Morre criança indígena Karajá por falta de atendimento médico
25 janeiro 2023 às 11h20

COMPARTILHAR
Os líderes indígenas do Tocantins estão indignados com mais uma morte de criança por falta de atendimento médico nas aldeias do Estado. Em nota à imprensa o Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS) noticia que os povos indígenas do Estado estão de luto pela morte de Thamyrys Txiwenona Karajá, 3 anos, ocorrido nesta terça-feira, 24, dentro da canoa a caminho do hospital. Thamyrys Karajá era da Aldeia Fontoura, da Ilha do Bananal.
Familiares contam que a criança foi diagnóstica com pneumonia e asma no dia 12 de dezembro de 2022 e o setor de saúde indígena do Araguaia não fez o devido encaminhamento. “Ficou três meses doente para o médico encaminhar. O médico encaminhou para fora e não foi encaminhada”, denunciou o Waxio Karajá, cacique Aldeia Fontoura, reclamando que os responsáveis pelo atendimento não deram condições para o encaminhamento imediato.

“O Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS) lamenta profundamente mais uma morte provocada pelo descaso com as vidas indígenas. Em 2022, João Miguel do Povo Tapirabé e Utay Kuheraru Iny morreram também após esperar por atendimento médico, um direito assegurado constitucionalmente ao qual os povos indígenas do Tocantins continuam sem acesso”, diz a nota. Além das mortes já noticiadas o INDTINS apura a morte de um bebê Xerente e outro Apinajé, os dois, vítimas de diarreia.
A nota explica que a demora no atendimento médico já foi denunciada pelo cacique Diego Karajá e levada a imprensa pelo INDTINS em maio de 2022, quando Aguinaldo Teiakurei Karajá, enfrentou por pelo menos 15 dias fortes dores sem receber atendimento médico na aldeia e sem conseguir acesso a transporte. Lideranças indígenas reclamam que técnicos de saúde indígena não visitam as aldeias, que há constante falta de transporte devido à ausência de gasolina, automóveis e motoristas.