Tem um episódio do seriado “Anos Incríveis” que Kevin Arnold tenta montar uma banda de rock. Era o final dos anos 1960, quando todos os adolescentes acreditavam que poderiam ter uma banda e ser uma estrela. A cena final deste episódio me marcou muito. Kevin aparece deitado na cama do seu quarto abraçando o disco “Abbey Road” dos Beatles. A primeira vez que eu vi essa cena, me interessei pelo disco. Era o final dos anos 1990 e a Beatlemania começava a entrar nas minhas veias.

“Abbey Road” foi o último disco de estúdio dos Beatles e foi lançado em 26 de setembro de 1969. O nome é uma homenagem ao estúdio, em Londres, onde a banda gravou seus discos e escreveu sua história. A capa mostra a banda atravessando a faixa de pedestre da rua em frente ao estúdio (que tem o mesmo nome). Pela primeira vez não há “The Beatles” na capa. E precisa ter? Os Beatles chegaram a um patamar que se dispensam apresentações. Quem já foi a Londres, com certeza atravessou a faixa de pedestre da Abbey Road. Quem não foi, morre de vontade de ir. Eu sou um deles.

As músicas do disco mostram o amadurecimento da banda. Nem parece que o clima entre eles estava conturbado. Quem viu o filme “Let it be”, gravado no começo de 1969, sabe do que estou falando. Mesmo assim eles conseguiram fazer uma obra prima. Imagino os fãs comprando o disco, se maravilhando com cada música e acreditando que a banda duraria para sempre. O que dizer da sequência musical do Lado B? E os solos de bateria e guitarra em “The End”? George conseguiu emplacar “Here Comes the sun” e “Something” no lado A. Ringo veio com a divertida “Octupus Garden”. Paul estourando a voz em “Oh, Darlin” e John abrindo os trabalhos com “Come Together”.

A capa, a contracapa, as 17 faixas… tudo em “Abbey Road” vale a pena. A primeira vez que eu o ouvi, pude entender o porquê do Kevin Arnold abraçar o disco. Eu já fiz muito isso!