Candidato ao Senado pelo Solidariedade, Eduardo Gomes | Foto: Reprodução

A disputa pelo senado no Tocantins conseguiu arregimentar grandes ícones da política. Além dos naturais candidatos à reeleição, Ataídes Oliveira (PSDB) e Vicentinho Alves (PR), surgiram nomes de peso no mesmo cenário, tais como os deputados federais César Halum (PRB) e Irajá Abreu (PSD), o deputado estadual Paulo Mourão (PT) e o ex-parlamentar Eduardo Gomes (SD), que tem o ex-governador José Wilson Siqueira Campos (DEM) como suplente.

A porta da Câmara Alta do Congresso Nacional é muito estreita. É inquestionável que todos os políticos acima mencionados são ou foram importantes para a consolidação da emancipação tocantinense. Porém, após três pesquisas internas de diferentes coligações, é curioso observar que, exatamente aquele que atualmente está sem mandato, Eduardo Gomes, é o que desponta como favorito para uma das vagas.

Não é possível afirmar se os votos declarados — reforça-se, em pesquisas internas —, decorrem daqueles eleitores de 2014, quando Gomes perdeu a eleição no senado para Kátia Abreu (PDT) por diferença ínfima, ou se são fruto do fenômeno denominado transferência de votos, cujo responsável seria Siqueira Campos.

O certo é que, segundo estas pesquisas de consumo interno, Eduardo Gomes lidera a corrida ao Senado. Logo atrás, vem César Halum. Essa possível votação do candidato republicano estaria mais relacionada ao trabalho parlamentar realizado durante oito anos, aliado ao fato de ser o representante do norte e bico do papagaio, como também em razão de compor a chapa palaciana.

Todos os outros candidatos correm por fora e estão tecnicamente empatados. Os dois atuais ocupantes dos cargos, Ataídes e Vicentinho, deveriam estar melhor posicionados. Contudo, em que pese o primeiro ser um parlamentar atuante, austero e defensor da moralidade, e o segundo apresentar um rol quase infinito de emendas parlamentares destinadas aos municípios, suas candidaturas ainda não decolaram.

Não se pode afirmar que esta inércia estaria diretamente ligada ao fato de terem se coligado com o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), cujo índice de rejeição é alto. Entretanto, no caso específico de Vicentinho, é acertado dizer que sua ínfima performance, até agora, está relacionada ao desempenho abaixo do esperado na eleição suplementar. Os números, que o senador gostaria de deletar, estão vivos na memória do eleitorado, que, ao que tudo indica, optará pela renovação.

Já a chapa encabeçada por Marlon Reis (Rede) tem como candidatos ao senado Irajá Abreu e Paulo Mourão. O segundo é um dos políticos mais inteligentes e preparados do Tocantins. Neste caso, o problema não reside na capacidade, amplas vezes demonstradas pela dupla de parlamentares e nem tampouco no poder de persuasão. Os entraves, cada qual ao seu modo, reside no fato de Irajá representar a continuidade da familiocracia, tão rejeitada pelo eleitorado, e Mourão estar filiado e defender os representantes da cúpula do PT, sigla que passou a causar repugnância em muitos brasileiros, face aos desvios de conduta e prisões de seus membros.

Por fim, os outros candidatos ao Senado, como o ex-deputado federal Antonio Jorge e o policial federal Farlei Meyer, ambos do PSL, como também o comerciário Melk Aires (PSOL), dificilmente vão conseguir 1% dos votos válidos.

O fato concreto é que, na fotografia do momento, faltando pouco mais de trinta dias para a eleição, a chapa majoritária palaciana composta por Mauro Carlesse, Eduardo Gomes e César Halum estaria eleita e faria “barba, cabelo e bigode”.