Membros da cúpula do Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, pedem que ex-presidente para de defender a candidatura de Fred Rodrigues à Prefeitura de Goiânia após caso do diploma falso. Aliados avaliam que a informação falsa, confirmada pelo próprio Fred, põe em xeque a “retidão” exigida por eleitores conservadores. A informação é de O GLOBO, que ouviu membros da Executiva da legenda que defenderam que Fred sofra um processo interno por conta do diploma.

Para esses membros da cúpula, o episódio viola o Código de Ética do PL e desgasta Bolsonaro, que deve vir a Goiânia acompanhar a votação de Fred. Nesta quinta, um ato da campanha de Fred com a participação de Michelle Bolsonaro está previsto para acontecer em Goiânia.

Como revelado pelo Jornal Opção, Fred Rodrigues afirmou em várias ocasiões ser bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Puc Goiás). A informação, no entanto, foi desmentida pela própria universidade. Após isso, o candidato do PL mudou o discurso e passou a afirmar que teria apenas teria frequentado o curso. Entretanto, em documentos oficiais, como sua ficha cadastral na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), consta a declaração de escolaridade superior completa dada por ele.

A Ficha Cadastral foi assinada por Fred Rodrigues em janeiro de 2024 para assumir o cargo de diretor de Promoção de Redes Sociais. Fred Rodrigues tem afirmado que não tirou vantagem das informações incorretas sobre sua escolaridade. Entretanto, Fred Rodrigues, garantindo ter concluído o ensino superior em 2010, assumiu a diretoria de Promoção de Mídias Sociais recebendo remuneração bruta de R$21.379,00 ao mês. 

Ao Jornal Opção, a advogada e membro consultora da Comissão de Direito Eleitoral do Conselho Federal da OAB, Thais Moraes, afirma que o ato de Fred de fornecer a um órgão público informação falsa, no caso, sua formação acadêmica, ao tomar posse do cargo de diretor pode ser considerado crime de falsidade ideológica. “A procuradoria [da Alego] deu um parecer falando que ele estava apto para assumir o cargo de acordo com o que ele declarou. E ele fez uma declaração falsa em um documento público. Implica no crime de falsidade ideológica do mesmo jeito”, explicou.

O caso é avaliado por aliados do ex-presidente como um erro comparável ao episódio de Carla Zambelli às vésperas da eleição de 2022, quando a deputada foi flagrada em uma perseguição armada a um homem negro em São Paulo. A atitude teria desgastado a imagem de Bolsonaro. Por conta disso, Bolsonaro pode não acompanhar Fred na votação de domingo.

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