Professor Alcides foi condenado por pressionar funcionária grávida que apresentara atestados; ouça áudio
18 setembro 2024 às 18h25
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O candidato à Prefeitura de Aparecida de Goiânia pelo PL, Professor Alcides Ribeiro, teria pressionado uma funcionária grávida por apresentar atestados durante a gestação. Em áudio, obtido pelo Jornal Opção, Professor Alcides diz a uma funcionária do Bazar Professor Alcides do Setor Garavelo que a empresa não iria “pagar” por afastamentos maiores de três dias.
Ao Jornal Opção, Werica Gonçalves explicou que começou a trabalhar Bazar Professor Alcides em 2020, no início da pandemia de Covid-19, tendo que se deslocar ao local diariamente, mesmo durante o período de distanciamento social.
Segundo Werica Gonçalves, após alguns meses trabalhando no local, ficou grávida e, em certo momento, acabou tendo uma infecção urinária, e por isso recebeu um atestado de 10 dias para repouso. Ela aponta outros problemas no local de trabalho.
“Comecei a trabalhar no Bazar antes mesmo da inauguração para fazer a montagem da loja. Eles me registraram dias após eu entrar e colocaram uma posição errada”, explicou. “Quando eu tive infecção urinária, tive que me afastar por 10 dias e no dia em que retornei Alcides foi lá no Bazar me chamar a atenção.”
Na reunião, Professor Alcides teria afirmado que a empresa só aceitaria atestados de três dias, o que vai contra a legislação. “Pede para seu médico te dar uma licença para um período maior, pois não vamos ficar aceitando atestado, iremos cortar o seu ponto”, diz o empresário. “São 15 dias que vai para o INSS mas não vou ficar aceitando atestados.”
Em certo trecho da conversa, o candidato diz que não pagará “a gravidez” da funcionária. “Eu não vou aceitar [atestados], eu não vou ficar pagando sua gravidez, a empresa não vai pagar isso. Você tem direito a três dias para ir ao médico. Eu não tenho a obrigação de aceitar mais de três dias por mês”, afirma.
De acordo com Werica, em relação ao atestado médico apresentado nesta época, não houve desconto do salário da trabalhadora. Porém, em outras ocasiões foram feitos descontos. “Tive pressão alta e tive que pegar um atestado. Então, ele pagou apenas três dias e descontou o resto que também não poderia ter sido descontado.”
Após deixar a empresa, a funcionária entrou com um processo trabalhista contra Professor Alcides e acabou vencendo. A decisão é datada de setembro de 2022.
O Jornal Opção entrou em contato com a defesa do empresário Professor Alcides Ribeiro no processo mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto a manifestações.