Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esperam que ele seja indiciado pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e associação criminosa – que somam pena de ao menos 28 anos. Isso acontece por conta do fim das eleições municipais, que abre caminho para a Procuradoria-Geral da República (PGR) decida sobre investigações que implicam diretamente Bolsonaro. A informação é do Blog da Malu Gaspar, do GLOBO.

De acordo com o blog, a equipe do procurador-geral da República, Paulo Gonet, optou por esperar o fim do pleito para apresentar denúncias contra o ex-presidente. O objetivo da estratégia é evitar acusações de atuação política ou contaminação eleitoral do órgão.

Bolsonaro já foi indiciado no caso da fraude no cartão de vacinas e no das joias. Em ambos,a delação premiada do ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid foi essencial para as investigações.

O inquérito que preocupa os aliados do ex-presidente, no enanto, é a trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O relatório da PF deve ser finalizado até o fim deste ano.

“Se o Supremo Tribunal Federal condenou manifestantes a 17 anos de prisão por terem invadido a sede dos três poderes, para o Bolsonaro a pena vai ser de uns 30, 40 anos”, calcula um interlocutor do ex-presidente ao blog.

Outros aliados dão como certo que ele será denunciado pela PGR no caso das joias sauditas. Bolsonaro foi indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro pela Polícia Federal, sob a acusação de se apropriar indevidamente de presentes dados por autoridades estrangeiras durante seu mandato.

Um livramento que Bolsonaro pode ter é no caso da fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro. ELe foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos, mas no entorno do ex-presidente há quem ache que ele pode ser poupado de uma acusação formal da PGR nessa apuração, considerada menos grave.

“A investigação da carteira de vacinação é basicamente fundamentada na delação do Mauro Cid, enquanto que o processo das joias tem uma série de provas, mensagens, imagens com a operação atrapalhada de reaver os itens”, disse um alido do ex-presidente ao blog da Malu Gaspar.

Sobre esse inquérito, Mauro Cid afirmou que “recebeu a ordem” de Bolsonaro para “fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha” e que esses certificados fossem impressos e entregues em suas mãos.

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