Deputado e ex-senador do Tocantins passaram por constrangimento ao se posicionarem de forma polêmica no WhatsApp e no Twitter

Gaguim e Ataídes: constrangimento nacional | Fotos: Luis Macedo / Ag. Câmara e Senado

Quando se pensa que não há mais nada que possa manchar a imagem da política tocantinense, lá vêm o deputado federal Carlos Gaguim (DEM) e o ex-senador Ataídes Oliveira (PSDB) para provarem o contrário.

Na terça-feira, 12, Gaguim cometeu a gafe de se dirigir ao deputado Arthur Maia (DEM-BA), num grupo de WhatsApp do partido, se posicionando contrário à aprovação da PEC que trata da prisão a partir da condenação em segunda instância. O democrata tocantinense, que é réu em mais de 150 processos por improbidade administrativa, referentes ao período de um ano e meio em que foi governador, numa espécie de autodefesa redarguiu o colega de bancada: “Está totalmente equivocado. Esta PEC não passa nem aqui, nem na China. Nós vamos pegar uma coisa que não é nossa para quê?”. O áudio foi compartilhado por algum membro do referido grupo com jornalistas, o que, naturalmente, virou um “rastilho de pólvora”.

Para piorar, mais à frente, Carlos Gaguim envolve, em seu discurso, o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “Estão falando que o primeiro que vai [ser preso] em segunda instância é o nosso presidente Rodrigo”. Logo adiante, ele estende sua preocupação aos demais políticos: “E nossos líderes? E nós? Gente que não deve nada sendo acusado sem provas. Você já foi governador, já foi prefeito? Você nunca foi gestor, por isto está falando isto”. Ante a repercussão, Maia saiu do referido grupo de mensagens instantâneas.

Já o presidente estadual do PSDB/TO, Ataídes Oliveira, pela rede social Twitter, vociferou sua indignação, ante a decisão do STF que libertou Lula da Silva. Adotando uma postura politicamente incorreta para um socialdemocrata, o tucano conclamou o presidente Bolsonaro a adotar práticas ditatoriais e usar as prerrogativas do Art. 142 da Constituição Federal, para fechar o STF por três meses e “julgar os maus ministros”. “Não temos outra alternativa, não precisamos esperar que o CN [Congresso Nacional] julgue o projeto da prisão em segunda Instância. Esquece!”, sustentou o ex-senador.

Um internauta seguidor conclamou a executiva nacional do PSDB a se manifestar sobre o tema. O perfil do partido respondeu o Twitter afirmando que o “posicionamento não condiz com os princípios e valores defendidos pelo PSDB”. “Seguimos firmes na defesa da democracia e das Instituições Brasileiras”, postou o diretório nacional tucano.

O avanço da internet e das redes sociais é admirável, facilita tramitações e negociações, como também contribui com o dinamismo da comunicação. Expande horizontes, sem dúvidas. Contudo, a utilização merece, no mínimo, parcimônia e responsabilidade. “Dedinhos nervosos” podem causar mais estragos que tiros disparados por armas de grosso calibre, pois desencadeiam – muitas vezes – crises, debates e discussões desnecessárias. Essas ferramentas cibernéticas, denominadas redes sociais – se mal utilizadas – funcionam muito mais como gasolina do que como água no combate a “incêndios políticos”.