Décimo dia de buscas por Lázaro conta com quase 300 policiais
18 junho 2021 às 09h55
COMPARTILHAR
“Toda vez que ele acorda, ele se esconde na mata, em grotas, por isso é difícil rastrear com drones, por exemplo, mas estamos avançando”, disse o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda
O décimo dia de tentativa de prender Lázaro Barbosa iniciará com buscas em quadrantes definidos estrategicamente, na mata de Cocalzinho de Goiás, pelos agentes das forças de Segurança presentes no local, segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás. Até o momento, quase 270 policiais já atuam na operação e a previsão é que mais 20 agentes da força nacional se juntem a eles nesta sexta-feira, 18.
Durante coletiva de imprensa de atualização, realizada na noite desta quinta, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, explicou que a probabilidade é que Lázaro estivesse dentro da mata, não rondando a rodovia ou as vilas de entorno. “Toda vez que ele acorda, ele se esconde na mata, em grotas, por isso é difícil rastrear com drones, por exemplo”, acrescentou.
Apesar de afirmar não saber quando conseguirão definitivamente prender o suspeito da chacina de Ceilândia, Rodney acredita estarem cada vez mais perto. “Entendemos que ele já está no limite. Em princípio, ele está sozinho, por isso vemos o desgaste cada vez maior dele. Ele está cansado, estressado e mais descuidado, cometendo mais erros”, complementou. No entanto, Miranda ressalta que, “na última situação, ele ficou 15 dias no mato, na Bahia, sem alimento, e só foi preso porque estava baleado”.
Além disso, a suspeita, ainda segundo o secretário, é que Lázaro esteja ferido. No início da tarde de ontem, cerca de uma hora antes do tiroteio que ocorreu dentro de um milharal, entre o suspeito e os policiais, cães farejadores encontraram um pano ensanguentado na mata. “Acharam um pano vermelho ensanguentado, que devia estar sendo usado para tampar um ferimento, como se fosse um torniquete. O ferimento deve estar sangrando, então pode até ser algo grave”, complementa.
Sobre a possibilidade de Lázaro se entregar, Rodney Miranda disse que se chegou a cogitar tal probabilidade, mas que não foi o caso. “Ele está fugindo e está no campo de conforto dele, que é a mata, mas nós temos apertado o cerco. Continuaremos com a contensão e com outras equipes de inteligência rondando. Não descartamos nada, porque estamos tratando de uma crise complexa que envolve um indivíduo extremamente perigoso”, diz.
Linha do tempo da investigação
Lázaro Barbosa de Sousa é autor de chacina que ocorreu no Incra 9, em Ceilândia, na última quarta-feira, 9. Durante o crime, o homem invadiu a chácara de Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, que morava com a esposa, Cleonice Marques Andrade, e os filhos Gustavo Marques Vidal e Carlos Eduardo Marques Vidal. Ao perceber que a esposa de Cláudio estava tentando ligar para um familiar para relatar o caso, Lázaro teria matado o homem, os dois filhos e fugido com Cleonice.
No dia seguinte, Lázaro ainda teria invadido outra chácara que se localiza a 3km do terreno de Cláudio. Silvia Campos, proprietária do local, afirmou à polícia ter ficado mais de três horas sobre a mira de Lázaro e ter sido obrigada pelo autor, junto ao caseiro, a usarem maconha. Ao fim, Lázaro teria fugido da segunda chácara com dinheiro, celulares e uma jaqueta.
Na sexta feira, Lázaro roubou um carro, se dirigiu à Cocalzinho de Goiás e logo queimou o veículo. Durante o fim de semana, no sábado ele invadiu uma fazenda, atirou em três pessoas e colocou fogo em uma casa. Já no domingo, furtou um carro para fugir da polícia e foi visto na BR-070, mas abandonou o veículo.
Já na segunda-feira, 14, ele também foi filmado por câmeras de monitoramento de um galpão de uma chácara, local onde teria dormido e pedido comida aos moradores antes de emplacar outra fuga. Um dia após Lázaro ter sido filmado pela moradora de uma fazenda durante as buscas policiais, de ter sequestrado uma família (que foi posteriormente liberada) e ter atirado em agentes que foram atingidos de razão, na última quarta-feira, 16, o suspeito foi visto em uma área rural por um morador.
Ao todo, nesta quinta-feira, 17, o suspeito fez duas aparições e teve um confronto com os policiais. Uma casa abandonada ainda foi incendiada e, apesar das suspeitas de ter relação com Lázaro, a polícia ainda não conseguiu comprovar a ligação.
O autor já possui histórico de crimes e já foi preso, em 2018, mas fugiu do presídio em julho do mesmo ano. Lázaro foi condenado por homicídio cometido na Bahia e tem mandado de prisão em aberto por roubo, estupro e porte ilegal de armas, no Distrito Federal.