, o que, para um apartamento de 50 metros quadrados, representa um valor mensal de aproximadamente R$ 1.976,50 — cerca de R$ 165,50 a mais do que em 2023.
Este aumento em Goiânia reflete a tendência de alta observada em diversas cidades brasileiras, com o preço médio do aluguel residencial subindo, em média, 13,5% no país. A cidade goiana, no entanto, se destaca com um crescimento mais modesto em comparação a outras capitais. Embora ainda tenha registrado um aumento acima da inflação, Goiânia está longe de liderar o ranking de altas, que foi dominado por cidades como Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%) e Porto Alegre (26,33%).
O aumento no preço dos aluguéis em Goiânia está diretamente relacionado ao fortalecimento da economia brasileira, particularmente no setor de empregos. Com a taxa de desemprego atingindo 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024, o Brasil experimenta a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica, em 2012.
A economista Paula Reis, do DataZAP, explica que o aumento no número de pessoas empregadas reflete diretamente na maior demanda por imóveis, o que exerce pressão sobre os preços de aluguel.
Esse fenômeno ocorre porque, com mais pessoas empregadas e recebendo salários, há um aumento na procura por imóveis para locação, o que leva a um desequilíbrio entre oferta e demanda. Além disso, a escassez de imóveis disponíveis para venda e o encarecimento do crédito imobiliário, devido à alta da taxa Selic, têm feito com que mais pessoas optem pelo aluguel em vez de comprar imóveis, o que contribui para a pressão nos preços.
Em comparação com outras cidades monitoradas, o aumento de 9,12% nos aluguéis em Goiânia ficou abaixo de algumas capitais, mas ainda assim expressivo. Salvador, por exemplo, teve o maior aumento no preço do aluguel, com uma alta de 33,07%, seguida por Campo Grande (26,55%) e Porto Alegre (26,33%).
No entanto, Goiânia se posiciona entre as capitais com crescimento moderado, atrás de outras grandes cidades como São Paulo (R$ 57,59/m²) e Barueri (SP) (R$ 65,41/m²), que lideram o ranking de preços. Essas cidades têm um mercado de locação com valores muito mais elevados, refletindo tanto a demanda intensa quanto a oferta mais restrita de imóveis.
Por outro lado, Pelotas (RS) apresenta o menor valor médio por metro quadrado, com R$ 18,61/m², o que destaca ainda mais a diferença regional no mercado de aluguéis. O preço médio do aluguel nas 36 cidades monitoradas foi de R$ 48,12/m², o que implica que um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média, R$ 2.406, um aumento de R$ 279,50 em comparação ao ano anterior.
O cenário para o mercado de aluguéis em Goiânia e em outras cidades brasileiras continua incerto, com a expectativa de que a tendência de alta nos preços persista em 2025. A previsão é que a combinação de um mercado de trabalho robusto e um crédito imobiliário ainda restrito contribua para o aumento na demanda por aluguéis, especialmente em cidades com forte crescimento populacional e econômico, como Goiânia. A restrição no crédito, associada à alta da taxa Selic, impede muitos brasileiros de adquirir imóveis, mantendo muitos no mercado de locação.
Em Goiânia, a taxa de aumento de 9,12% pode ser reflexo de uma demanda crescente, impulsionada pelo crescimento do setor de serviços e pela expansão econômica na capital goiana. A cidade continua a ser uma das mais procuradas para moradia no Centro-Oeste, o que contribui para o aumento nos preços. Para 2025, a expectativa é de que o crescimento no preço dos aluguéis continue, com a possibilidade de novas altas, especialmente considerando a projeção de crescimento do mercado de trabalho.
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