Palmas 2024: quem são os nomes mais prováveis na disputa municipal
27 novembro 2022 às 00h01
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Ainda é cedo para se saber quem realmente terá disposição e condições políticas de disputar as eleições de 2024 em Palmas. Como em política “nunca há cedo demais, só tarde”, muitos nomes já estão em campo, ou pelo menos dão pistas claras que desejam disputar o pleito. Alguns disputaram as eleições de 2022 de olho no próximo calendário eleitoral, na expectativa de sinal verde para avançar.
O ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) lidera a lista dos pretensos candidatos assumidos. Amastha larga na frente não apenas porque antes mesmo de disputar uma cadeira do Senado, na eleição de outubro, já fazia questão de revelar que trabalha para voltar ao comando da gestão da Capital. Amastha deixava claro naquela época que o resultado da eleição não alteraria sua disposição de disputar o governo de Palmas.
Amastha ficou em 3º lugar na disputa para o Senado, com 100.649 votos, o que correspondeu a 12,83% dos votos válidos. Em 2018, Amastha renunciou ao mandato de prefeito reeleito de Palmas para disputar o governo do Estado. Foi para o segundo turno com o governador Mauro Carlesse que venceu as eleições. Amastha obteve 219.842 votos, o que corresponde a 32,19% dos votos.
Pelo menos dois deputados eleitos – Professor Júnior Geo (PSC) e a ex-presidente da Câmara de Palmas Janad Valcari (PL) – saíram da disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa cacifados para disputar as eleições de Palmas. Valcari foi eleita deputada com votação expressiva. Deve ser o nome da direita radical pró-Bolsonaro a disputar a eleição. Na eleição de 2020, esse espaço foi ocupado pela deputada reeleita Vanda Monteiro (UB). Geo deve ser o candidato de centro. Foi candidato em 2020, tendo ficando em 2º lugar na disputa com 18.523 votos, ou 14,52% do total. A eleição foi vencida pela prefeita Cínthia Ribeiro (PSDB) que obteve 46.243 votos, (36,24% do total).
Há uma tendência de que os candidatos mais competitivos – o que não quer dizer necessariamente os mais fortes – sejam ligados ao Palácio Araguaia e ao Paço Municipal. São muitos os nomes que neste momento devem ser incluídos nesta lista. O empresário Joseph Madeira (PTB), o deputado federal Eli Borges (PL), o ex-deputado Marcelo Lelis (PV), deputado estadual Leo Barbosa (Republicanos) e deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos) são alguns dos nomes que podem contar com o apoio do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e chegar com muita força na disputa.
O secretário de Articulação Política de Palmas, Rogério Ramos (PSDB), o deputado eleito Eduardo Motoan (PSDB), o vice-prefeito André Gomes (PL) e o vereador José do Lago Folha Filho (PSDB) são os nomes mais prováveis de uma eventual tentativa da prefeita Cínthia Ribeiro de eleger o sucessor. Vale lembrar que o deputado eleito Eduardo Montoan é esposo da prefeita Cínthia, o que quer dizer que, para ser candidato a prefeito de Palmas, a prefeita terá de renunciar ao mandato.
A lista de prováveis candidatos cabe ainda nomes como a da senadora Kátia Abreu (PP), que não conseguiu se reeleger pela segunda vez ao Senado e que pode vir a disputar a eleição da capital, um desejo manifestado em outros pleitos. O senador Eduardo Gomes (PL), que tem Palmas como seu colégio eleitoral, se quiser ser candidato, tem boas chances eleitorais. A deputada federal e ex-primeira-dama Dulce Miranda (MDB) e o deputado federal Osires Damaso (PSC), que não conseguiram se reeleger, são nomes que tem capital político para entrar na disputa e obrigação de participar das eleições tendo em vista que para se manter na política precisam disputar mandato eletivo.
A base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com muitos nomes que podem ser convocados para a disputa. O ex-candidato a governador Paulo Mourão (PT), o ex-prefeito Raul Filho (MDB), a vereadora Solange Duailibe (PT), o empresário Vilela do PT (PT) e a ex-candidata a vice-governadora Germana Pires (PCdoB) são os nomes mais prováveis. Certamente Palmas terá um candidato do campo da esquerda e esse nome deve sair da base dos partidos que apoiaram a eleição do presidente Lula.
Outros nomes que obrigatoriamente devem ser incluídos na lista de prováveis candidatos são os que disputaram as últimas eleições e certamente ainda buscam novas oportunidade de brigar pelo comando do Paço Municipal. O professor Alan Barbiero (Podemos), o médico Dr. Joaquim Rocha (PMB), o empresário Gil Barison (Republicanos), o empresário Max Dornelles (PTC), o professor João Bazzoli (PSOL) são alguns desses nomes já testados nas urnas como candidatos a prefeito.
Segundo turno
Em 2024, Palmas terá mais de 200 mil eleitores, segundo projeção do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e, com isso, a eleição passa a ser decidida em dois turnos. É um fator que pode mudar completamente a lógica de como vinha sendo até a última disputa. Conta atualmente com 198.215 eleitores, faltando apenas 1.785 eleitores para passar a ter segundo turno.
Desde a primeira eleição em 1992 que candidatos de oposição vem tendo melhor aceitação. Eduardo Siqueira Campos (UB) foi o primeiro prefeito eleito da capital, em oposição ao Palácio Araguaia, que na época tinha como governador Moisés Avelino (MDB).
Em 1996 e 2000, candidatos alinhados com o Palácio Araguaia – Odir Rocha e Nilmar Ruiz – venceram as eleições. Já em 2004 e 2008, com Raul Filho; em 2012 e 2016, com Carlos Amastha (PSB); e em 2020, com Cínthia Ribeiro (PSDB), candidatos de oposição ao Palácio Araguaia venceram as eleições.
Em eleições em dois turnos, nem sempre o vencedor do primeiro turno ganha a disputa. Analistas consideram que o segundo turno é sempre uma nova eleição. O histórico confirma que o processo é zerado e começa tudo de novo, com chances iguais para os dois candidatos.
Outro dado importante é que em dois turnos todos os atores do primeiro ganham importância no contexto da nova disputa. O novo contexto parece beneficiar sobretudo candidatos propositivos, que tenham capacidade de negociação e de incorporar ao seu projeto ideias e programas de outras candidatos.
É um novo cenário que certamente terá um profundo impacto na eleição da capital, mais precisamente na escolha do chefe do Executivo. Com eleição em dois turnos, Palmas pode aprofundar ainda mais a sua postura de oposição que tem conseguido imprimir nas urnas.