Quem é PT depois da Lava Jato e do impeachment?

11 novembro 2017 às 12h11

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Na terça-feira, 7, o deputado estadual e presidente estadual do PT, Zé Roberto, reafirmou na tribuna da Assembleia Legislativa o posicionamento da sigla no Estado. “O PT do Tocantins não negociará com nenhum golpista ou com quem participou do golpe”, disse o parlamentar, acrescentando que essa posição também é defendida pela presidente do PT nacional, senadora Gleisi Hoffmann, do Paraná – que por sinal, é ré em processo sob acusação de ter recebido R$ 1 milhão de caixa 2 oriundos de contratos na Petrobrás para abastecer sua campanha ao Senado em 2010.
“Precisamos trabalhar para reverter o mal que o golpe de Estado trouxe para os brasileiros e não permitir a retirada das conquistas e direitos dos trabalhadores e o repasse das riquezas do país. A partir disso, construir um processo democrático e participativo, que tenha compromisso com o povo brasileiro e não a serviço das multinacionais e notadamente do sistema financeiro brasileiro e internacional”, discursou Zé Roberto.
Ao que parece, a ala mais revoltada do PT esqueceu de combinar com o “chefe”, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse, recentemente, num comício de sua caravana em Minas Gerais que “perdoa os golpistas”. A declaração de Lula, contudo, esconde como uma cortina de fumaça, a postura imoral que o PT tem adotado nos últimos anos. Aliado ao PMDB, as siglas abocanham nada menos do que 25% do fundo eleitoral recém-aprovado pelo Congresso Nacional. Isso significa que, além de terem um significativo tempo na mídia, as duas legendas – caso se unissem – ficariam com R$ 450 milhões do R$ 1,7 bilhão do fundo. Logicamente, a imprensa nacional repercutiu enfaticamente o discurso de Lula, complementando que PT e PMDB devem estar aliados em ao menos seis Estados, entre eles o Tocantins. Zé Roberto nega veementemente, contudo, caso o dono do partido – leia-se Lula – decida por tal caminho, o parlamentar tocantinense acabará por ficar falando sozinho.
A postura do deputado tocantinense obriga-nos a uma reflexão: quem é o PT para fazer quaisquer exigências? As outras siglas é que estão correndo léguas de se aliar ao PT, um partido desgastado e corroído pelo fluido da corrupção. Não há defesa de ideologias nesse tipo de discurso, mas sim, uma arrogância sem precedentes, fruto da empáfia de quem exerceu o poder por muitos anos, regado a desmandos e absurdos. Pelo que deixam transparecer, os membros do PT ainda não entenderam que a “casa caiu”, o reinado acabou e diante do quadro atual, o partido não é alvo de qualquer cortejo, por parte dos dirigentes de outras agremiações políticas.