Eles são os nomes mais cotados para a Câmara Federal. Para chegar lá terão que liderar a votação em suas coligações e ainda derrubar os atuais ocupantes das vagas, que normalmente saem à frente na disputa

Ruy Bucar

Entre os mais cotados estão a ex-primeira-dama Dulce Miranda; a deputada Josi Nunes; o deputado José Geraldo; o ex-secretário Tiago Andrino;  o deputado Freire Júnior; o ex-governador Gaguim; o médico Nicolau Esteves; e Vicente Neto | Fotos: Reprodução/Koró Rocha/ Edilson Pelikano/Divulgação/Ematur
Entre os mais cotados estão a ex-primeira-dama Dulce Miranda (da esquerda para direita, na parte superior); a deputada Josi Nunes; o deputado José Geraldo; o ex-secretário Tiago Andrino; o deputado Freire Júnior; o ex-governador Gaguim; o médico Nicolau Esteves; e Vicente Neto | Fotos: Reprodução/Koró Rocha/ Edilson Pelikano/Divulgação/Ematur

Dulce Miranda, Josi Nunes, José Geraldo, Freire Júnior, Carlos Henrique Gaguim, Tiago Andrino, Nicolau Esteves e Vicente Neto. Eles lideram a lista dos candidatos a deputado federal com maior probabilidade de eleição, segundo levantamento feito junto aos líderes dos principais partidos que estão disputando as eleições.

Os critérios aqui adotados para chegar a estes nomes não têm valor científico, apenas jornalístico, e leva em consideração três aspectos básicos: distribuição geográfica do colégio eleitoral, densidade eleitoral e bom posicionamento nas coligações que têm condições de eleger deputado federal.

Pelo panorama os candidatos a deputado federal estão disputando em tese três cadeiras que ficarão vagas a partir de 1º fevereiro de 2015 em função dos seus ocupantes não serem candidatos à reeleição, que são os deputados Ângelo Agnolin (PDT), que é candidato a vice-governador na chapa de Sandoval Cardoso; Eduardo Gomes (SD), candidato a senador; e Júnior Coimbra, que poderá não ter legenda para disputar a reeleição. Os partidos PT e PV que decidiram apoiar a candidatura do PMDB teriam feito esta exigência. Ninguém confirma.

Os candidatos novos ou se contentam em disputar as cadeiras que ficarão vagas ou partem para tomar as vagas dos atuais ocupantes, que normalmente saem na frente na disputa. São candidatos à reeleição os deputados César Halum (PRB), Dorinha Seabra Rezende (DEM), Lázaro Botelho (PP), Irajá Abreu (PSD) e Osvaldo Reis (PMDB). Todos têm chance de reeleição, mas é possível que um ou dois não consigam se reeleger, o que aumenta as chances de renovação e beneficia diretamente os novos candidatos.

A ex-primeira-dama do Estado Dulce Miranda (PMDB) é disparado o nome mais comentado em todo o Estado. Deve ser votada em todos os municípios. Tem trabalho prestado, discurso de renovação e o carisma de mulher simples que tem cheiro de povo. É tida no PMDB como uma candidata que pode puxar votos e ampliar as chances do partido eleger mais deputados. Dulce disputaria com o jovem Alexandre Siqueira Campos o posto de deputado federal mais votado. Com a desistência do jovem, está sozinha no páreo.

Integram ainda a lista dos prováveis novos deputados federais os deputados estaduais Josi Nunes (PMDB), José Geraldo (PTB) e Freire Júnior (PV), os três com chances reais de se elegerem. Josi é o principal nome da região Sul, tem apoio incondicional do prefeito de Gurupi, Laurez Moreira (PSB), que ela ajudou a eleger e que tem a sua mãe Dolores Nunes como vice-prefeita. Josi é uma deputada atuante e se destaca pela crítica e combatividade. Seguramente terá voto em todo Estado.

O ponto forte é a credibilidade como parlamentar, adquirida ao longo de uma trajetória de quatro mandatos como deputada estadual, exercidos com firmeza e coerência. Seu ponto fraco, a concorrência dentro do PMDB, notadamente de outra mulher, Dulce Miranda, que pode dividir seus colégios eleitorais.

Freire Júnior está praticamente sozinho na região Sudeste, mas terá voto em todo o Estado. A boa aceitação de Marcelo Lelis abriu as portas para o deputado reconstruir as suas bases. Parlamentar de confiança do candidato a vice-governador Marcelo Lelis, Freire tem tudo para voltar à Câmara Federal. O rompimento com o governo Siqueira Campos deu ao deputado o discurso combativo que lhe faltou nos últimos anos. É um nome com muita probabilidade de conquistar vaga na Câmara Federal.

O deputado José Geraldo, do mesmo partido de Eduardo Siqueira Campos, aposta numa dobradinha com o filho do ex-governador para tentar chegar à Câmara Federal. Está praticamente sozinho na região Central, especialmente os municípios do Vale do Araguaia, a partir de Paraíso do Tocantins, seu domicílio eleitoral, onde sempre foi bem votado. Perdeu um pouco com a não candidatura de Eduardo Siqueira ao governo, a que tanto fez empenho, mas ganhou com a possibilidade de dobradinha com um candidato que almeja ser o mais votado da história do Parlamento estadual.

O ponto forte do deputado José Geraldo é o apoio dos prefeitos da base do governo e a estrutura que tem para fazer campanha como deputado sempre leal ao siqueirismo. A base de apoio do petebista se ampliou com a filiação de Eduardo Siqueira ao seu partido. O ponto fraco é o desgaste do governo e do siqueirismo.

O ex-governador Carlos Hen­rique Gaguim (PMDB) também integra a lista dos mais cotados para conquistar vaga na Câmara Federal. Gaguim vem de uma campanha que sacudiu o Estado de ponta a ponta em 2010 e que perdeu nos detalhes para o ex-governador Siqueira Campos. Tem chance de ser eleito, especialmente se Júnior Coimbra não for candidato. Ponto forte, recursos para a campanha e nome conhecido em todo o Estado. Ponto fraco, era integrante do grupo do deputado Júnior Coimbra que vem sendo acusado de tentar entregar o partido ao governo.

O ex-secretário de Relações Institucionais de Palmas Tiago Andrino (PP) é o candidato do prefeito Carlos Amastha e isso já diz muito. Amastha praticamente negociou o seu apoio ao governo Sandoval Cardoso com a condição que o seu “afilhado” fosse eleito. Andrino tem apoio dos vereadores do PMDB Emerson Coimbra e Rogério Freitas, este acaba de ser eleito presidente da Câmara numa articulação direta do prefeito visando justamente a contrapartida deste apoio.

Amastha também negociou a indicação do deputado federal Ângelo Agnolin (PDT) para a vice de Sandoval Cardoso em troca da liberação das bases do pedetista para Andrino. Com estes apoios de peso a candidatura do jovem Andrino ganhou musculatura e tem toda a chance de acontecer. Tudo vai depender do empenho de Amastha, que no entanto perdeu muito politicamente ao se juntar à base do governo. Ponto forte de Andrino, o padrinho que tem.

Tiago Andrino é um bom mo­ço, fez um trabalho sério ao lado do prefeito Amastha na Secretaria de Relações Institucionais, é jovem, ousado, mas pouco conhecido. O ponto forte, o padrinho que tem. O ponto fraco, a inexperiência política do padrinho. Basta dizer que Amastha, para garantir a eleição do afilhado, aceitou aderir à política tradicional, inclusive adotando as mesmas estratégias de negociações espúrias que costumam intrigar a opinião pública.

O médico e empresário Nicolau Esteves (PT) começou a pré-campanha como candidato a governador, percorreu o Estado e concluiu que não tinha chances de disputar e desistiu, mas aceitou botar o nome para deputado federal. A jornada de pré-candidato a governador o fez se tornar conhecido. É o nome do PT para chegar à Câmara Federal e se fortalece ainda mais com a saída do suplente de deputado Donizeti Nogueira, que é candidato a suplente de senador.

O jovem Vicente Neto (SD) talvez seja o nome menos cogitado desta relação. Mas sendo filho de quem é não se pode duvidar da sua eleição. O senador Vicentinho Alves está empenhado na campanha do jovem e pode se repetir o feito da senadora Kátia Abreu, que elegeu um filho deputado federal e outro vereador da capital. Vicentinho anda arredio ao Palácio Araguaia depois que foi preterido na eleição indireta, mas na reta final das negociações voltou a circular pelos corredores do Palácio, prometendo apoio ao governador Sandoval Cardoso. Uma das contrapartidas do apoio foi a garantia da eleição do filho Vicente Neto.

É importante ressaltar que não tem vagas para todos desta lista, portanto a eleição depende evidentemente do número de votos e do tal quociente eleitoral de cada coligação.