O alerta de desmatamento na Amazônia bateu recorde no mês de outubro, após chegar a marca de 904 km². Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta sexta-feira, 11, representam um aumento de 3% em relação a outubro de 2021.

O dado é o mais alto desde 2015, no início da série histórica do Deter-B, sistema do Inpe que monitora eventos climáticos. A situação se torna ainda mais preocupante se considerada a evolução dos alertas entre agosto e outubro. O índice saltou de 2.779 km² em 2021 para 4.020 km² neste ano. Ou seja, um aumento de 44,65%.

As taxas atuais de desmatamento serão herdadas pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que os índices são calculados sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte.

Queimadas

O Inpe ressalta ainda que os dados sobre queimadas na Amazônia também causam preocupação. Isso porque os focos de incêndio registrados entre janeiro e outubro já são 49,5% maiores que no ano anterior. 

“Foram 101.215 de janeiro a outubro deste ano, ante 67.715 nos mesmos meses de 2021”, ressaltou o órgão.

Conferência

Na próxima segunda-feira, 14, Lula embarca para o Egito, onde participará da 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 27. O evento que teve início no último domingo, 6, contará com a participação de representantes de mais de 150 países, incluindo membros da atual gestão brasileira.

Durante a COP26, em Glasgow, no Reino Unido, o governo do presidente Jair Bolsonaro, que se encerra no dia 31 de dezembro de 2022, fechou acordos importantes para proteção do meio ambiente, como a neutralização de dióxido de carbono até 2028, redução das emissões de metano em até 30% e o compromisso para reverter a perda florestal e a degradação do solo até 2030.

Entretanto, a gestão atual não executou ações concretas para cumprir os acordos e chega ao Egito sem apresentar bons resultados sobre a preservação do meio ambiente e a redução de gases de efeito estufa.