O advogado Augusto Cesar Moraes Casaro, de 48 anos, que estava foragido por falsificar um habeas corpus para tentar libertar Gilberto Aparecido dos Reis, o Fuminho, foi preso nesta segunda-feira, 24, pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Goiânia. Braço direito de Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), Fuminho é considerado pela Polícia Federal (PF) um dos maiores narcotraficantes da atualidade. 

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Augusto, que era procurado por inserir dados falsos no sistema informatizado do Tribunal de Justiça de São Paulo para beneficiar o narcotraficante em 2022, foi localizado pelo Bope no Setor Mariliza. Conforme a PF, ele teria contado com a ajuda do empresário Sandro Moretti, de 47 anos, que foi preso no último dia 17 no interior de São Paulo. 

A dupla foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por formação de quadrilha, falsificação e uso de documento falso. O Bope informou que a captura ocorreu por meio de uma operação conjunta entre o Centro Integrado de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-GO), a Agência Central de Inteligência da Polícia Militar de Goiás (PM/2) e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Goiás (FICCO).

Quem é Fuminho?

O Fuminho é considerado o braço direito de Marcola, líder da facção criminosa PCC. Conforme investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Fuminho tem ligações com a Ndrangheta, a máfia da Calábria, na Itália. Além disto, ele seria amigo de infância de Marcola.

Fuminho seria responsável por organizar o escoamento de cocaína para a Europa, fazendo dele um dos maiores narcotraficantes do mundo. O despacho da droga costuma ser feito a partir do Porto de Santos, no litoral paulista.

Uma das ações mais famosas de Fuminho foi uma tentativa cinematográfica para resgatar o chefão do PCC da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, em 2018. Apurações do MP-SP indicam que Fuminho teria uma base na Bolívia. Uma das fazendas dele no país vizinho, inclusive, servia para o treinamento de um exército particular.

São associados a Fuminho, conforme as autoridades policiais e a Justiça, homicídios de figuras famosas no meio do crime. Um dos episódios seria uma emboscada em Aquiraz, na Grande Fortaleza, em fevereiro de 2018. Na ocorrência, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, membros da mais alta cúpula do PCC, foram assassinados.

Quando estava foragido, Fuminho teve o nome relacionado na lista de criminosos mais procurados do país. A prisão dele foi realizada em Moçambique, por meio de uma operação coordenada pela Polícia Federal, em 2020. Colaboraram o Departamento Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) e a polícia moçambicana.

Fuminho, considerado um dos maiores narcotraficantes do mundo | Foto: reprodução