A partir do dia 1º de maio, o ex-vereador de Guaraí Saboinha Júnior (SD) estará como deputado estadual em substituição ao deputado Vilmar de Oliveira, do mesmo partido, que sai de licença por um período de 120 dias, para tratamento de saúde. O pedido de licença do deputado foi apresentado por motivo específico, mas o que levou o ex-vereador e terceiro suplente de deputado Saboinha Júnior a ser convocado para ocupar a cadeira tem a ver com a sucessão municipal e busca fortalecer sua pretensão de conquistar a prefeitura local.

Saboinha Júnior foi candidato a prefeito de Guaraí em 2020 e polarizou a disputa com a prefeita Fátima Coelho (UB). Perdeu, mas saiu fortalecido, conquistando 46% dos votos válidos. Pela boa performance nas urnas, foi convidado pelo partido para ser candidato a deputado estadual em 2022. Conquistou 3.129 votos, ficando na terceira suplência, atrás do vereador de Gurupi Ivanilson Marinho (SD), que obteve 4.373 votos e do também vereador Marcos Duarte (SD), que obteve 5.498 votos, e ocupa a primeira suplência. Marcos ocupa a presidência da Câmara de Araguaína e, por essa razão, preferiu permanecer no Parlamento municipal. “Com as mudanças na legislação [o fim da coligação], houve uma reorganização partidária e estamos todos juntos. Um deve apoiar o outro, e o Saboinha é meu amigo”, afirmou Ivanilson, que também declinou de assumir a cadeira para beneficiar o ex-vereador.

Ao que tudo indica, Guaraí em 2024 deve replicar a polarização de 2020, entre Saboinha e a prefeita Fátima. Os dois integram a base do governo Wanderlei Barbosa (Republicanos). Fátima faz parte do partido da senadora Professora Dorinha (UB), principal aliada da prefeita no governo. Saboinha tem como apoio de peso o deputado Vilmar de Oliveira. Nesse caso, é uma disputa como nos tempos de “Arena 1” e “Arena 2”, em que todos os candidatos pertenciam ao partido do governo.

O presidente da Câmara, vereador Gleidson Bueno (UB), é um nome que, se aceitar ser candidato, muda o cenário da disputa. Vereador em terceiro mandato, Gleidson foi reeleito presidente do Legislativo por unanimidade. Nos três pleitos que disputou sempre foi o vereador mais votado. Gleidson já foi vice-prefeito e tem capital político herdado do pai, o ex-prefeito Manoel Bueno, um dos melhores prefeitos do município. Gleidson integra o partido da prefeita Fátima Coelho, o que indica que o vereador deve apoiar a reeleição da prefeita.

A ex-prefeita Lires Ferneda (PSD) é outro nome de peso da política local que, se decidir ser candidata, tem tudo para polarizar a disputa com a chapa governista. Professora Lires, como é conhecida, é esposa do ex-prefeito Genésio Ferneda, que teve mandato cassado. Lires foi eleita em 2016, numa disputa com o então prefeito Francisco Júlio (PSD). Lires não disputou a reeleição, mas deixou a prefeitura com boa avaliação. Em 2022, integrou a chapa do senador Irajá Abreu (PSD) na condição de candidata a vice-governadora. O senador terminou a corrida na 4ª posição, atrás do petista, Paulo Mourão (PT), do liberal Ronaldo Dimas (PL) e do governador Wanderlei Barbosa.

O ex-prefeito Francisco Júlio deve ser incluído na lista de prováveis candidatos. Perdeu a eleição com a máquina nas mãos, mas é um nome que ganhou projeção ao assumir a prefeitura e que pode voltar a disputa.

Se a eleição fosse hoje, a disputa seria entre Fátima Coelho e José Wilson Saboinha Júnior. Ainda há um ano para as definições e é provável que até lá novos nomes surjam.