Deputado estadual teria participação direta nos desvios de recursos apurados pela investigação federal

Eduardo Siqueira Campos em entrevista ao Jornal Opção | Fernando Leite

A 4ª fase da Operação Ápia, que investiga desvios de recursos públicos no Tocantins na ordem de R$ 200 milhões, foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 29 e um dos alvos é deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM). Os policiais foram até o apartamento do parlamentar, que fica na quadra 110 Norte, em Palmas, para cumprir um mandado de condução coercitiva. O parlamentar foi conduzido para a sede da PF na capital, onde presta esclarecimentos. A assessoria de imprensa do deputado informou que ele se pronunciará, ainda hoje, logo após o depoimento.

A Operação foi deflagrada ainda em outubro de 2016, quando foram cumpridos 115 mandados judiciais, que culminou, inclusive, com a prisão do ex-governador do Estado do Tocantins, Sandoval Cardoso (SD), que permaneceu recluso por 15 dias. Já o também ex-governador, Siqueira Campos (sem partido), também é investigado e foi conduzido, no ano passado, para prestar esclarecimentos à PF.

À época, o procurador da república José Ricardo Teixeira se pronunciou: “Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal”.

Em continuidade à quarta fase, os policiais também fizeram busca e apreensão de documentos no escritório de advocacia de Renan Bezerra de Melo Pereira, ex-superintendente de obras e filho do procurador geral do Ministério Público Estadual Clenan Renaut de Melo.

A PF informou que, em razão de determinações judiciais, não irá divulgar informações oficiais sobre a operação.