Por Alexandre Azevedo especial para o Jornal Opção

Há pouquíssimo tempo, o atual inquilino do Palácio da Alvorada bradava que as vacinas contra a COVID-19 não encontrariam ambiente propício na população brasileira, que não queria ser vacinada, sendo, portanto, desnecessária a sua aquisição. De onde ele retirava sua conclusão: em pesquisa que realizava no curral onde atende seus apoiadores, e entre os seus assessores.

Com as urnas eletrônicas, a rusga é um pouco mais antiga. Brada aos 4 ventos, inclusive para embaixadores de países estrangeiros, que o nosso sistema não é confiável e que a maioria das pessoas não acredita nele. Novamente, sua conclusão é retirada de conversas com seus apoiadores e entre seus assessores. Dado muito importante: o presidente de seu partido já gravou vídeo atestando a confiabilidade da urna eletrônica.

Então o que as vacinas têm em comum com as urnas eletrônicas? No atual contexto, a realidade, dura realidade para o inquilino do Alvorada.

A população brasileira não apenas exigiu a compra das vacinas, como compareceu em massa para a vacinação. E tem comparecido para as doses de reforço. Ora, tal situação somente prova que a maioria do povo brasileiro acredita nas vacinas.

Quanto às urnas eletrônicas, no ultimo dia 25 o instituto DataFolha divulgou pesquisa em que mais de 82% da população brasileira diz confiar em nosso sistema eleitoral. É isso mesmo, mais de 82%, diz acreditar nas tão atacadas urnas eleitorais.

Em comum, tanto as vacinas contra a COVID-19, quanto as urnas eletrônicas, possuem aprovação de mais de 80% da população brasileira.

Tais dados seriam, por si sós, motivos para que qualquer pessoa, de mediana inteligência, refletisse sobre sua postura. Mas como disse o ministro Ricardo Lewandowski, em recente artigo, o lobo sempre encontrará motivos para atacar sua presa.

Por fim, o povo brasileiro pode bater no peito, pois o comparecimento à vacinação e as urnas eletrônicas são patrimônio nosso, não importa a boa – pouca – vontade do atual residente do Alvorada.

Alexandre Azevedo é Mestre em Direito Eleitoral pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e Professor de Direito Eleitoral na PUC-Goiás e na UNIFAN