Deputada enumera conquistas da gestão estadual, informa que será candidata novamente à Câmara dos Deputados e acredita que seu partido poderá crescer mais em 2018

Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados

A deputada federal Josi Nunes é otimista quanto aos rumos do PMDB no Estado. “Diante do quadro nacional, analisando todas as dificuldades, avalio como positiva a gestão do governador Marcelo Miranda. Ele tem cumprido bem essa tarefa de administrar com responsabilidade o Estado”, afirma.

Parlamentar que se coloca como defensora das causas do Tocantins, ao longo dos anos vem demonstrando compromisso municipalista, quer seja na destinação de recursos para obras no Estado, quer seja pelo seu fácil trâmite no Congresso Nacional e ministérios, que acabam por abrir portas para o governador Marcelo Miranda, como também para os prefeitos que fazem parte da sua base de sustentação.

Josiniane Braga Nunes é tocantinense de Porto Nacional. Suas origens políticas são eminentemente familiares, uma vez que seu pai, Jacinto Nunes, foi prefeito de Gurupi, e sua mãe, Dolores Nunes, já exerceu cargos de deputada estadual e federal pelo Tocantins e atualmente é vice-prefeita de Gurupi. Josi Nunes foi deputada estadual por quatro mandatos, sempre pelo PMDB, e em 2014 foi eleita deputada federal com expressiva votação, mais de 53 mil votos.

Como a sra. avalia a gestão do governador Marcelo Miranda? Após dois anos, houve uma retomada das ações, uma vez que ele assumiu a gestão de um governo totalmente combalido?

Ele peregrina em todos os gabinetes aqui em Brasília, na busca incessante de recursos, e digo-lhe que foi ele que nos convenceu a direcionar a emenda de bancada de 2017 para a ponte de Xambioá. Inobstante a isso, não pode ser desconsiderado o esforço contínuo para a obtenção de empréstimos com o intuito de alavancar o Estado, como a construção da nova ponte de Porto Nacional, pavimentação de vias importantes, além de investimentos na saúde, como a revitalização de vários hospitais no interior, além da reforma e ampliação do Hospital Geral Público de Palmas (HGPP).

Dentro da perspectiva do cenário nacional e da crise que assola o país, considero a gestão como positiva. Ele tem conseguido, após muito esforço, reorganizar o Estado e anunciou há poucos dias, o pagamento da data-base do funcionalismo. Outros Estados, como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, por exemplo, não conseguem sequer manter o pagamento em dia dos servidores públicos. Então, diante do quadro nacional, analisando todas as dificuldades, avalio como positiva a gestão do governador Marcelo Miranda. Entendo que continuar a caminhada é importante e avalio que ele tem cumprido bem essa tarefa de administrar – com responsabilidade – o Estado que todos nós, tocantinenses, amamos.

Em que pese a reforma política ainda tramitar pelo Congresso Nacional e as regras ainda não estarem totalmente definidas, o PMDB, logicamente, está se organizando para o pleito de 2018. Quais são as suas perspectivas para o ano vindouro? A sra. é candidata à reeleição?

Naturalmente sou pré-candidata à reeleição. Estamos conversando internamente e nos mobilizando. Nosso presidente estadual, Derval de Paiva, após reorganizar o partido está convicto que poderemos fazer a sigla crescer ainda mais no Estado do Tocantins. No dia 20 faremos um grande encontro em Araguaína e no mês de dezembro, outra grande reunião, em local ainda a ser definido. O partido está se organizando em seus segmentos, PMDB Jovem, PMDB Mulher, Fundação Ulisses Guimarães, da qual sou presidente, que ministra cursos de formação política, entre outros.

Sabemos que o partido assumiu um desafio muito grande, uma vez que tirar o Brasil da caótica situação em que se encontra, é uma árdua tarefa. Contudo, a história da nossa sigla é maior do que esses problemas e vamos superá-los.

Sob o comando do presidente Derval, estamos nos unindo, formando novas alianças com outros partidos na busca de uma chapa forte e consolidada para 2018. Está definido que nosso governador, Marcelo Miranda, vai para a reeleição. Na mesma linha, eu também tentarei me reeleger, sob a bandeira municipalista. Tenho projetos que necessitam de continuidade, além de surgirem novas demandas e problemáticas a cada dia. A minha essência é colaborar, ajudar, contribuir com o Estado do Tocantins e o seu povo, por isso, colocarei meu nome novamente à disposição da população.

Aproxima-se o final do ano e a pauta do Congresso Na­cional passa a ser o orçamento de 2018. Quais são os próximos passos?

Nesse primeiro momento, até o dia 20, os deputados devem indicar para quais áreas serão destinadas as emendas individuais. Não é necessário, por enquanto, dizer quais são as cidades que serão beneficiadas. Num segundo momento, em conversas com os gestores municipais, definimos quais são as prioridades.

Quais são as áreas prioritárias para estas destinações de recursos?

Por lei, 50% deve estar vinculado à saúde. Estamos tentando mudar essa regra para educação e saúde. Muitos municípios não precisam mais de investimentos em saúde, por exemplo, uma vez que já contam com postos de saúde, equipamentos e ambulâncias. Por isso, muitos gestores nos apresentam outras reivindicações, sendo a maior delas, hoje, pavimentação asfáltica. Em razão disso, visando atender os anseios dos munícipes destinarei minhas emendas, na ordem de R$ 15 milhões, para esse fim, como também, evidentemente, para a educação, segurança pública, cultura, etc.

Em relação à emenda de bancada, os parlamentares do Tocantins fizeram um esforço conjunto e destinaram as verbas dessa rubrica para a construção da ponte sobre o Rio Araguaia, que liga o município tocantinense de Xambioá a São Geraldo, no Pará. Como foi essa decisão coletiva e atrelado a quais fatores isso ocorreu?

A emenda de bancada impositiva — aquela que obrigatoriamente será paga — foi destinada para a construção desta ponte, em comum acordo entre deputados e senadores. Foram destinados, inicialmente, R$ 100 milhões, contudo houve contingenciamentos, reduzindo o valor para R$ 67 milhões. O certo é que o presidente da República já lançou a pedra fundamental e as obras iniciarão em janeiro de 2018. Trata-se, portanto, de um esforço conjunto da bancada. Uma obra muito importante para ambos os Estados da região Norte, que viabilizará o escoamento da produção daquela região.

Vamos nos reunir agora para definir a emenda de bancada para o ano de 2018. Uma área prioritária é a educação. O objetivo é adquirir ônibus escolares, equipamentos tecnológicos, além de climatizar as escolas. A outra área, provavelmente, será a conclusão da BR-010. Vários prefeitos têm reivindicado o asfaltamento dos trechos ainda não pavimentados, interligando o Tocantins de Norte a Sul, um antigo sonho da nossa população.
Falando em sonho antigo, e quanto à BR-242, que corta o Tocantins de Leste a Oeste, passando pelo seu município de origem, Gurupi? Qual é a previsão para a conclusão?

Também estamos trabalhando junto ao DNIT e Ministérios, mas a questão que ainda precisa ser discutida e resolvida é a área indígena, uma vez que o traçado original passa por dentro da Ilha do Bananal. Estamos discutindo o tema com ministros ligados a essas áreas, visto que se trata de outra obra de crucial importância para o desenvolvimento do potencial agrícola e econômico daquela região do Tocantins, como também do Mato Grosso.

“Na emenda de bancada para o ano de 2018, a Educação é prioritária. O objetivo é adquirir ônibus escolares, equipamentos tecnológicos, além de climatizar as escolas”

E a duplicação da BR-153?

Infelizmente, enfrentamos um problema com a concessionária do trecho Anápolis (GO) até Aliança (TO). Face ao envolvimento dos sócios da Queiroz-Galvão na operação Lava Jato, a obra ficou praticamente impossibilitada de prosseguir, vez que os recursos eram originários do BNDES.

O contrato de concessão foi rompido, por ordem do governo federal. Será aberto um novo processo licitatório, de forma tal que seja escolhida outra empresa ou um consórcio de empresas, que fará a duplicação daquele trecho. O que deve ser ressaltado, no entanto, é que agora o DNIT está autorizado a fazer a conservação da estrada, como operações tapa-buracos e recapeamento da via, uma vez que, enquanto o contrato de concessão estava em vigor, o órgão estava, automaticamente, impedido de prestar tal serviço.

A sra. foi a relatora do projeto de desmembramento da Universi­dade Federal do Tocan­tins, criando a Universidade Federal do Norte do Tocantins. En­tretanto, aceitou apenas parcialmente a emenda da deputada Dorinha, não permitindo que cidades como Colinas e Filadélfia fossem beneficiadas. Quais foram as razões dessa exclusão?

Considero de extrema valia a divisão e criação de uma nova universidade, não apenas para permitir mais autonomia administrativa e financeira, como também para beneficiar mais cidades e outras comunidades.

Essa autonomia é importante para apresentação de novos projetos, como também para angariar novos recursos para a educação. Vivi de perto, junto com meu pai, a criação e o início da Fafich, que depois se transformou em Unirg. Foi de extrema importância para Gurupi, a criação da nova universidade, porque proporcionou desenvolvimento para aquela região, educacionalmente, economicamente e socialmente, uma vez que formou e capacitou pessoas e criou uma nova mentalidade.

A proposta inicial do governo federal era desmembrar os campi de Araguaína e Tocantinópolis. Fizemos uma audiência pública, ouvimos a comunidade acadêmica e decidimos incluir quatro cidades-polo no desmembramento, além das duas iniciais, Xambioá e Guaraí. Fizemos a exclusão das outras – Colinas e Filadélfia – em razão do cenário socioeconômico pelo qual passa o País. Os investimentos para implantar todas as unidades no mesmo momento seriam enormes e, considerando a capacidade financeira atual, seria inviável. Por isso, optamos por diminuir o número de campi e, em rela­ção aos aprovados, impla­ntá-los e viabilizá-los gradualmente.