Afetados com cortes, celetistas do Crer organizam paralisação
31 março 2019 às 14h10

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Funcionários estão mobilizados para buscar respaldo do Sindsaúde na próxima segunda-feira

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo (Crer) / Foto: Divulgação
Funcionários do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo (Crer) de Goiânia foram “surpreendidos” com anúncios de cortes de gratificações nos últimos dias. O relato é de uma funcionária do hospital que preferiu não se identificar. A servidora da Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir) – Organização Social (OS) responsável pela administração da unidade de saúde – também afirmou que os profissionais se organizaram para uma possível paralisação dos trabalhos na próxima segunda-feira, 1.
“Nós perdemos direitos e estamos organizados para reverter essa situação. Alguns querem a paralisação total do serviço, mas iremos conversar, primeiramente, com o sindicato na segunda-feira. Dependendo do respaldo que tivermos, e se a Agir não se manifestar, suspenderemos nossas atividades por completo”, ressaltou a servidora.
Ela também assegurou que funcionários dos demais hospitais geridos pela OS – Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS) – também foram atingidos.
“O Crer recebia uma verba ‘x’ da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Eles nos visitaram e disseram que a partir de agora esse valor será muito menor”. Segundo a profissional, haverão cortes no quinquênio, triênio e assiduidade dos servidores. Os valores relativos a insalubridades também foram impactados: “reduziram de 20% para 10%”. Estima-se que a mobilização conte com o apoio de aproximadamente 200 funcionários da unidade.
Procurada pelo Jornal Opção, a SES-GO informou que está sendo finalizada a revisão do contrato entre a pasta e a Organização Social de Saúde Agir. “Essa revisão busca adaptar alguns pontos contratuais, com redução de custos e ampliação das metas de serviços oferecidos na unidade. Em relação aos cortes de benefícios entre a OSS Agir e seus colaboradores, a decisão é da própria organização social, sem nenhuma interferência contratual da SES-GO”, argumentou.
Outras queixas
A funcionária também alegou à reportagem que o plano de saúde aumentou drasticamente sem nenhum aviso prévio. “O meu, por exemplo, saiu de R$ 78,00 para R$ 190,00”. “As perdas se arrastam desde a greve dos caminhoneiros no ano passado. De lá para cá, eles não param de tirar nossos direitos”.
Segundo informações obtidas pela reportagem, anteriormente, o valor referente ao plano era rateado entre funcionário e OS. Agora, o desconto do valor é integralmente pago pelos profissionais por meio de desconto direto na folha de pagamento.
O impacto recaiu, inclusive, sobre a alimentação dos funcionários. Outro servidor da unidade confirmou que o benefício foi retirado. “Antes a gente comia e eles descontavam na folha, agora nem isso. Somos proibidos de levar alimentos, pois temos que obedecer a uma norma de regulamentação que proíbe a entrada de alimentos que podem proliferar bactérias nos hospitais”, conta antes de, por fim, indagar: “Como é que a gente faz?”.