A guerra na Ucrânia vive uma nova fase, marcada pelo uso de drones de fibra óptica, uma tecnologia que está revolucionando o campo de batalha e alterando drasticamente o rumo do conflito. Em regiões como Donetsk, a presença dessas aeronaves espiãs e mortais se tornou uma ameaça constante para as forças ucranianas e civis que vivem sob bombardeios incessantes.

Rodynske: O impacto dos drones russos na linha de frente

Rodynske, uma cidade no leste da Ucrânia, está sendo severamente afetada pelos ataques russos. Localizada cerca de 15 km ao norte de Pokrovsk, Rodynske tem sido alvo de bombardeios implacáveis, incluindo o uso de bombas planadoras de 250 kg, que destruíram o centro administrativo e vários blocos residenciais. A cidade, que está na linha de frente da batalha, enfrenta não só a destruição direta, mas também um cerco severo das forças russas, que tentam interromper suas rotas de abastecimento.

A mudança nas táticas russas é evidente. Em vez de avançar diretamente para a cidade, os russos têm intensificado os ataques aéreos, com drones de fibra óptica se tornando uma arma-chave em suas operações. Esses drones são capazes de operar em condições que outros drones não suportam, tornando as defesas ucranianas muito mais vulneráveis.

A nova ameaça: Drones de fibra óptica

Os drones de fibra óptica, que transmitem dados através de cabos em vez de sinais de rádio, estão se destacando como uma das armas mais eficazes e mortais na guerra da Ucrânia. Ao contrário dos drones tradicionais, que podem ser facilmente interferidos por sistemas eletrônicos de bloqueio, os drones de fibra óptica são praticamente imunes a essas interferências, o que lhes permite realizar ataques precisos, mesmo em terrenos difíceis ou áreas urbanas.

O uso desses drones pela Rússia tem dado a ela uma vantagem tecnológica importante, já que os sistemas de defesa eletrônica da Ucrânia não conseguem neutralizar a ameaça. Os drones podem atacar alvos com extrema precisão, até mesmo em ambientes fechados, o que representa um desafio colossal para os militares ucranianos.

A adaptação das tropas ucranianas ao novo cenário de guerra

Diante dessa nova ameaça, as tropas ucranianas se veem forçadas a adaptar suas táticas rapidamente. Como explica Serhii, da 5ª Brigada de Assalto ucraniana, os russos estão usando todos os recursos à disposição – foguetes, morteiros, drones – para cortar as rotas de abastecimento e enfraquecer a resistência. “Eles estão usando tudo o que têm, e isso tem intensificado a pressão sobre nossas linhas”, afirma ele.

A presença de drones de fibra óptica tem mudado as regras do jogo. As forças ucranianas agora precisam se esconder mais, evitando qualquer movimento visível, pois um único erro pode resultar em um ataque direto. O uso de drones permite que o inimigo observe e ataque de forma furtiva, tornando ainda mais arriscado para os soldados saírem de suas posições.

Os efeitos humanos da guerra: Soldados e suas famílias

A guerra não afeta apenas as linhas de frente, mas também a vida pessoal dos soldados. Maksym, um dos combatentes ucranianos, revela como sua vida mudou desde que entrou para o exército. “Minha família me apoia, mas é difícil. Tenho um filho de dois anos, e mal posso vê-lo”, conta, com os olhos cheios de emoção. Ele reflete sobre os sacrifícios pessoais e o impacto psicológico da guerra, uma realidade vivida por muitos soldados, que lutam não apenas pela sua pátria, mas também pela saudade de seus entes queridos.

Com os novos tipos de ataques, os soldados passaram a enfrentar períodos de espera mais longos, em que se mantêm escondidos e alerta por dias seguidos. “Antes, podíamos trocar de posição a cada três ou sete dias. Agora, passamos 30, 60, até 90 dias em nossas posições”, diz Maksym, descrevendo o desgaste físico e emocional que a guerra impõe.

A guerra mudou: Tecnologias, táticas e uma nova linha de frente

A chegada dos drones de fibra óptica também tem alterado a maneira como as forças russas operam. O uso de motocicletas e quadriciclos por parte da infantaria russa é uma tática nova para infiltrar-se nas linhas ucranianas de forma mais silenciosa. Como explica Oles, sargento-chefe da 5ª Brigada de Assalto, as táticas russas mudaram: “Antes, atacavam em grupos. Agora, enviam apenas uma ou duas pessoas de cada vez. E chegam sem serem percebidos.”

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