Gleisi Hoffmann determina que PT Tocantins desfaça coligação com PSB
24 abril 2018 às 10h36
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Presidente do partido quer a sigla na chapa da candidata Kátia Abreu, que, em contrapartida, não quer mais o apoio
A ânsia de poder da Executiva Regional do PT do Tocantins acabou por atropelar os planos da direção nacional da sigla, comandada pela senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR). Ainda no domingo pela manhã, a presidente determinou – nas entrelinhas – que o partido apoiasse a candidatura da senadora Katia Abreu (PDT) na eleição suplementar do Tocantins, mesmo porque a eleição da pedetista significa a ascensão do suplente Donizeti Nogueira (PT) ao senado federal até 2022. Além disso, seria extrema deslealdade não apoiá-la, visto que Katia Abreu foi a mais ferrenha defensora de Dilma Rousseff e seu mandato, na luta incessante contra o impeachment.
Os dirigentes locais, liderados pelo deputado estadual Zé Roberto, indicaram o advogado Célio Moura para ser candidato a vice-governador na chapa de Kátia Abreu, que recusou a indicação. A senadora queria Paulo Mourão, um líder com significativo número de votos.
Após o impasse, mesmo com a interferência de Hoffmann no sentido de entabular um acordo, o PT Tocantins decidiu apoiar e indicar o mesmo advogado à chapa liderada por Carlos Amastha (PSB). Em suma, o PT levou alguns preciosos minutos do horário eleitoral gratuito para o candidato pessebista, todavia, não resta dúvidas que o partido está dividido. O grupo de Zé Roberto não quer nem pensar na hipótese de Donizeti Nogueira se tornar senador, porque isso o fortaleceria demasiadamente no Estado, ameaçando-lhes tomar o poder. Há, portanto, uma espécie de “ciúme velado” e a maior prova disso é a rebeldia e o descumprimento das “ordens” de Hoffmann.
Por sua vez, a direção nacional da sigla não aprovou a insubordinação, vetando oficialmente a coligação PT/PSB. Contudo, Kátia Abreu anunciou que abria mão do apoio, pois não queria que composição da legenda fosse à força. Independente de todas estas circunstâncias, o candidato Amastha ignorou a anulação da convenção petista e registrou, ao final da tarde de segunda-feira, 23, a chapa no TRE-TO, mantendo o petista Celio Moura como candidato a vice-governador.
Várias foram as manifestações contrárias, a partir de então, ao candidato Amastha, uma vez que a coligação PSB/PT pegou muito mal na opinião pública. É fato que o ex-prefeito prega aos quatro cantos que representa a “nova política”, mas para o eleitorado, de novo, o PT não tem nada. Além disso, Amastha teceu inúmeros e severos ataques aos ex-presidentes, Lula e Dilma. A imagem do ex-prefeito segurando uma bandeira com a frase “Lula Live”, deixou a clara a sensação de que o ex-prefeito de Palmas adota determinados discursos apenas quando lhe convém. Confira o comunicado do Diretório Nacional petista sobre o tema:
O Diretório Nacional do PT, reunido nesta segunda-feira (23), em Curitiba, anulou os atos da Convenção do PT Tocantins e determinou a retificação da ata incluindo o partido na Coligação que apoia a candidatura da senadora Kátia Abreu ao governo do Estado nas eleições suplementares de 3 de junho.
Atenciosamente, Geraldo Magela Ferreira, assessor da Secretaria Nacional de Comunicação do PT