Kátia Abreu e sua colheita de tempestades

26 agosto 2017 às 12h09

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A senadora Kátia Abreu (PMDB) tem esperneado bastante, na vã tentativa de barrar sua expulsão do partido, que já foi decidida pela Comissão de Ética, e para ser alijada definitivamente da sigla, basta apenas a homologação do presidente, o senador Romero Jucá (RR), ou da executiva nacional. Isso deve ocorrer nos próximos dias. A verdade é que Kátia já está fora, inclusive, a pedido do Palácio do Planalto. O próprio presidente da República está de “s*** cheio” dos rompantes da senadora tocantinense. A “historieta” da “turma da tornozeleira” ultrapassou todos os limites da razoabilidade.
Kátia tanto fez, que o PMDB como um todo, incluindo-se a bancada no Congresso Nacional e os membros da executiva do partido cansaram de ser achincalhados. A condição de senadora e ministra da República trouxe a ela um certo “status”, que a tornou maior que muitas siglas partidárias, mas não maior que o PMDB, que, aliás, demorou muito para reagir.
O temperamento nada convencional da senadora arregimenta “inimigos” em todas searas: quer seja na comunidade dos agropecuaristas – que antes eram sua base eleitoral –, quer seja entre os próprios pares políticos, tocantinenses ou de outros Estados da Federação.
Socorro a Lula e Dilma
Eis que surgiu uma espécie de pedido de socorro: Kátia viajou até Salvador (BA) para pedir a Lula e Dilma que a salvem do abismo que ela cavou com seus próprios pés. Esperem… Pedir auxílio para quem? Lula e Dilma? Parece inverossímil. Esses “santos” não são capazes de qualquer milagre. Seus históricos os condenam. Além do mais, o casamento PT-PMDB acabou no dia do impeachment e não há qualquer diálogo entre ambos. Se foi isso mesmo que ela foi fazer, na fracassada peregrinação dos ex-presidentes pelo Nordeste, o tiro saiu pela culatra.
Dificilmente outra sigla partidária estaria disposta a recebê-la, após a expulsão, em seus quadros. Por isso, o destino de Kátia deve ser o “agregado” PSD, cujo comando no Estado do Tocantins é do seu filho Irajá Abreu. A dificuldade será convencer a executiva nacional do partido a trilhar os mesmos caminhos e acompanhar as “preferências” da senadora pelo PT e PSB, já que ela quer se aliar, em 2018, a ninguém menos que Carlos Amastha.
A situação de Kátia Abreu confirma o velho ditado: quem planta vento colhe tempestade.