O Grupo de Trabalho de Juventude na transição de governos, coordenado pela jornalista goiana Nádia Garcia, concluiu o primeiro estudo preliminar sobre a situação dos jovens no país. O documento cita que a missão do novo governo será árdua para reconstruir e implantar políticas para pessoas com idades entre 15 e 29 anos.

O trabalho do grupo, que é formado por ativistas e especialistas da área, aponta um cenário de profunda desestruturação e falta de investimentos. A equipe está levantando dados e documentos para elaborar um diagnóstico de como políticas de juventude durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Apenas avaliando o orçamento da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), o GT pontuou que houve queda de aproximadamente 95% na execução orçamentária na área. A comparação está sendo feita com os investimentos realizados no último ano do governo Dilma (2015) e com o último ano do governo Bolsonaro (2022), de acordo com dados coletados do Portal da Transparência. “A tarefa do GT de Juventude da Transição do governo Lula é reconstruir completamente a política de juventude do nosso país, para sairmos dos marcos defensivos e voltar a projetar o nosso futuro, que chamamos de década das juventudes brasileiras”, afirma Nárdia.

O grupo denuncia que a maior parte dos dados sobre juventude não foi produzida e nem disponibilizada pelos órgãos governamentais até o momento. Inclusive, os indicados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacam não conseguiram se reunir com membros da atual Secretária Nacional de Juventude, o que estaria dificultando os andamentos do trabalho na transição.

Conselho Consultivo

Para dinamizar os trabalhos, o GT de Juventude criou um Conselho Consultivo, que conta com representantes dos movimentos sociais, partidos políticos e diversas organizações da sociedade civil. Nádia cita que eles participaram da formulação do programa de governo durante a pré-campanha e outros se somaram durante o segundo turno.