Por onde anda o Tuide? Ex-jogador avalia que falha infantil frustrou o sonho do hexa

18 dezembro 2022 às 00h02

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Amantes do futebol, sobretudo de Goiás e do Tocantins, devem se perguntar: por onde anda o Tuide? O lateral esquerdo habilidoso, que chutava com os dois pés, tinha forte impulsão e uma elegância no trato com a bola. Uma mistura de toque refinado de Edinho, dos áureos tempos da máquina tricolor das Laranjeiras e o chute indefensável de Nelinho, do Cruzeiro. Quem o viu jogar, viu um craque fazer pinturas pela lateral do campo. Tanto sabia defender como atacar e ainda fazia gols.
Tuide fez história no futebol goiano, nas décadas de 70 e 80. Começou a carreira profissional nas formações de base do Goiás, passou pelo Itumbiara, Goiatuba, Anápolis, América de Morrinhos, Novo Horizontino (SP), Araçatuba (SP), União de Francisco Mourão (PR) e Botafogo da Paraíba, dentre outros. Teve proposta para ir para o Fluminense, depois que os dirigentes do clube carioca o viram jogar. O ex-jogador conta que sua atuação na partida amistosa entre Itumbiara e Fluminense, realizada no Estádio JK, em Itumbiara, reforçou o desejo do Tricolor.
Tuide revela que nesta partida perdeu dois gols, ainda assim surgiu o convite para se transferir para o futebol carioca. Por azar, na semana seguinte, num jogo contra o Jataiense, estourou o joelho e teve que ficar seis meses, sem jogar, fazendo tratamento. A contusão inviabilizou a ida para o Tricolor. “Esse foi um jogo muito bom, inclusive perdi dois gols, talvez se tivesse feito teria ido no mesmo dia do jogo”, comenta, lembrando que a negociação já estava bem adiantada.

Tuide foi um dos primeiros atletas do norte de Goiás a conquistar vaga no elenco de um grande clube da primeira divisão do futebol brasileiro, seguindo Reinaldo (Peixe), Amado (Pedro Afonso), Gilson Jader (Dianópolis), abrindo caminhos para muitos outros que vieram depois, a exemplo de Roni (Aurora do Tocantins) Sandro Hiroshi (Araguaína), Lúcio Bala (Alvorada) e Tiba (Araguaína), dentre outros.
Nossa reportagem o encontrou no estádio de sua cidade, na beira do gramado, numa tarde de sábado, pronto para entrar em campo para disputar um campeonato de master. Tuide nasceu em Xambioá, mas foi criado em Cristalândia, cidade dos garimpos de cristais, a 150 quilômetros de Palmas, pacata e tranquila, onde o ex-jogador é tratado como ídolo. Tuide mantém uma relação de amor com a sua cidade de origem. Gosta da vida tranquila, entre amigos. Divide o tempo entre cuidar do sítio, próximo à cidade e a escolinha de futebol. Tuide é formado em Educação Física e tem orgulho do que faz. Ajudar a formar cidadãos por meio do esporte.
Simpático e sempre solícito aceitou falar um pouco da sua trajetória no futebol profissional, desde que fosse depois da partida do campeonato local. No domingo cedo nos recebeu em sua residência e abriu o coração e o baú das boas memórias do futebol, do seu tempo.

Tuide começou o bate-papo explicando a origem do nome. “É curioso, todo mundo me conhece como Tuide, mas meu nome é Roberto Luiz Brito Souza. As minhas irmãs quando crianças não falavam Luiz, no lugar do Luiz falavam Tuide, terminou ficando Tuide. Ninguém me conhece como Roberto, só Tuide, na área esportiva, principalmente. Até aqui mesmo em Cristalândia onde eu fui criado, quase ninguém sabe que meu nome é Roberto. Eu também gosto do nome Tuide”, brinca, orgulhoso, pelo que o seu nome representa para o futebol.
Em toda a sua fala, Tuide faz questão de pontuar citando nomes, uma forma gradecer as pessoas que o ajudaram na carreira. Principalmente no início, quando ainda não havia despertado para o futebol profissional. Revela que o professor Durval [Ribeiro], treinador do Clube Atlético Paraíso (CAP), de Paraíso do Tocantins, foi o grande responsável por colocá-lo em contado com o futebol profissional. Sempre que Paraíso recebia uma grande equipe Tuide era convidado a defender o time local, que segundo ele, era uma equipe muito boa, que dava sufoco nos times profissionais de Goiás.
O elenco da época não deixa dúvida. Osmar Figueroa, Zé Verdão, Tuide, Joaquim Muniz, José Antônio (goleiro), Dirceu e Reis, na defesa. Ataque, Luizinho, Benê, Bidé, Bié, Genésio Cardoso e Hilton Madiera. Treinador, Durval Ribeiro. Estádio Municipal José Pereira Rêgo, o Pereirão, na época, cercado de pano, nos moldes de lona de circo era o palco das disputas. Tuide lembra que mesmo com este cercamento improvisado o “estádio” ficava lotado, e segundo ele, era muito interessante jogar com o apoio da torcida que empurrava o time.

Tuide lembra que a primeira oportunidade que teve para mostrar o seu futebol, enfrentando uma equipe profissional, foi contra o Vila Nova, de Goiás, a convite do professor Durval, que o via com potencial para seguir a carreira profissional. O jogo em que o CAP venceu abriu caminhos para o garoto de Cristalândia tentar carreira em Goiânia. Foi direto para as categorias de base do Goiás e não demorou muito para despontar, ainda garoto, mas já atuando no elenco profissional.
Sobre os momentos marcantes dentro de campo, Tuide lembra da estreia no Itumbiara, onde acabava de chegar vindo da categoria de base do Goiás. “Eu estava chegando no Itumbiara naquela época, o Adilberto, lateral esquerdo, na sexta-feira teve uma lesão no tornozelo e eu era opção, estava iniciando ainda, era molecão novo, tinha saído da base do Goiás e o pessoal da imprensa, dizia, não pode colocar o moleque contra o Vila [Nova], o time é muito forte e ele é novo, isso não vai dar certo, marcando o Lino (Lino, depois foi pro Santos) não vai aguentar Aderbal [treinador do Itumbiara], diziam. Aí o Aderbal chegou lá e me perguntou, você está bem? Eu disse, estou. Ele falou, então você vai jogar. Fui pro jogo, primeiro tempo, zero a zero. Jogo bem truncado. No segundo tempo, se não me engano aos cinco ou sete minutos de jogo tive a felicidade de fazer o gol. Ganhamos de um a zero. Isso daí foi o máximo para mim. Acabou o tempo ruim”, relembra.

Tuide atuou no futebol profissional por 12 anos, depois do surgimento precoce, atuando no time principal de Cristalândia e de Paraíso, ainda garoto jogando com adultos. No profissional passou por nove clubes, de quatro estados – em Goiás atou no Goiás, no Itumbiara, no Goiatuba, no Anápolis e no América de Morrinhos; em São Paulo, jogou no Novorizontino e no Araçatuba; no Paraná, jogou no União de Francisco Mourão e na Paraíba, jogou no Botafogo – por onde passou deixou uma boa imagem, de atleta disciplinado, jogador de talento e raça, que sabia o que fazer com a bola. Não dava chutão e nem rifava a bola. Também não era de simular falta ou reclamar da arbitragem. Jogava seu futebol alegre e divertido, com elegância.
Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção, Tuide fala de Copa do Mundo, da frustração do hexa no Catar, da falta de investimento para alavancar o futebol tocantinense e revela quais foram os momentos marcantes que viveu em campo. Fala ainda da vida pacata que leva em sua cidade, da paixão pela sua terra e do orgulho de ser tocantinense. “Eu amo o Tocantins”, declara. Tuide é casado com a psicóloga Maria do Socorro Batista da Silva Brito, tem dois filhos, Mattheus Luiz e Luccas Brito. Luccas seguiu os passos do pai e chegou a atuar no futebol profissional.

Todo brasileiro tinha essa Copa como ganha
Tuide
Tuide, como você avalia a participação do Brasil na Copa do Mundo do Catar, sobretudo a queda nas oitavas de final para a Croácia?
É difícil explicar aquela derrota para a Croácia. Até mesmo os jogadores sentem dificuldade de explicar. A gente tem uma seleção qualificada, tanto individualmente como em termos de grupo, e tivermos uma falha infantil. Uma falha numa bola parada, bola nossa, acabando o jogo, uma seleção não pode, nenhum time pode tomar um gol daqueles. Faltou conversa dentro de campo, o próprio treinador em ver o jogo. O jogo estava ganho. Numa falta daquelas, tomamos um contra-ataque, tomamos o gol e já estava no final não teve força para virar o jogo. Acredito que faltou um pouco mais de maturidade da nossa equipe, coletivamente, porque não pode tomar um gol daqueles, nenhum clube, quanto mais uma seleção pode tomar um gol infantil daqueles.
Foi algo inexplicável, falha nos detalhes, uma bobeira, que terminou deixando escapar uma Copa do Mundo
O que fica de lição, o consolo de ser uma seleção que era favorita porque tinha futebol para tanto, mas perdeu nos detalhes?
Com essa seleção todo brasileiro tinha como uma copa ganha. Quer dizer, nós tínhamos um grupo muito talentoso, tanto coletivamente como individualmente, foi algo inexplicável, falha nos detalhes, uma bobeira, que terminou deixando escapar uma Copa do Mundo, porque agora vai ter que esperar mais quatro anos, apesar desse grupo ser muito novo, temos condições de ainda ter uma grande seleção e tentar ir buscar o título. Procurar avaliar melhor os erros para que não aconteçam mais.
Nós temos uma seleção, uma seleção não, nós temos duas seleções com condições de disputar qualquer título.
Tuide, os analistas apontam que o futebol mudou muito nos últimos anos, que agora está todo mundo muito nivelado, praticando um futebol mais intenso, em que o mais importante não é ataque, mas a posse de bola?
Justamente, o futebol hoje é totalmente diferente do se praticava na nossa época. Na nossa época era mais força, mais marcação, muito forte. Hoje, se valoriza muito a posse de bola. Cada treinador tem a sua forma de trabalhar. Usam muitos esquemas, mas o mais importante é que nós temos uma seleção, uma seleção não, nós temos duas seleções com condições de disputar qualquer título.
Nós temos que ter pelo menos um grande clube aqui no Estado que possar fazer frente no Campeonato Brasileiro

Tuide, como você avalia o desenvolvimento do futebol tocantinense, o que explica o Estado ainda não contar com uma grande equipe, embora tenha revelado muitos talentos?
O Tocantins já promoveu muitos jogadores bons. Nós temos muitos talentos em nosso Estado, agora o futebol profissional não sei porque ainda não decolou. Temos um Estado rico, uma Capital muito bonita, o pessoal gosta de futebol, acho que falta investimento. Talentos nós temos no Estado, lógico que só os atletas do Estado não vão formar uma equipe competitiva como deve ser. Com o investimento dos empresários, do governo do Estado, de quem for, pode trazer pessoas que juntos com os daqui possam formar um grande clube. Nós temos que ter pelo menos um grande clube aqui no Estado que possa fazer frente no Campeonato Brasileiro, na Copa do Brasil, na Copa Verde, sei lá qual é a competição, mas que possa representar bem nosso Estado.
Durval foi a primeira pessoa a me dar uma oportunidade de jogar, lá em Paraíso, contra o Vila
Sobre o futebol goiano, onde você atuou mais tempo, o que te chama mais atenção atualmente?
Eu tive a oportunidade de atuar no futebol goiano. Na minha época tínhamos grande jogadores, no Goiás, Vila Nova, Goiânia, Atlético e Itumbiara, clube para onde fui e que tinha uma equipe muito qualificada. Eu sempre acompanho o futebol goiano. O Goiás, Atlético, Vila, todos trazem jogadores de alto nível para fortalecer o futebol goiano. Esse também tem que ser o pensamento do pessoal do Tocantins que está envolvido com o esporte. Sem investimento não é possível trazer jogador. Vai ficar nisso daí, um campeonatozinho do Estado, quem ganha vai disputar a Copa Brasil, sai na primeira fase. Na minha época era muito mais difícil, agora temos futebol profissional dentro do nosso Estado. Naquela época não tinha, você era obrigado a ir para Goiânia, tentar uma vaga num clube daqueles que não era fácil. Graças a Deus rompi essa barreira, fui para o profissional, joguei 12 anos como profissional, e agradeço a Deus por tudo e pelas pessoas daqui que me ajudaram, o professor Durval [Ribeiro], que foi a primeira pessoa a me dar uma oportunidade de jogar, lá em Paraíso, contra o Vila [Nova] e outras pessoas que também me deram muita força. O Becão, aqui de Cristalândia, que era o meu treinador, foi uma pessoa muito importante; Nelson Silva, que me ajudou muito lá em Goiânia, foi ele quem me levou lá em Itumbiara, me deixou lá na concentração, foram as pessoas que fizeram parte da minha trajetória para o profissional. Talvez eu esteja esquecendo o nome de algum, mas todos, sou eternamente grato por ter me ajudado.

O que mais te marcou dentro de campo, com a bola rolando?
Tem uma passagem muito importante na minha carreira que foi quando a gente estava disputando o seletivo, que era a [definição] do primeiro clube goiano para disputar o Campeonato Brasileiro, era os quatro times da Capital [Goiás, Vila Nova, Goiânia, Atlético] e o Itumbiara. Eu estava chegando no Itumbiara naquela época, o Adilberto, lateral esquerdo, na sexta-feira teve uma lesão no tornozelo e eu era opção, estava iniciando ainda, era molecão novo, tinha saído da base do Goiás e o pessoal da imprensa dizia, não pode colocar o moleque contra o Vila [Nova], o time é muito forte e ele é novo, isso não vai dar certo, marcando o Lino (Lino, depois foi pro Santos) não vai aguentar Aderbal [treinador do Itumbiara] aí o Aderbal chegou lá e me perguntou, você está bem?, eu disse: estou. Ele disse, então você vai jogar. Fui pro jogo. Primeiro tempo zero a zero, jogo bem truncado; no segundo tempo, se não me engano aos cinco ou sete minutos de jogo tive a felicidade de fazer o gol. Ganhamos de um a zero. Isso daí foi o máximo para mim. Acabou o tempo ruim. Aí joguei todas as partidas depois e fiquei como titular da equipe, então foi muito marcante para mim.
Tem uma outra passagem no Novorizontino, quando nós subimos para a primeira divisão, que era muito difícil, quem jogou lá em São Paulo sabe que não é fácil. Lá no interior todo jogo é difícil. Nós tivemos a oportunidade de subir para a primeira divisão, então esses dois episódios foram bem marcantes para mim.
Tuide, você inicialmente jogava como zagueiro, depois que subiu para o profissional foi deslocado para a lateral esquerda. O que motivou essa mudança?
Realmente aqui eu jogava como zagueiro, porque eu tinha uma impulsão muito boa, o professor dizia, tem que jogar no meio ali, dizia o Durval; o Becão que às vezes me colocava na lateral, às vezes no meio. Quando eu fui para o Itumbiara, o Aderbal [Lana] falou assim: não, a estatura sua não é recomendável para zagueiro, você vai jogar na lateral. E eu tinha facilidade com a perna esquerda e a perna direita aí fui e deu certo. Eu gostava também de jogar pelos lados. Naquela época era muita marcação e tinha facilidade muito boa de fazer marcação, aí gostei e fiquei na lateral até encerrar a carreira.
Tuide, você consegue lembrar um pouco dos jogadores da sua época. Com quem você atuou nesses clubes por onde você passou?
Na base do Goiás, por onde comecei, era a época do Marcos, Paulo Alves, Wilson, Sargentin, Serrote e outros que não me recordo agora. No Itumbiara era Waltinho, Juci, Lima, Edilberto, Joãozinho, Alvair, Geraldo, Maurinho; Roberto Bobinha que depois esteve no Vila, Gerson, ponta esquerda, e outros que fizeram parte da equipe, estou falando aqui praticamente o time que era titular. Depois fui para o Goiatuba, onde joguei com Romeu, Pintinho e outros. Depois no Anápolis com Roberto Chaves, Salé; Eudes, goleiro, Gideoni. Depois fui para São Paulo e depois para o Paraná, praticamente o mesmo time, foi um grupo do Novorizontino que foi. O Paulo Alves, eu, o Silvinho, joguei também com o Wilson Sorriso que jogou no Atlético muito tempo, depois fui para o Botafogo da Paraíba e lá com o goleiro era muito bom, o Pedrinho, o Salé estava comigo lá, o Silvinho; Marco Antônio, ponta direita que jogou no Goiânia, e tinha o jogador de lá, o Washington Luiz, o Washington Lobo que era lá da Paraíba e que era muito bom também e tinha alguns jogadores da Bahia que não recordo os nomes.

Os times que eu joguei tive a felicidade de chegar e encontrar um grupo muito bom. Um grupo unido que queria vencer, tá entendendo? Então, graças a Deus em todos os clubes por onde passei a gente sempre chegou entre os primeiros. Isso foi muito importante para mim.
Como foi o seu contato com os grandes ídolos do Goiás, Lincoln, Tião Macalé, Triel, Matinha, Paguete, Rinaldo…?
Quando eu cheguei no Goiás esse grupo era o time de Goiás, apesar de que o Vila também tinha um time muito qualificado nesta época, era Alexandre no Gol, Macalé, Tuíra, Lucin do Samba, Matinha, Pita, que depois foi para o Corinthians; Reinaldo, que é de Peixe, conterrâneo da gente, era um time para se tirar o chapéu. Era praticamente a seleção goiana, tinha dois ou três do Vila que completava a seleção. Mas praticamente o Goiás era a seleção goiana. Também tinha o Luiz Dário, que jogou no Vila. O Vila também tinha um time muito bom. Daquela época os menos competitivos eram o Goiânia e Atlético, mesmo assim tinham boas equipes. Então esses eram os grandes jogadores da época, além de bons dentro de campo, também eram gente muito boa, ajudavam muito a gente, davam moral pra gente, isso é que faz um jogador ser ídolo.
Tuide, você teve a oportunidade de passar por vários estados como jogador e ao encerrar a carreira terminou voltando para a sua terra. Como é a vida aqui, as pessoas te veem como ídolo?
Eu sou apaixonado pelo Tocantins. Eu gosto muito da nossa região, adoro, principalmente Cristalândia. São dois lugares que escolheria para morar, Cristalândia e Paraíso [do Tocantins], lá eu sempre fui muito acolhido quando ia jogar. Quando chegava o pessoal sabia eu estava lá recebia um apoio muito grande, o Genésio [Cardoso], e tantos outros. Então eu estava em João Pessoa, casei lá, quando estava jogando no Botafogo, fiquei morando lá e aí me convidaram para fazer um trabalho aqui na área do esporte, na escolinha e eu aceitei. Aí vim, já estou com 22 anos que voltei. No início foi difícil, hoje minha esposa, a Socorro, aprendeu a gostar, agora já é tocantinense também. Os meus meninos, um mora aqui comigo, o Luccas que chegou a jogar no profissional, mas estourou o joelho cedo e aí não quis mais continuar a carreira. É formado em Educação Física, trabalha na academia aqui, e outro mora em João Pessoa.