Prefeita de Palmas não atende vereador Marilon Barbosa, que foi ao Paço levar projetos de interesse da gestão da tucana, e ignora demandas trazidas pelo representante do Legislativo

Prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) não tem demonstrado interesse de manter boas relações com o presidente da Câmara de Palmas, Marilon Barbosa (PSDB)| Fotos: Aline Batista e Ascom/Prefeitura de Palmas

Impressiona a todos a maneira como a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), ignora e mantém distância das relações políticas com o parlamento municipal. Ao mesmo estilo do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), sua sucessora prefere indiretas pelo Twitter ou outras redes sociais.

Uma vez aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020 e com intuito de agilizar sua sanção, o presidente da Câmara de Palmas, Marilon Barbosa (PSB), acompanhado da líder da prefeita no parlamento, Laudecy Coimbra (SD), se dirigiu até o Paço Municipal para encontrar Cinthia, acertar detalhes do que foi discutido e aprovado pela Câmara e definir os próximos passos.

Contudo, ambos levaram o chamado “chá de cadeira” e, ao final, não foram recebidos pela prefeita. Após cerca de duas horas de espera, protocolaram a LOA e, a despeito de uma desculpa nada convincente, deixaram a sede do Poder Executivo municipal sem tratar dos temas relativos ao orçamento de 2020.

Um verdadeiro “papelão”, no bom português. Que Cinthia não tem demonstrado interesse de manter boas relações com Marilon Barbosa, em razão de o vereador ser irmão de seu possível adversário em 2020, o vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS), isso já era sabido. Mas não fazer questão de atender sua líder, foi desrespeitoso.

Claro que Laudecy corroborou o discurso do Paço ao afirmar que não havia um agendamento prévio, entre outras justificativas. Contudo, a verdade é que pegou muito mal o tal “chá de cadeira”, mesmo porque a prefeita não os procurou posteriormente para ouvir suas demandas.

A prefeita recebeu a LDO, sancionou grande parte do orçamento como veio do parlamento e vetou alguns artigos, entre os quais aquele que proíbe a gestora de fazer “pedaladas fiscais” e jogar dívidas de exercícios anteriores para o ano seguinte. Ato contínuo, convocou formalmente a Câmara para apreciar os vetos da LDO, LOA e PPA. A Comissão de Finanças se reuniu após a convocação e designou como relatores os vereadores Rogério Freitas (MDB) e Filipe Martins (PSC).

O prazo para apresentação de emendas se encerra na quinta-feira, 26, e, em razão do recesso natalino e parlamentar – em janeiro –, é possível que nada disso seja analisado e votado antes de 2020. Assim sendo, Cinthia teria que governar apenas com o duodécimo.

Nada disso era necessário. Uma boa conversa e o cultivo de um relacionamento institucional teria agilizado várias etapas do processo. Mas a prefeita não consegue entender que essa falta de “jogo de cintura” só lhe traz prejuízos. E o pior: em ano eleitoral. Nesta ausência de coordenação e musculatura junto ao parlamento, talvez Cinthia Ribeiro não tenha sete votos garantidos no Legislativo, num total de 19. Já é hora, portanto, de rever conceitos.