Goiás atingiu uma cobertura de 98,2% no abastecimento de água na população urbana. O estado também conta com 89,3¨% da sua população total com acesso à água tratada. Os resultados do Relatório de Infraestrutura – Saneamento 2025, que é feito pelo Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). Os dados são consolidados a partir do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa) e mostram avanços consistentes na última década, mas também evidenciam a necessidade de acelerar investimentos para atender às metas do Marco Legal do Saneamento.

O relatório destaca ainda a queda expressiva do Índice de Perdas na Distribuição de Água, que passou de 32,2% para 23,5% em 14 anos – desempenho significativamente melhor que a média nacional de 39,9%.

Na rede de esgoto, o avanço também é consistente. A população atendida saltou de 37,6% para 67,3%, enquanto o tratamento do esgoto coletado alcançou 94,7%, um dos melhores índices regionais. Já o tratamento do esgoto gerado chegou a 60%, sinalizando espaço para expansão da infraestrutura de coleta.

Marco Legal do Saneamento

Foto: Fábio Costa
ETE Dr. Hélio Seixo de Britto | Foto: Fábio Costa / Jornal Opção

A legislação nacional, aprovada em 2020, reforçou os prazos para que todo o país alcance universalização dos serviços até 2033, com possibilidade de extensão até 2040 mediante justificativa técnica. Embora Goiás apresente desempenho superior à média brasileira, o relatório evidencia que ainda há um caminho importante a percorrer para ampliação da coleta e na redução das desigualdades entre áreas urbanas e regiões de menor densidade populacional.

“Os dados mostram que Goiás está avançando, mas precisamos acelerar. A ampliação do saneamento não é apenas uma obrigação legal. Ela impacta diretamente a saúde das cidades, o desenvolvimento regional e a capacidade das empresas de operar com segurança hídrica”, afirma o presidente do Coinfra, Célio Eustáquio de Moura.

Competitividade industrial

Produção industrial em Goiás. | Foto: Agência Brasil

O relatório sobre saneamento da Fieg reforça que a disponibilidade de água tratada, em quantidade e regularidade, é um insumo fundamental para a indústria, pois influencia diretamente na produtividade, nos custos operacionais e na previsibilidade no processo produtivo.

Setores como alimentos e bebidas, fármacos, mineração, metalurgia, e diversos segmentos agroindustriais dependem de abastecimento contínuo para operar. Além disso, municípios com infraestrutura de saneamento mais desenvolvida tendem a atrair novos investimentos e reduzir riscos ambientais e sanitários.

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