Com a responsabilidade de conduzir a eleição do novo governador depois da renúncia de Siqueira Campos e João Oliveira, a Assembleia Legislativa vira o centro do poder

Deputados Sandoval Cardoso, Marcelo Lelis, Sargento Aragão e José Augusto são alguns dos candidatos à eleição indireta
Deputados Sandoval Cardoso, Marcelo Lelis, Sargento Aragão e José Augusto são alguns dos candidatos à eleição indireta

Ruy Bucar

Não é mais o Palácio A­­raguaia, sede do E­xe­cu­tivo, o centro do po­der no Tocantins, pelo menos no momento. Outro prédio da Praça dos Girassóis, o Palácio João D’abreu, sede do Parlamento, ocupa momentaneamente esta condição. É que cabe a Assembleia Le­gislativa eleger um novo governador para completar o mandato do ex-governador Si­queira Campos e do seu vice, João Oliveira, que renunciaram provocando a realização de eleição indireta, que já tem data marcada: 4 de maio.

Como em 2009, quando a As­sembleia Legislativa elegeu o presidente da Casa, deputado Carlos Henrique Gaguim (PMDB), governador, a expectativa é que o Parlamento eleja novamente um dos seus para o mandato tampão de oito meses, de maio a dezembro. Quem for eleito governador interino — Eduardo Siqueira Campos (PTB), Sandoval Cardoso (SDD) ou qualquer outro nome — tende a ser candidato à reeleição como foi com Gaguim. Desta forma os 24 deputados que integram o Parlamento são os eleitores e ao mesmo tempo os candidatos com maior chance de vencerem o pleito. Em tese todos são candidatos, até os suplentes que estão no exercício do mandato, salvo os que têm algum impedimento legal.

Nem bem a Assembleia Le­gislativa recebeu a mensagem de Siqueira Campos (PSDB) comunicando a renúncia, os pré-candidatos a eleição indireta começaram a aparecer. O deputado José Augusto Pugliesi (PMDB), que integra o grupo do deputado Júnior Coimbra, pré-candidato à eleição direta, foi o primeiro a se manifestar. O também deputado Marcelo Lelis (PV), pré-candidato às eleições diretas, foi o segundo a apresentar o seu nome. Lelis concorre não pensando em vencer, visto que considera impossível, mas em participar do debate para denunciar o “golpe” do governo para impor o filho como sucessor.

Quem também se apresentou como candidato foi o deputado Sar­gento Aragão (Pros), que faz questão de ressaltar que tem consciência do impedimento legal, pois não tem um ano de filiação partidária, mas que se apresentou como candidato para exigir transparência no processo. O deputado informa que o Pros lançou o nome do senador Ataídes Oliveira, que também tem o mesmo problema de restrição legal.

Conta ainda na lista de candidatos o deputado federal Irajá Abreu (PSD), o servidor público Nuir Júnior (PMN) e o ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão, além dos governistas Sandoval Cardoso e Eduardo Siqueira Campos, que segundo a legislação são considerados inelegíveis.