Recém-empossado como deputado estadual, o agora parlamentar Sargento Júnior Brasão (PSB), em entrevista ao Jornal Opção, garantiu que não altera muito a relação do partido com o governo por conta do afastamento do deputado Moisemar Marinho. Depois de assumir o lugar do titular, o novo deputado disse que a única mudança é que saiu um representante da Polícia Civil para entrar um da Polícia Militar.

Com 50 anos, Antônio Vieira da Silva Júnior é mais conhecido como Sargento Júnior Brasão. Maranhense de João Lisboa é pioneiro na Polícia Militar do Tocantins. Graduado em Serviço Social, foi comerciante e examinador veicular do Detran. Eleito vereador em 2020 e primeiro suplente de deputado estadual em 2022, assumiu agora uma cadeira na Assembleia Legislativa no lugar de Moisemar Marinho, que se afastou para assumir cargo no Governo do Tocantins.

Segundo Brasão, a defesa da segurança pública se mantém como bandeira principal. “Para mim é motivo de orgulho representar esse segmento. Claro que a gente vai olhar para todos os segmentos, como Educação e Saúde, mas tenho uma bandeira que é a da Segurança Pública”, afirmou o parlamentar.

Ao Jornal Opção, Júnior Brasão destacou ainda que o governo de Wanderlei Barbosa prioriza a Segurança Pública e que o resultado desses investimentos é a redução dos índices de violência. “Não é que a violência zerou, mas hoje em Palmas a violência está, vamos dizer, bem mais tranquila. E agora mesmo já está na iminência de chamar mais 500 militares, os excedentes”, defendeu.

Sobre as eleições do ano que vem, o deputado acredita que o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) é o nome mais cotado, até o momento, para vencer a corrida pela Prefeitura de Palmas. “Amastha tem um legado. Eu não tenho dúvida nenhuma que ele é um candidato forte. Aliás, um candidato muito forte. A gente vai às ruas e percebe que ele tem um legado popular. A força que ele representa dentro da capital, isso aí é indiscutível”, ressaltou o parlamentar.

Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção, o mais novo deputado falou ainda sobre a crise da CPI da BRK Ambiental na Câmara de Palmas, que corre o risco de acabar antes de iniciar e da qual fazia parte; anunciou que é candidato a vereador em 2024 e que tem a pretensão de ser o mais votado da chapa o PSB. Além disso, Brasão comentou que o distrito de Luzimangues merece um tratamento diferenciado por conta de seu potencial para se tonar um polo industrial.

Deputado Júnior Brasão durante posse na Assembleia Legislativa | Foto: Isis Oliveira/Dicom Aleto

PSB é um partido muito sólido, onde se cumpre acordos. Elege-se dois e assume quatro

O sr. ainda está no meio do primeiro mandato de vereador da capital e já tem a oportunidade de se tornar deputado. Como tem sido essa experiência?
Na verdade, a política é uma construção, não é? A gente está vindo de um segmento que é a Polícia Militar, onde eu fiquei 28 anos e esse grupo, de militares, o qual pertenço, sempre nos projetou para participar dessa condição de representante da corporação no contexto político. Hoje, no campo estadual. E a gente é do PSB, um partido muito sólido, onde se cumpre palavra, se cumpre acordos. E o nosso líder maior, o presidente [Carlos] Amastha, sempre teve essa habilidade, essa tranquilidade de fazer acontecer e cumprir os acordos formulados no âmbito do partido. No PSB, elege-se dois, assume quatro.

Como explica essa ascensão tão rápida? 
Em 2020, como vereador, a gente ganhou. Aí já veio seguindo a campanha de deputado estadual e foi construída uma chapa muito competitiva. E foi onde o nosso deputado Moisemar [Marinho] foi eleito e eu fiquei como primeiro suplente. Para mim foi um momento marcante, está marcado na minha história. Eu, que fiquei 28 anos no banco de viatura, agora vou mudar, vou atuar em outra frente, no Parlamento, procurando dar qualidade de vida ao povo tocantinense e às forças de segurança, a qual eu represento. Para mim, é motivo de muito orgulho representar esse segmento. Claro que a gente vai olhar para todos os segmentos, como Educação e Saúde, mas tenho uma bandeira que é a da Segurança Pública.

O governo de Wanderlei Barbosa tem feito a diferença na área da Segurança Pública

Como o sr. avalia os investimentos do governo na área de Segurança Pública, com repasses de recursos do governo federal para o combate à criminalidade?

O governo Wanderlei Barbosa tem feito a diferença na Segurança Pública e também reparado várias situações que aconteceram no passado. Eu entrei na Polícia em 93. A nossa turma ficou 18 anos sendo soldado, sem promoção nenhuma. Então, o [governador] Wanderlei [Barbosa] prometeu isso em campanha e acabou cumprindo, logo que tomou posse como governador. Ele veio e promoveu esses grupos de 93, 94 e 2004 a subtenente. Hoje eles estão garantidos para ir para a reserva como oficial. Ele reparou um pouco o que a gente passou. Então, o governador Wanderlei Barbosa vem resgatando benefícios que estavam sendo esquecidos, sem falar nos cursos de aperfeiçoamento que estão sendo ofertados. Hoje nós temos várias frentes, várias tropas diferentes, mas que vem se fortalecendo com armamento, com curso de aperfeiçoamento que resulta no fortalecimento da Segurança Pública.

Até agora não houve uma redução sensível nos números da violência, mas pelo menos temos visto uma presença maior da polícia nas ruas. Até que ponto o policiamento ostensivo reduz criminalidade?

Nós tínhamos mais de 50 municípios sem policiamento. Hoje, todos os municípios têm policiamento. O Wanderlei chamou mil homens, um concurso que trouxe mil homens. Não é que a violência zerou, mas hoje em Palmas a violência está, vamos dizer, bem mais tranquila. E agora mesmo já está na iminência de chamar mais 500 militares, os excedentes.

A quem o sr. deve essa oportunidade de exercer o mandato de deputado? Ao governador ou ao seu partido, que o senhor lembra que trabalha estratégias para que os suplentes também tenham a oportunidade de exercer o mandato?

A gente fala que o nosso deputado Moisemar também é responsável por tudo que está acontecendo. Ele é o deputado, ele é o titular da cadeira. Está cumprindo, cumpriu com a sua palavra. O nosso presidente, sempre faz acontecer. O Amastha sempre está ali buscando que se cumpra. Isso aí é uma promessa de campanha, entendeu? E também tem o lado do nosso governador, que também abriu espaço para o Moisemar, mas eu acredito que, mesmo assim, o Moisemar, mesmo se ele hoje não fosse secretário, abriria espaço pela sintonia que a gente tem com o presidente, Amastha. Mas é isso aí, o presidente foi fundamental porque ele é o presidente, ele cobra, ele quer, entendeu? O nosso governador que também colocou o Moisemar na secretaria, mas eu acredito que o Moisemar, a pessoa que eu conheço, tem o histórico bom, ele sairia de outra forma para resolver assunto particular.

Em nenhum lugar do estado do Tocantins a gente vê o caos que era antigamente

Como é que o sr. avalia o desempenho do governo Wanderlei Barbosa?

Eu posso falar que hoje o governo Wanderlei Barbosa é um dos melhores do país, e contra fato, não existe argumento. Tem 80% de aprovação. Em nenhum lugar do estado do Tocantins a gente vê o caos que era antigamente. E hoje as estradas estão perfeitas, o custo diminui pro agro. Na questão de transporte, eu vejo o governo merecer nota 10.

Como é que o senhor avalia a postura do PSB, que é um partido de oposição, mas aqui na Assembleia integra a bancada de apoio ao governo?

Na verdade, é tudo uma construção política. O que for bom pro Estado, o que for bom pra Prefeitura, nós vamos apoiar. Hoje, eu sou base de prefeitura, ele [Amastha] nunca pediu pra que a gente levasse o sentimento do povo por uma contramão. O que for bom pro Estado, a gente vai pautar. Claro que a gente tem um partido, o PSB, mas o que for bom pro povo do Tocantins, o povo aqui do nosso município, vamos pautar. Não tem como ser contra o benefício pro nosso povo. O que for bom pro Tocantins, o deputado Júnior Brasão está pautando. É como a gente ficou lá mais de ano na base da Prefeitura, o que for bom pro município a gente pauta, não tem como ser contra.

Deputado Júnior Brasão com o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha | Foto: divulgação

O PSB tem candidato próprio em Palmas, que é o Amastha, e que é um candidato que tem grandes possibilidades. Como o sr. avalia esta postulação?

Amastha tem um legado. Eu não tenho dúvida nenhuma que ele é um candidato forte. Aliás, um candidato muito forte. A gente vai às ruas e percebe que ele tem um legado popular. Como outros prefeitos que passaram pelo Paço Municipal, deixaram sua contribuição, Raul Filho (MDB) teve um legado da educação de tempo integral. Todos deixaram a sua digital. O nosso prefeito, a força que ele representa dentro da Capital, isso aí é indiscutível. Vejo ele muito bem posicionado. Os vereadores ao lado, o povo apoiando. Esse é o projeto.

O ex-prefeito Amastha é um candidato fortíssimo. Está pronto para concorrer a qualquer hora, a qualquer minuto. Dos nomes que estão colocados aí, quem o senhor acha que vai competir com o Amastha?
Hoje as pesquisas mostram o Amastha e Janad Valcari (PL) e tem o Júnior Geo (Podemos), que foi o segundo colocado na eleição passada. Não podemos descartar o Júnior Geo, ele tem o peso dele, igual ao Amastha. O Amastha hoje tem um voto espontâneo. O Júnior Geo e Janad Valcari são os que estão de fato disputando. Tem o Eduardo Siqueira Campos. Mas esse grupo aí é muito pouco. Hoje o peso do Amastha é muito grande. Na capital ele tem o nome consolidado.

O candidato do governo tende a ser forte porque governador tem boa aceitação

O candidato apoiado pelo Palácio Araguaia tende a ser muito forte em função do peso da máquina. O senhor não imagina quem seja o nome do governo?

Sim. Mas esse nome ainda não tem, né? Esse nome ninguém sabe, né? O candidato do Palácio Araguaia é forte porque a aceitação do governador é grande, certo? E o nosso candidato, o candidato do PSB, já tem um nome aí, que é Amastha. Agora eu não sei qual é a figura do governo. Muita coisa se construindo. Mas é isso aí.

E eu torço e quero saber o resultado final da CPI, porque do jeito que está, não tem como ficar

O sr. veio da Câmara de Palmas e lá tramita um assunto polêmico. Já é a terceira vez que se tenta instalar uma CPI para apurar a concessão dos serviços de água e esgoto de Palmas, que é prestado pela BRK Ambiental. Como o senhor acompanha esse debate?

É uma situação que a gente não sabe por que chegou a esse ponto. A gente vê o que o nosso povo tem passado, o sofrimento, o vazamento de dejetos. Está ali no lago o mau cheiro, o odor. E essa CPI, eu até estou acompanhando agora aqui da Assembleia, mas eu acredito que até na próxima semana terá início. Hoje já vi o presidente [José do Lago] falar que essa CPI vai sair do papel a partir da próxima semana. Agora a gente está aqui no nível de Assembleia, a gente espera o nosso companheiro lá do Parlamento dar uma resposta a altura para a nossa comunidade. E eu torço e quero saber o resultado final desta CPI, porque do jeito que está, não tem como ficar.

Com essa experiência aqui na Assembleia, quais são os seus projetos?

A princípio, a gente vem para uma reeleição, uma reeleição municipal. E com a habilidade que nós temos agora, a gente entregou, participou em vários projetos que a gente conseguiu realizar na nossa capital. Acredito que a gente é um candidato, possivelmente, eu quero ser o primeiro. Eu quero ser o primeiro a levantar essa capital. Temos trabalhado bastante, buscado soluções, resolvido problemas. Temos uma região muito grande, a região sul, nossos Aurenys. Então a gente está fortalecido e a gente está pronto para vir para essa reeleição.

O que o sr. pretende realizar no tempo que permanecer na Assembleia?

O foco é a nossa região, que é onde eu fui mais bem votado, Palmas. Eu fui o quinto ou quarto mais bem votado na capital. A gente quer fazer diferente. Na verdade, a gente quer errar menos. A gente, ficando aqui, tendo a possibilidade de ter acesso às emendas, a gente quer ajudar também. Nós temos vários bairros aqui que precisam de emendas estaduais. E pautar projetos que possam dar qualidade de vida ao funcionalismo público. E a gente quer ajudar também esse povo necessitado que nós temos aqui. Nós temos muita problemática na capital. A gente quer focar um pouco aqui dentro. Fazer a diferença.

Luzimangues hoje é uma potência e tem que ter essa boa relação com Palmas

Como o sr. avalia o destino de Luzimangues? Cidade dormitório ou polo industrial de Palma? Problema ou solução?

Na verdade, Luzimangues hoje é uma potência. E tem que ter essa boa relação, tem que ver o que pode ser feito para ou levar para Porto [Nacional] ou trazer para Palmas. Eu sei que a gente tem que sentar com nossos companheiros parlamentares para ver qual é a melhor saída.