Em meio à tensão e véspera de votação da PEC da Transição, Lula e Lira se reúnem

19 dezembro 2022 às 07h05

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Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República eleito, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, se encontram pela quinta vez desde a vitória nas eleições, em 30 de outubro. Em meio à tensão da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, os dois se reuniram no hotel onde o petista está hospedado, em Brasília.
O encontro de domingo, 18, ocorreu justamente às vésperas da votação da PEC da Transição. A proposta está programada para entrar em pauta na próxima terça-feira, 20. Outras duas agendas entre Lula e Lira foram realizadas na semana passada.
Antes, no sábado, 17, o petista se reuniu com o relator do projeto na Câmara dos Deputados, o deputado federal Elmar Nascimento (UB-BA). O presidente eleito tenta negociar a aprovação da matéria na Casa, assim como ocorreu no Senado.
O que está em jogo
A proposta de emenda à Constituição Federal, entre vários nomes, chamada de PEC da Bolsa Família, amplia os recursos para o governo nos próximos anos acima do teto de gastos, a discussão é de R$ 145 bilhões. O que poderá viabilizar a manutenção do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, de R$ 600 em 2023. Esse valor é uma das inúmeras promessas de campanha de Lula. Além disso, a PEC reserva R$ 23 bilhões para recompor o orçamento deste ano, que está no vermelho.
No entanto, para vigorar, o texto da PEC precisa ser aprovado e adicionado ao relatório do Orçamento de 2023. Todavia, há os prazos. O orçamento deve ser votado até 22 de dezembro. A corrida é contra o tempo e o jogo partidário para buscar celeridade e aprovação na Câmara dos Deputados. Para tanto, o novo governo, embora tome posse apenas em 1º de janeiro, articula para conseguir ao menos 308 apoios favoráveis de deputados, em votação de dois turnos. O deputado goiano Rubens Otoni (PT) é otimista e calcula que a PEC passará com cerca de 330 votos.