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Sentença do juiz Rafael Gonçalves de Paula condena também a ex-primeira-dama e ex-deputada Solange Dualibe, além de mais três pessoas

Raul Filho e Solange: condenados em primeira instância | Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Palmas, Raul de Jesus Lustosa Filho (MDB), foi condenado a nove anos de prisão e sete anos de detenção por corrupção passiva, fraude à licitação, dispensa de licitação e outros crimes praticados nos dois mandatos à frente da prefeitura da capital, entre 2005 e 2012. A investigação começou depois que as imagens do ex-prefeito foram divulgadas negociando com o empresário Carlos Augusto de Almeida, conhecido como Carlinhos Cachoeira. As investigações apontam que Raul recebeu propina e, em troca, fechou contratos milionários de serviços públicos com a empresa do contraventor, a Delta Construções.

A decisão foi proferida na quarta-feira, 1º, pelo juiz Rafael Gonçalves de Paula, da 3ª Vara Criminal de Palmas. Conforme o documento, Raul Filho também terá que pagar, também, 130 dias de multa, no valor de três salários mínimos, mas poderá recorrer em liberdade, já que no caso não há fundamentos para a decretação da prisão preventiva.

Ao todo, são cinco pessoas condenadas, entre elas a esposa de Raul Filho, a ex-deputada estadual Solange Duailibe, que foi condenada a nove anos e dois meses de prisão, além de multa. Ela também poderá recorrer em liberdade.

As investigações iniciaram a partir da “Operação Monte Carlo”, da Polícia Federal, com o objetivo de investigar a exploração de máquinas caça-níqueis, jogos de azar e outros crimes praticados no Estado de Goiás por integrantes da organização criminosa comandada pelo empresário Carlinhos Cachoeira, com o envolvimento da empresa Delta Construções. Segundo o documento, durante a operação, a PF apreendeu, na casa de uma pessoa ligada a Carlinhos Cachoeira, duas mídias contendo a descrição Raulzinho1 e Raulzinho2. O material é de 2004 e foi gravado durante a campanha que elegeu, pela primeira vez, Raul Filho para a prefeitura da capital. Nos vídeos, Raul aparece negociando com Carlinhos Cachoeira com o objetivo de captar apoio e recursos financeiros inicialmente para sua campanha eleitoral a prefeito do município de Palmas.

“Diante do contexto, salta os olhos a vontade dos denunciados praticarem ilícitos penais em detrimento do erário do município de Palmas, bem como o procedimento que se valeriam para o recebimento das “propinas” e os serviços públicos mais lucrativos a serem concedidos a empresa Delta Construção, comandada, de forma pública e notória, pela Organização Criminosa de “Carlinhos Cachoeira”, diz a decisão.

Segundo a Justiça, o relatório de análise elaborado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual, demonstrou que a evolução patrimonial de Raul Filho e Solange Duailibe “teve anormal e exorbitante elevação”. A decisão cita ainda algumas das aquisições do casal neste período, como uma cota no valor superior a R$ 3,2 milhões da Fazenda Varjão, no município de Santana do Araguaia (PA) e, também, a uma aquisição milionária de uma propriedade rural, em agosto de 2012, localizada em Santana do Araguaia, no valor superior a R$ 7,1 milhões.

 

Postagem nas redes sociais

Após ser condenada a 9 anos e 2 meses de prisão por prática de corrupção e desvio de dinheiro público, a ex-deputada estadual e ex-primeira-dama de Palmas Solange Dualibe se manifestou por meio das redes sociais e fez um desabafo sobre a situação.

“Respeito toda e qualquer decisão judicial, contudo, a meu ver uma autoridade não faz justiça apenas acusando, condenando, prendendo… até porque justiça também se faz absolvendo, reconhecendo um direito ou a improcedência de uma denúncia ou acusação. É preciso ser prudente na avaliação caso a caso, para não cometer uma injustiça ainda maior.

Já enfrentamos e enfrentaremos muitas tempestades e injustiças, mas em nenhum momento nos faltou nem nos faltará forças para lutar! E essa força é inesgotável, pois vem de um Ser que conhece a verdade sobre tudo e todos!! Então, nada devemos temer!

Recorremos da decisão proferida, e temos esperança e fé que tudo se esclarecerá.

Assim como o filósofo Sócrates, prefiro “não pensar mal dos que procedem mal; penso somente que estão equivocados.” Esperamos, no decorrer do processo, que os equívocos sejam esclarecidos. Que Deus nos guie e abençoe!”