MDB marcado por indefinições pós-Marcelo Miranda
09 fevereiro 2020 às 00h01
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Cenário pré-eleitoral em diferentes municípios tocantinenses é de disputas e falta de entendimento entre as diversas correntes do MDB
O MDB do Tocantins é mesmo um caso atípico. Esfacelado como nunca, presente como sempre, na recente eleição suplementar de Pugmil, novamente a sigla se dividiu. Dircineu Bolina (PSDB), o vitorioso, contou com o apoio da deputada federal emedebista Dulce Miranda e do estadual Valdemar Junior.
Já o perdedor, Nazaré Amâncio (Cidadania), foi apoiado pelo senador Eduardo Gomes (MDB), pelo presidente regional da sigla, o deputado estadual Nilton Franco e, curiosamente, pelo aliado e compadre da deputada Dulce Miranda, o parlamentar estadual Jair Farias.
Na também recente eleição suplementar de Lajeado, José Edival, o vice-prefeito eleito – que preferiu continuar como presidente da Câmara de Vereadores – está filiado ao MDB e contou com o apoio do presidente Nilton Franco. Mas não contou com o apoio de outros emedebistas de peso, visto que o prefeito eleito, Junior Bandeira, pertence ao PSB de Carlos Amastha.
Araguaína
Em Araguaína não houve eleição suplementar. Contudo, por lá o MDB também está dividido, como não poderia deixar de ser. A sigla tem dois pré-candidatos a prefeito para o pleito de outubro: os deputados estaduais Elenil da Penha e Jorge Frederico. Não, caros leitores, eles não estão brigando entre si.
Ambos afirmam que pretendem respeitar a decisão dos delegados na convenção do partido. A divisão ocorre em relação ao prefeito Ronaldo Dimas. É que Elenil apoia o gestor e gostaria de ser indicado por ele à sua sucessão.
Elenil também estaria disposto a apoiar outro candidato que Dimas indicasse, caso não fosse ele. Na linha proporcionalmente oposta, Jorge Frederico é oposição ferrenha ao prefeito e aí se dá o celeuma. Confusão formada, um verdadeiro “angu de caroço”.
Na capital
Em Palmas, a candidatura do deputado estadual Valdemar Junior parece não decolar. A alta cúpula do partido já pensa no “plano B” e avalia convidar nada menos que o ex-prefeito Raul Filho para ser cabeça de chapa na disputa. A simples hipótese gerou revolta de alguns “modebas raiz”, entre os quais, o vereador de Palmas, Rogério Freitas, o senador Eduardo Gomes e o prefeito de Paraíso, Moisés Avelino.
Em Miranorte, por exemplo, o prefeito emedebista Carlinhos da Nacional é candidato à reeleição apoiado por alguns deputados estaduais. Entretanto, outros tantos membros do diretório estadual entendem que a melhor opção para a cidade seria o Cabo Wellington. Ninguém se entende por lá, dentro do próprio partido.
Conflitos de interesses
Em muitos outros municípios há conflitos de interesses e, ao que parece, apenas em Paraíso do Tocantins o MDB está estabilizado, sem divergências ou ataques internos. O prefeito Moisés Avelino – um dinossauro da política tocantinense que já foi governador entre 1991 e 1994 e, também, deputado federal – já escolheu seu candidato à sucessão e não há controvérsias: é o seu vice-prefeito, Celso Morais.
No mais, o “balaio de gatos” emedebista continua pelos rincões do Tocantins, principalmente após ter ficado cambaleante, um tanto quanto acéfalo, após a cassação e prisão do seu maior líder, o ex-governador Marcelo Miranda.
Salve-se quem puder!