Comerciantes de terminais de ônibus protestam contra possível retirada dos pontos
06 agosto 2024 às 12h01
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Na manhã desta terça-feira, 6, aconteceu um protesto da classe dos comerciantes que atuam nos terminais da rede de transporte público de Goiânia e Região Metropolitana, os chamados permissionários. Estiveram presentes na manifestação mais de 20 viaturas da Tropa de Choque da Polícia Militar de Goiás (PM-GO). A manifestação é contra as ações do conglomerado formado pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RedeMob) e Rede Metropolitana de Transporte Coletivo de Goiânia (RMTC Goiânia) que, segundo os comerciantes, com a reforma dos terminais os gestores pretendem retirar os atuais comerciantes que ali estão há mais de 25 anos.
Atualmente, os comerciantes pagam taxas mensais para Secretaria da Economia do Estado de Goiás que podem variar entre 300 a 2 mil reais para garantir a permissão de trabalho nos locais. São mais de 400 comerciantes permissionários que trabalham nesses pontos. Segundo os represetantes da classe, os comerciantes do Terminal da Praça Bíblia foram intimados a serem retirados no dia 17 de agosto.
Gleydyson Nunes, 38, vende eletrônicos e variedade há mais de 25 anos na Praça da Bíblia diz que é favorável a reforma. Porém, tem receio de perder o lugar que ocupa por anos e ser substituído por outra empresa.
Ninguém sabe dizer quem é responsável pela reforma. A RedeMob que apreentou o projeto mas ninguém sabe dizer da onde vem, como foi. É uma coisa oculta. […] Os terminais fora da linha do eixo — Isidória, Bandeiras, Cruzeiro — foram reformados e tiveram os antigos comerciantes retirados. O comércio presente nesse locais são da rede “Lanchonete Rede do Ponto”.
A classe se reúne ainda nesta semana para discussão e alinhamento de detalhes com as instituições envolvidas na promovação da reforma dos terminais. Estavam presentes na manifestação o vereador Fabrício Rosa e o deputado estadual Mauro Rubem, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT).
Na última segunda-feira, 29, foi promovida uma audiência pública Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) pelo deputado Mauro Rubem, onde os comerciantes puderam tirar dúvidas e questionar como vai funcionar a dinâmica de vagas para vendedores no Terminal Novo Mundo.
O Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria Estadual de Economia e não obteve retorno.
Nota da CMTC na íntegra
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) está respondendo pela situação. A empresa considerou em nota que estão realizando encontros e audiências públicas para confecionar um projeto do Centro Comercial Popular do Terminal Novo Mundo. O terminal Praça da Bíblia não possui espaço necessário para construção de um local alternativo para os comerciantes durante o período de reforma. Confira a nota da CMTC na íntegra no final da matéria.
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) informa que desde fevereiro deste ano, vem, ao lado da RedeMob Consórcio, Sebrae e Metrobus, vem mantendo conversas com permissionários dos terminais do Eixo Anhanguera, em especial do Terminal Novo Mundo e, desde julho, com os permissionários da Praça da Bíblia, terminal que não possui espaço necessário para a construção de um centro comercial. Em função disso, já foram realizados encontros e uma audiência pública, onde foi apresentado o projeto do Centro Comercial Popular do Terminal Novo Mundo.
Este Centro Comercial já está com obras avançadas e será entregue no próximo mês. Ele contará com 84 bancas que irão oferecer muito mais conforto e será uma excelente opção para que os permissionários possam explorar o comércio da Região Leste da capital, que conta com quase 190 mil habitantes e que não possui um centro comercial.
O Centro Comercial Popular será entregue aos permissionários é um anexo ao Terminal Novo Mundo, fazendo parte da estrutura de atendimento aos usuários do transporte público coletivo e será aberto à toda a população. A intenção do projeto é, não apenas dar melhores condições de trabalho para o permissionário, mas também uma melhor condição para que o próprio usuário do serviço de transporte coletivo faça suas compras com mais conforto.
COMPANHIA METROPOLITANA DE TRANSPORTES COLETIVOS (CMTC)