O candidato a governador Ronaldo Dimas (PL) está convicto que é possível transformar o Tocantins a partir de uma gestão competente e eficaz, bem planejada e que realize o que foi planejado, a exemplo de Araguaína, município que comandou por dois mandatos consecutivos (2012- 2020) e que deixou o cargo como o melhor gestor da história da cidade, segunda maior do Estado, de onde saiu como forte candidato ao Palácio Araguaia.

Dimas aponta que Estado há pelo menos 15 anos vem desacelerando o seu desenvolvimento, resultado de governos improvisados, sem planejamento, que surgem como salvadores da pátria e levam o Estado a viver aventuras. “As coisas em vez de melhorarem depois do muito que foi feito, começaram a andar pra traz. Estruturas arcaicas, algumas em péssimo estado, basta ir no [Hospital e Maternidade] Dona Regina para ver; estradas, antes referência para o Brasil, hoje referência em buraco, muitas voltando a ser de terra, por incrível que pareça”, comenta o candidato.  

O candidato revela que tem muitos projetos que pretende realizar junto com os prefeitos. Anuncia que 2,5% do orçamento será repassado aos municípios para a implementação de projetos de promoção da qualidade de vida das pessoas. “Ao longo desses 33 anos do Tocantins, muito pouco foi investido nos municípios. O Estado cumpriu com suas missões, com a responsabilidade que lhe cabe; fazendo escolas, fazendo hospitais, que é responsabilidade do Estado, mas ajudar os municípios a melhorar a qualidade de vida, urbana e rural também, muito pouco foi feito”, defende.

Ronaldo Dimas Nogueira Pereira, mineiro de Frutal, 61 anos, engenheiro civil, empresário do ramo da construção civil, foi dirigente da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto), ingressou na política em 2002, ao se eleger deputado federal. Foi candidato a vice-governador na chapa de Siqueira Campos, em 2006, não tendo sido eleito. Em 2008, se candidatou a prefeito de Araguaína, tendo ficado em segundo lugar. Em 2010, tenta voltar à Câmara Federal e fica na 1ª suplência. Em 2012, se elege prefeito de Araguaína e é reeleito em 2016, tendo feito seu sucessor. Após deixar o cargo muito bem avaliado, passou a ter o nome lembrado para disputar o governo do Estado.

Que avaliação o sr. faz da campanha que oficialmente começou agora, mas a sua caminhada rumo ao Palácio Araguaia iniciou ainda no ano passado?

Eu fiquei durante oito anos muito focado na gestão municipal. Antes disso, ao contrário eu estava focado em todas as cidades do Estado como secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano, na época, no governo Siqueira Campos. Na prefeitura meu foco se volta para as ações dentro do município. É claro que Araguaína não é uma ilha, ela atinge boa parte do Estado, sua fronteira é muito superior aos seus limites geográficos, seu raio de influência é grande, mas eu precisava após terminar o mandato percorrer todo o Tocantins para sentir de perto os problemas e as necessidades de nosso povo. E isso eu fiz. E agora, de fato você tem razão, estamos começando a campanha eleitoral que começou na semana passada com o início da publicidade [eleitoral] gratuita no Rádio e na TV, que é o meio pelo qual chega a todo povo tocantinense. Eu tenho muito que mostrar, tanto do que foi feito quanto do que queremos realizar.

É possível fazer com que a gestão pública melhore a vida das pessoas.

Até onde o projeto bem sucedido de Araguaína serve como exemplo que pode ser replicado no universo do Estado?

Esse modelo serve de fato não só para o Tocantins. Eu tenho sido procurado para dar consultoria para diversos municípios maiores que Araguaína, inclusive. A experiência, a bagagem, ancorada, propicia isso. Tem sido até uma fonte de receita interessante para mim. Mas o que foi realizado lá mostra o tanto que é possível melhorar a vida das pessoas, através de uma gestão pública eficaz, eficiente, bem planejada, e que realize esse planejamento. É muito óbvio que as pessoas enxerguem que é possível sim fazer com que a gestão pública melhore a vida das pessoas. E nesse momento, é o momento da escolha, precisa de uma análise fria entre aspas, da população. É fria e quente ao mesmo tempo. Quem vai cuidar das nossas vidas nos próximos quatro ano, no mínimo, poque de fato você não espera de uma gestão só quatro anos. Tem que deixar as coisas andando por oito, por 10 anos, projetos importantes. Então essa análise, essa comparação, ela tem que ser feita com base no histórico o passado das pessoas. Se não for assim, você vai votar no João que apareceu aqui do dia para a noite, quem conhece o João? É o mágico, ou o Tampão de plantão, que agora aqui no Tocantins a gente tem plantão de governador tampão. E vira mágico do processo. Nunca tinha feito nada, um prego na barra de sabão e começa a inventar um monte de novela para mais uma vez tentar enganar a nossa população. Então eu acho que esse histórico é muito importante. E é importante demais os projetos. Quais são as realizações, os sonhos, o que é que a gente pretende fazer no futuro, nos oito, nos 20 anos? O planejamento também a longo prazo porque também o Tocantins se perdeu aí… há muito tempo que a gente não enxerga mais o que que vai acontecer no Estado. A gente sabia que ia acontecer, que a estrada tal vinha; que ia fazer uma escola, não sei onde; o hospital lá, e as coisas em vez de melhorarem depois do muito que foi feito, começaram a andar pra traz. Estruturas arcaicas hoje, algumas hospitalares em péssimo estado, basta ir no [Hospital e Maternidade] Dona Regina para ver, vai no Hospital [Geral] de Araguaína, ver como está, em várias unidades; estradas, antes referência para o Brasil, referência em buraco, referência negativa, muitas voltando a ser de terra, por incrível que pareça. Regressão na educação, nossa educação evolui, chegou ao 5º lugar no ensino médio, hoje é o penúltimo, em nível nacional; segurança, mesmo com toda a vontade da Polícia do Tocantins, a gente a ver com muita eficiência, com muita vontade, determinação, é uma polícia que atua, mas como é que atua, faltando três mil policiais? Mais da metade das cidades não tem um policial, sequer. Tudo isso é momento de ser analisado. Será se é este o Estado que nós queremos? Será se é esta a gestão que a gente espera do governo estadual? Para mim não é. A gente está num momento onde, infelizmente, temos que solucionar esses problemas, fazer um ataque na correção. Corrigir o que está errado, e, tudo está errado. Então, a gente tem que gastar um tempo relativamente grande para essa correção, e, ao mesmo tempo a gente não pode deixar de pensar nos projetos futuros. E esses projetos futuros precisam acontecer também.

Cada vez mais fica evidente a necessidade urgente de um choque de gestão. Como deve ser um choque de gestão neste contexto do Estado que tem regredido em conquistas importantes?

Esse modelo de gestão já mostrei em Araguaína, é só replicar aqui de uma forma maior e melhor. Porque que é melhor e maior? Porque os recursos são grandiosos. O orçamento é de R$ 12 bilhões anuais. É um bilhão de reais todos os meses. Isso bem gerenciado, bem organizado, com planejamento, um enxugamento claro dessa máquina pública para que tudo funcione perfeitamente, vai propiciar um ganho elevado da gestão.

O que o sr.  quer dizer quando se apresenta como a mudança segura, sem aventura?

É porque ocorreram aventuras no passado. O tocantinense acreditou em fantasias, em gente que chegou e do dia para a noite, era o bom, era o tal e acabou sendo uma aventura. E a gente não pode mais passar por isso. Tem que ter muita seriedade. Qualquer mudança mexe com a vida das pessoas. Sai da sua zona de conforto. Então por isso é que a gente fala nessa mudança, agora é uma mudança segura, com gente que já mostrou a que veio, que mostra que faz, que realiza. Realiza para a população. Por isso que a gente prega a mudança segura e sem as aventuras que eventualmente ocorreram.

Ronaldo Dimas concede entrevista ao jornalista Ruy Bucar | Foto: Daniel Machado

Temos vários programas que queremos executar junto com os prefeitos

Quando secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano, o sr. reclamava da falta de identidade urbanística das cidades tocantinenses e pregava a necessidade de o Estado atuar na promoção do desenvolvimento urbano. No governo pretende resgatar essas ideias?

Não tenho dúvidas disso. Temos vários programas que queremos executar junto com os prefeitos. Ao longo desses 33 anos do Tocantins, muito pouco foi investido nos municípios. O Estado cumpriu com suas missões, com a responsabilidade que lhe cabe; fazendo escolas, fazendo hospitais, que é responsabilidade do Estado, mas ajudar os municípios a melhorar a qualidade de vida, urbana e rural também, muito pouco foi feito. Só aparece uma lama asfáltica, uma “laminha” que vai virar sonrisal, na época de eleição. Isso não é o que a gente quer. Hoje, nós temos uma diferença de qualidade de vida muito grande, principalmente as regiões norte e sul e sudeste. Espaços de lazer, não temos; habitação, não tem. E nós queremos que todo o Tocantins tenha qualidade de vida. Então, para isso, o Estado precisa contribuir mais. 2,5% do orçamento, no ano que vem espero que seja algo em torno de R$ 400 milhões, nós vamos destinar tocantinenses. Uma parte fixa, pelo menos R$ 1,5 milhão ou R$ 2 milhões para cada município e a outra amplia-se de acordo com população e área geográfica. Para que bons projetos sejam executados dentro dos municípios, melhorando a qualidade de vida do cidadão que lá mora, contribuindo para fixa-lo na sua região. Além disso tem projetos específicos. Parques urbanos. Tem vários projetos que a gente desenvolveu lá na secretaria das Cidades em 2011 e 2012 que quero colocar em prática agora. Temos vários outros que já estamos desenvolvendo os estudos, vou levar ao conhecimento das mais diversas cidades, que iremos fazer ao longo do mandato. Muda demais a vida de uma cidade, de uma comunidade, uma área verde ampla, pista de caminhada, ciclovia, ´parquinho infantil para a meninada brincar, áreas de esportes para os jovens, mesmos os mais “vein” também praticarem atividade física. Isso muda consideravelmente a qualidade de vida de uma cidade. Eu tenho a convicção que a gente vai conseguir realizar muitos parques pelo Tocantins a fora.

O sr. não é o único candidato da base do presidente Jair Bolsonaro, mas é o que mais colou na sua imagem. Ser o candidato do Bolsonaro não atrapalha mais do que ajuda?

A gente tem de ter lado. Político sem lado não dá. Eu sou do PL, partido do presidente. E o meu presidente é ele, eu tenho lado.

O que o sr. espera de resultado eleitoral nesta parceria com o presidente?

Não é colar porque eu espero resultado eleitoral, não é isso. É colar porque eu tenho princípio. Meu princípio é este: quem está junto comigo, faz parte do meu grupo eu vou defender. Vai me dar mais voto, ótimo. Ah, vai me tirar voto, paciência. Tenho que convencer o eleitor que eu não sou ele. Que eu sou uma pessoa e ele é outra pessoa, porque alguém vai chegar aqui e dizer não gosto de você porque você está junto com ele, é uma coisa meio sem sentido, não é? Então, o cidadão precisa gostar da gente, respeitar a gente, pelo que a gente é, e eu levo o nome dele porque respeito ele e gosto da forma como ele trabalha. Agora, eu respeito o cidadão, que por um motivo ou outro, vota em outro candidato, assim como respeito o cidadão, que por um motivo ou outro, não vota em mim. Tenho que respeitar isso, e a democracia.

Aqui é o celeiro do mundo, nós cada dia mais vamos ser responsáveis pela alimentação de bilhões de pessoas

O que podemos esperar desse último mês de campanha que resta até o dia dois de outubro?

Queremos mostrar os grandes projetos, a forma como faremos o desenvolvimento ocorrer, a forma como geraremos emprego e renda para a população, grande programa habitacional que quero fazer, os grandes programas que estão aí há anos, décadas paralisados, projetos como o PRODOESTE, Projeto Formoso, revitalização; lá no norte o Ecoporto de Praia Norte, voltar com força e exigir que essa hidrovia do Araguaia-Tocantins funcione. Isso é fundamental para o desenvolvimento do país, não é só do Tocantins, não, e do mundo. em muitos casos. Aqui é o celeiro do mundo, nós cada dia mais vamos ser responsáveis pela alimentação de bilhões de pessoas. E vamos cumpri-la com muito respeito ao meio ambiente, sempre verificando o que pode e o que não pode utilizado, mas cumprindo o nosso dever, o nosso papel, gerando emprego e renda para o nosso povo. Um Estado rico como este não pode ter povo pobre. E nós não queremos. Essa é a meta-objetivo, que essa riqueza seja distribuída entre todos.