Os líderes indígenas do Tocantins estão indignados com mais uma morte de criança por falta de atendimento médico nas aldeias do Estado. Em nota à imprensa o Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS) noticia que os povos indígenas do Estado estão de luto pela morte de Thamyrys Txiwenona Karajá, 3 anos, ocorrido nesta terça-feira, 24, dentro da canoa a caminho do hospital. Thamyrys Karajá era da Aldeia Fontoura, da Ilha do Bananal.

Familiares contam que a criança foi diagnóstica com pneumonia e asma no dia 12 de dezembro de 2022 e o setor de saúde indígena do Araguaia não fez o devido encaminhamento. “Ficou três meses doente para o médico encaminhar. O médico encaminhou para fora e não foi encaminhada”, denunciou o Waxio Karajá, cacique Aldeia Fontoura, reclamando que os responsáveis pelo atendimento não deram condições para o encaminhamento imediato.

Povos indígenas do Estado estão de luto pela morte de Thamyrys Txiwenona Karajá, 3 anos | Foto: Reprodução

“O Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS) lamenta profundamente mais uma morte provocada pelo descaso com as vidas indígenas. Em 2022, João Miguel do Povo Tapirabé e Utay Kuheraru Iny morreram também após esperar por atendimento médico, um direito assegurado constitucionalmente ao qual os povos indígenas do Tocantins continuam sem acesso”, diz a nota. Além das mortes já noticiadas o INDTINS apura a morte de um bebê Xerente e outro Apinajé, os dois, vítimas de diarreia.

A nota explica que a demora no atendimento médico já foi denunciada pelo cacique Diego Karajá e levada a imprensa pelo INDTINS em maio de 2022, quando Aguinaldo Teiakurei Karajá, enfrentou por pelo menos 15 dias fortes dores sem receber atendimento médico na aldeia e sem conseguir acesso a transporte. Lideranças indígenas reclamam que técnicos de saúde indígena não visitam as aldeias, que há constante falta de transporte devido à ausência de gasolina, automóveis e motoristas.