PF investiga fraude no Incra do Tocantins
03 abril 2017 às 13h31

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PF investiga desvios de recursos em obras de estradas vicinais em assentamentos de municípios do Tocantins. Servidores do Incra e ex-prefeitos também são alvos
A Polícia Federal, o Ministério da Transparência, Fiscalização e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta sexta-feira (3/4) a Operação Rota 26. O objetivo é desarticular organização criminosa que desviava recursos públicos de obras de implantação e recuperação de estradas vicinais em projetos de assentamento de municípios do Tocantins.
Cerca de 90 pessoas, entre policiais federais e auditores da CGU, cumprem 21 mandados de busca e apreensão e 18 de condução coercitiva nas cidades de em Palmas, Miranorte, Paraíso do Tocantins, Araguaína, Buritis do Tocantins e Araguatins. A polícia apura a ocorrência de crimes de desvios de recurso, falsidade ideológica, fraude em procedimentos licitatórios e organização criminosa. O prejuízo estimado é cerca de R$ 1,5 milhão.
De acordo com a controladoria, foram constatadas irregularidades como deficiência na elaboração de projetos de engenharia; impropriedades no acompanhamento e fiscalização de obras; sobreposição de projetos para um mesmo trecho; serviços não executados e pagos; e obras executadas fora da área dos assentamentos ou fora da área de acessos a estes.
Os projetos, segundo o órgão, eram executados e fiscalizados pela Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Estado (Incra). “Os desvios contavam com a participação de servidores públicos do Incra, agentes municipais, empresários, ex-servidores e ex-prefeitos”, informou a controladoria, por meio de nota. Dois deputados estaduais também foram levados para prestar depoimento.
O nome da operação é uma alusão à lendária estrada americana que foi desativada em razão do surgimento de estradas mais modernas. O número 26 é mencionado para identificar a Superintendência Regional do Incra no estado do Tocantins (SR-26).