Na decisão, o juiz afirmou que, “pela análise da prova, restou patenteada a materialidade do delito, e presentes indícios suficientes da autoria imputada aos acusados, autorizando um juízo de pronúncia, a fim de que estes sejam submetidos a julgamento popular”

acusados

O juiz Lourival Machado pronunciou nesta semana o tabelião Maurício Sampaio, os policiais militares Ademá Figueredo Aguiar Filho e Djalma Gomes da Silva, o motorista Urbano de Carvalho Malta e o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, o Marquinhos. Eles são réus no caso Valério Luiz, cronista assassinado em julho de 2012. A pronúncia significa que eles serão julgados por júri popular.

Na decisão, o juiz afirmou que, “pela análise da prova, restou patenteada a materialidade do delito, e presentes indícios suficientes da autoria imputada aos acusados, autorizando um juízo de pronúncia, a fim de que estes sejam submetidos a julgamento popular”.  Ademá Figueredo e Maurício Sampaio responderão por homicídio qualificado, mediante paga ou promessa de recompensa e à traição, de emboscada. Os demais envolvidos respondem por coautoria no crime.

Ainda não há previsão para o início do julgamento.

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Nesta segunda (11/8), Lourival enviou ao Ministério da justiça o pedido de extradição de Marquinhos.  Agora, a Divisão de Medidas Compulsórias do órgão deve encaminhar o pedido ao Ministério das Relações Exteriores por meio de Aviso Ministerial, que vai formalizá-lo às autoridades portuguesas. Cópias das denúncias, o mandado de prisão e a decisão do Lourival serão encaminhados para embasar o pedido.

No dia 8 de agosto, o magistrado goiano havia recebido comunicado do Escritório da Interpol em Goiás informando a captura dele em Portugal. Marquinhos foi preso no dia anterior pela polícia portuguesa, após ter o nome incluso na lista de foragidos da Interpol. O paradeiro do acusado era desconhecido desde março, mas imagens postadas na internet mostraram que ele estava vivendo na Europa.

No dia 24 daquele mês, o juiz decretou a prisão do réu e a Justiça enviou o mandado à polícia internacional, já que o suspeito descumpriu condições do habeas corpus, recebido em junho de 2013. Fotos encontradas na página pessoal da esposa do açougueiro no Facebook retratavam a família em uma região supostamente localizada em Portugal. O perfil foi deletado após divulgação das imagens.

Medo

Em entrevista ao Jornal Opção Online na última segunda-feira, a sogra do réu, Rosamar Joseleide de Sousa, contou detalhes sobre a prisão do genro. A autônoma afirmou que a decisão de se entregar às autoridades lusitanas aconteceu logo depois que a residência onde Marquinhos e a mulher estavam instalados, em Caldas da Rainha, passou a ser alvo constante de rondas policiais. “As coisas lá são de primeira linha. Eles não entram a força, como acontece aqui. Quando chegaram na casa, minha filha disse que ele não estava e eles foram embora”, relatou.

Porém, a versão dela não confere com as informações divulgadas pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do município português. Conforme o órgão, o açougueiro tentou fugir pulando do terceiro andar do prédio onde morava e, durante a fuga, recebeu auxílio de um vizinho. Após duas horas de perseguição, o acusado foi localizado novamente próximo ao local onde morava e, desta vez, não resistiu à detenção.

O caso

Valério Luiz foi executado a tiros aos 49 anos quando saía da então “Rádio Jornal 820 AM”, no Setor Serrinha, em Goiânia. O cronista era filho do também comentarista esportivo Manoel de Oliveira, o Mané de Oliveira. As investigações apontaram que o jornalista foi morto pelas duras críticas dirigidas a diretoria do Atlético Clube Goianiense (ACG) no Jornal de Debates, na “Rádio Jornal”, e no programa Mais Esporte, da “PUC TV”.

Ex-presidente do time, o cartorário Maurício Sampaio é o acusado de ser o mandante do crime e responde em liberdade. Em junho de 2013, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira concedeu habeas corpus aos quatro acusados de envolvimento na morte do radialista: Marquinhos, o cabo da Polícia Militar Ademá Figueredo, o sargento Djalma da Silva e o motorista Urbano de Carvalho Malta.