Operação tapa-buracos é alvo de questionamentos
09 abril 2016 às 15h22
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Os veículos, conforme os vereadores, estavam realizando o transporte do revestimento asfáltico CBUQ, ao invés da empresa realizar o serviço de entrega diretamente à Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos do Município
Os vereadores Milton Neris (PP), Lúcio Campelo (PR) e o presidente da Câmara de Palmas, Rogério Freitas (PMDB), usaram a tribuna para questionar e expor irregularidades na prestação do serviço de tapa-buracos na sessão de quarta-feira, 6. Em visita à empresa contratada para tapar os buracos das ruas e avenidas da capital, os parlamentares afirmaram terem encontrado caminhões locados pela Prefeitura de Palmas prestando serviço para a empresa privada. Os veículos, conforme os vereadores, estavam realizando o transporte do revestimento asfáltico CBUQ, ao invés da empresa realizar o serviço de entrega diretamente à Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos do Município.
O presidente Rogério Freitas estranhou o fato da secretaria não ter nenhum controle do estoque do revestimento. “A empresa tem o controle de entrega de mercadoria, mas a prefeitura não tem o controle”, disse. Freitas questionou como a secretaria faz a aferição da quantidade de revestimento utilizado em Palmas se nenhum servidor do município faz o controle do CBUQ comprado com os recursos públicos da capital.
Milton Neris corroborou o discurso de Freitas e considerou absurdo “a prefeitura estar fazendo frete para a empresa” enquanto falta combustível para as ambulâncias do município. O parlamentar enfatizou que já solicitou cópias do contrato e do processo licitatório à gestão mas até o momento não foi atendido.
Excesso de multas se torna objeto de debate na Câmara
O vereador Milton Neris (PP) discursou, na quinta-feira, 7, sobre a política de arrecadação da administração municipal por meio da cobrança excessiva de impostos e multas, especialmente as relacionadas ao trânsito. O parlamentar criticou a multa de 127 reais para os motoristas que não pagarem o estacionamento rotativo à empresa Blue e questionou se são os fiscais de trânsito da prefeitura que ficarão responsáveis por aplicar as multas. “Os amarelinhos é que vão cobrar para a Blue?”, perguntou Neris, enfatizando que a função dos fiscais é cuidar do trânsito da cidade e não aplicar e cobrar multa para empresa privada.
Neris também denunciou o que apelidou de “big brother da Secretaria de Trânsito e Transportes”. De acordo com o parlamentar, há uma meta da secretaria de aumentar a arrecadação das multas de trânsito a fim de obter dinheiro para o pagamento dos diversos radares eletrônicos espalhados pelas ruas de Palmas. A meta, segundo o vereador, é arrecadar R$ 15,6 milhões por ano para custear o aluguel dos radares, que custam R$ 1,3 milhão por mês. Com isso, os agentes de trânsito teriam intensificado a vigilância às infrações por videomonitoramento, aplicando multas até da sede da secretaria. “É uma fábrica de multa, a população não aguenta. Ande em Palmas e leve uma multa”, reclamou Neris.
O vereador afirmou que irá pedir os relatórios de arrecadação das multas dos últimos anos, para averiguar o que está acontecendo. “Eu vou desmascarar o que está por trás desta máquina de fazer dinheiro à custa do povo de Palmas”, bradou.