Em inspeção no HGP, Ministério Público constata irregularidades e ausência de medicamentos
27 junho 2021 às 00h00
COMPARTILHAR
Na Unidade de Terapia Intensiva, foi verificada a falta de dois medicamentos essenciais, como Midazolam, utilizado para sedação
O promotor de Justiça da área da saúde da capital, Thiago Ribeiro, empreendeu inspeção no Hospital Geral de Palmas (HGP) na quarta-feira, 23. Na ocasião, foi verificada a situação das alas da ortopedia, pronto-socorro, psiquiatria e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além de ouvir pacientes e familiares, ele também ouviu profissionais da saúde sobre as condições de atendimento da Unidade e conferiu as escalas dos médicos plantonistas.
No corredor do pronto atendimento foram contabilizados 22 pacientes deitados em macas, na maioria idosos e com graves enfermidades. Os acompanhantes abordaram o promotor de Justiça para relatar as condições de internação dos familiares, dentre eles, uma senhora de mais de 80 anos, que há cerca de 10 dias aguardava por uma vaga em leito e internação. Questionado sobre o prazo para conclusão da reforma de 24 leitos, o diretor-geral, Leonardo Toledo, afirmou que a obra será concluída no próximo sábado e que a partir da terça-feira, 48 novos leitos estarão disponíveis no HGP.
Na Unidade de Terapia Intensiva, foi verificada a falta de dois medicamentos essenciais, como Midazolam, utilizado para sedação; e Heparina, anticoagulante. Além destes, os médicos apontaram a ausência de Sinvastatina, para controle do colesterol, e outros antibióticos. Constantemente, segundo as enfermeiras, faltam compressas, ataduras para curativos e micropore. Com base no que foi apurado, a Secretaria Estadual de Saúde será oficiada para a adoção de providências urgentes.
Ala psiquiátrica
Na ala psiquiátrica, médicos e enfermeiros reclamaram da falta de estrutura. O local dispõe de apenas 10 leitos, enquanto existem, atualmente, 25 pacientes, dentre os quais, três internos compulsórios. Conforme os profissionais, 15 deles ficam no pronto-socorro com outros pacientes, colocando em risco a integridade física dos demais. Segundo os profissionais, o ambiente é inadequado, visto que homens e mulheres dividem o mesmo espaço, não há local disponível para banho de sol e até as camas apresentam defeitos que oferecem riscos aos usuários. Desde o início da pandemia, os internos não saem para o ambiente externo.
Para atender à demanda, seriam necessários mais 20 leitos psiquiátricos no Hospital Geral de Palmas e que o espaço que deveria ter sido destinado à expansão de leitos está funcionando como ala de Covid-19 em razão da emergencialidade pandêmica.