A menos de 90 dias do primeiro turno, disputa pela vaga ao Senado continua acirrada
05 julho 2022 às 15h34
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Aquele que for eleito se cacifa para a disputa do governo em 2026. Se perder a eleição, continuará senador
A população que acompanha a política em Goiás percebe que a disputa para o Senado está mais acirrada do que ao Governo do Estado. A vaga em disputa é do senador Luiz Carlos do Carmo (PSC), que busca neste ano a reeleição. Entre os principais pré-candidatos, em ordem alfabética, estão: Alexandre Baldy, do Progressistas, Cristiano Cunha, do PV, Delegado Waldir Soares, do União Brasil, Denise Carvalho, do PC do B (apoiada pelo PT), João Campos, do Republicanos, Lissauer Vieira, do PSD, Luiz Carlos do Carmo, do PSC, Wilder Morais, do PL, e Zacharias Calil, do União Brasil. No momento, quando se retira o nome do ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, o favorito para a disputa é o deputado federal Delegado Waldir. Vale lembrar que o 1º turno está marcado para acontecer no dia 2 de outubro.
Conforme antecipado pelo Jornal Opção, a disputa está acirrada por alguns motivos. Primeiramente porque o cargo de senador representa um poder imenso. Segundo, de acordo com a publicação, é um mandato tranquilo de oito anos. Terceiro, e mais importante, aquele que for eleito se cacifa para a disputa do governo em 2026. Se perder a eleição, continuará senador.
Antes disso, os pré-candidatos se articulam para firmar em alguma chapa majoritária. A começar pela base do governador Ronaldo Caiado (UB), a mais concorrida, que aparecem cinco nomes: Alexandre Baldy, Delegado Waldir, Lissauer Vieira, Luiz do Carmo e Zacharias Calil. Nenhum abre mão da candidatura. Na visão do colunista Euler de França Belém, observadores da política de Goiás dizem que, se for bem na campanha deste ano, Ronaldo o Caiado vai contribuir para a eleição do senador. Portanto, o governador contribuirá para fortalecer os cinco senatoriáveis. Aquele que fizer a melhor defesa do governador poderá ser eleito.
O ex-ministro das Cidades, Alexandre Baldy não desiste da disputa. Ele já está montando sua equipe de trabalho para ir até o fim. O ex-deputado federal mobiliza correligionários para tentar espaço na chapa majoritária do governador. Por ter experiência, sabe que não se ganha eleição por antecipação e que a campanha é que muda ou confirma quadros.
O deputado federal Delegado Waldir é um político determinado. Ele fez a consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que resultou na garantia de que as candidaturas avulsas para senador são legais. Ninguém vai conseguir retirá-lo do páreo. Quando se retira o nome de Marconi Perillo, o parlamentar salta para o primeiro lugar.
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira não quer ser candidato avulso, mas o PSD quer bancá-lo de qualquer maneira — até porque sua postulação tende a fortalecer os candidatos a deputado federal e estadual do partido.
O senador Luiz do Carmo tem força no meio evangélico, sobretudo na Assembleia de Deus. É um político mais atuante do que parece e suas bases no interior o apreciam. Ele também lutou para ser o candidato “formal” da coligação de Ronaldo Caiado. Ensaiou uma aproximação com Marconi Perillo, mas tende a permanecer na base do governador Ronaldo Caiado e a disputar mandato de senador como “avulso”.
Segundo interlocutores, ninguém acredita que Zacharias Calil (União Brasil) será candidato a senador, apesar dele insistir sua pré-candidatura até a convenção. Por dois motivos. Primeiro, o União Brasil não lançará dois postulantes. Segundo, as pesquisas sugerem que Delegado Waldir é, eleitoralmente, mais consistente.
A aliança PT, PSB e PC do B tende a bancar a ex-deputada estadual Denise Carvalho (PC do B) para senadora. Cristiano Cunha, apesar de disputar espaço na federação, aguarda posicionamento do diretório nacional para saber se tem liberdade de apoiar Caiado. João Campos será o postulante do Republicanos. Cogita-se também que Marconi Perillo, do PSDB, pode ser candidato a senador. Ao mesmo tempo, sua base política ventila que deverá disputar mandato de governador (ou até de deputado federal). Inclusive, ele articula por meio de pesquisas eleitorais internas com aliados para qual cargo irá disputar.