Márlon Reis e sua nova escolha
16 fevereiro 2020 às 00h00
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Ex-juiz e agora advogado que se apresentou como um dos “pais da Lei da Ficha Limpa” mudou de partido
O ex-juiz e agora advogado Marlon Reis, que se apresentou como um dos “pais da lei da ficha limpa”, mudou de partido. Ele disputou e perdeu tanto as eleições suplementares quanto as ordinárias em 2018. Já em 2020, deixou a Rede Sustentabilidade e se filiou ao PSB, cujo presidente estadual é nada menos que Carlos Amastha.
Márlon acertou sua filiação junto ao presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, em Brasília (DF), sob a chancela do vereador de Palmas e presidente do diretório metropolitano, Tiago Andrino. O ex-juiz recebeu garantias de que será membro da executiva nacional da sigla e poderá escolher entre uma candidatura de deputado federal ou estadual em 2022. A pré-candidatura ao Senado já está garantida ao ex-prefeito da capital.
Para 2020, Reis fez o compromisso de apoiar Andrino ou quem o PSB indicar. O advogado havia sondado ingressar no Patriota, um dos partidos que vai compor a base da atual prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) nas eleições de outubro. Mas recuou. A impressão é que se o ex-magistrado ficasse junto a Cinthia seria protagonista. Ao lado de Amastha, será apenas coadjuvante.
Erro na composição
A exemplo de Amastha, que nas eleições suplementares havia se coligado ao PT, Márlon Reis errou na composição feita nas eleições ordinárias de 2018 ao também se atrelar ao PT. O ex-juiz conseguiu desconstruir toda imagem moralista que a “Ficha Limpa” havia lhe deixado como legado.
Reis perdeu uma série de apoios e, por tal razão, enfraqueceu sua candidatura. A única vitória decorrente foi a eleição do senador de sua chapa, Irajá Abreu (PSD), que diga-se de passagem, precisava só da legenda, uma vez que se elegeu pelos seus próprios méritos.
“Lição não aprendida é lição repetida”, já dizia o ditado. Márlon Reis caminha, novamente, para pagar o preço por suas escolhas. Pela falta de agressividade de um para o outro – nas campanhas eleitorais em que foram adversários –, essa aliança entre Amastha e Reis era muito mais do que previsível.
Amastha e Reis
São parceiros políticos há muito tempo, pensam de forma semelhante e só faltava assumirem isso. No entanto, a parceria com Amastha pode ser perigosa. A rejeição do ex-prefeito é alta e pode, em efeito cascata, exterminar o “restinho de credibilidade” que Márlon ainda tem.
O certo é que a Rede está livre em Palmas para seguir com o Delegado Hudson Guimarães, mais um candidato com o discurso anticorrupção. O eleitor palmense já viu o trailer desse filme. Espera-se, todavia, um final diferente para essa história.