Pré-candidato ao Senado, o treinador roda com o projeto Rota Tocantins para o Tocantinense que mostra à população o potencial do Estado

Vanderlei Luxemburgo, pré-candidato ao Senado pelo PSB no Tocantins | Foto: Divulgação

O treinador de futebol e pré-candidato ao Senado Vanderlei Luxemburgo (PSB) se sente cada vez mais à vontade para falar da realidade do Tocantins. Luxemburgo, que tem negócios no Tocantins na área de comunicação, revela que já percorreu 120 dos 139 municípios do Estado com o projeto Rota Tocantins para o Tocantinense, que tem como objetivo aprofundar seus conhecimentos sobre a região, mas também mostrar aos tocantinenses o potencial produtivo de que o Estado dispõe e que, segundo ele, pode ser muito mais bem explorado, gerando riqueza e desenvolvimento para todos.

Vanderlei Luxemburgo sustenta que o Tocantins é o seu “time” e que está entrando na disputa pela cadeira do Senado para vencer. O empresário conta que “no futebol, como técnico já não conseguia mais avançar em algumas coisas que eu penso. Como político, acho que eu posso ir à CBF [Confederação Brasileira de Futebol] e falar alguma coisa, criar uma lei que vá beneficiar diretamente o futebol”, explica, apontando algumas ideias, como a adoção de ensino a distância nos centros de treinamento e ensino de línguas para jogadores, o que, diz ele, é uma necessidade premente do mundo do futebol hoje.

O treinador faz questão de lembrar sua militância política no movimento estudantil para ressaltar sua postura ideológica na atualidade. O treinador defende que essa polarização raivosa entre direita e esquerda é mera exploração política e que o mundo atual não há mais espaço para radicalização ideológica. “Não venha com essa conversa que sou “de direita” ou “de esquerda”, isso é conversa fiada. Todos os que são de direita, de esquerda, de centro, são todos capitalistas. Entendam que isso é uma realidade. Que a inclusão social é uma realidade”, salienta.

Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção, concedida no seu escritório na sede da emissora de TV de sua propriedade, em Palmas, o ex-jogador mediano e treinador genial que encantou o mundo do futebol nos 1990 e 2000, considerado revolucionário, falou de política, de turismo, da sua admiração pelo Tocantins e, também, de futebol. Fez duras críticas à condução da Federação Tocantinense de Futebol, que, segundo ele, em três décadas nada fez pelo esporte no Tocantins. Luxa revelou ainda que sua ligação com o Estado é antiga – conta que o conheceu no início dos anos 2000, para participar de pescaria no Rio Araguaia e que se apaixonou. Tornou-se investidor, morador, eleitor e trabalha com afinco para conquistar o direito de representar o Tocantins no Senado da República.

O sr. tem mantido uma agenda de visita ao interior. Como tem sido a receptividade a seu projeto político?

Eu visitei 120 municípios em 57 dias. De carro, para conhecer as pessoas, conhecer as cidades, manter contato com a cultura; para eu poder conhecer o Tocantins na íntegra, como ele é. Faltaram apenas 19 dos 139 municípios tocantinenses. Eu me espantei com o que vi, coisas positivas e coisas negativas. O Tocantins é um Estado de beleza natural exuberante, fantástica. Deus privilegiou o Tocantins com toda riqueza que se possa ter dentro de um Estado, para ser explorada, para gerar benefícios, receita e desenvolvimento. Também vi o lado da falta de manutenção, da falta de gestão com o sistema viário, completamente estrangulado. Rodovias que se tornam perigosas em função da falta de manutenção, com trechos que aumentam a possibilidade de acidentes com vítimas fatais, como vimos durante missão da Rota Tocantins.

O Tocantins ainda é considerado um Estado pobre. Em suas andanças, viu também sinais dessa pobreza. Como avalia esse aspecto da realidade do Estado?

O Tocantins é um Estado rico com um povo pobre. Essa é a realidade. Rico de beleza natural, rico de minério, rico de potencial de atrativos para investidores, mas tem um distrito industrial completamente desestruturado [Distrito Industrial de Taquaralto, em Palmas], tem lá meia dúzia de empresas. Não tem asfalto nem água, não tem luz, não tem comércio; tem um condomínio do lado em que o pessoal não trabalha no distrito, porque não tem emprego lá. Então o Tocantins é belo, é rico, mas mal gerido, mal administrado e aí o povo permanece pobre em função disso. Essa riqueza precisa ser distribuída para o povo. Pode arrecadar muito do turismo? Para quem? Para a população. Natividade é um município que tem 43 cachoeiras; só tem três que se pode visitar, por falta de acesso. Quantas pessoas do Tocantins conhecem o Jalapão? O tocantinense não conhece o Tocantins. Não existe investimento para estruturar a indústria do turismo, da agroindústria, da mineração, enfim, não existem políticas para fomentar os negócios no Estado, fazer o Estado acontecer.

“A ideia é fazer a Casa dos Diabéticos aqui no Tocantins, para atender todas as pessoas que precisam de orientação, de tratamento, de cuidados”

Luxemburgo, como senador, o que faria para atrair negócios e contribuir para mudar a realidade do Estado?

Só o conhecimento não é suficiente. O Estado precisa oferecer condições dos negócios se instalarem. Os municípios, Estado e o senador atuando no sentir de criar possibilidades com destinação de recursos para a construção da infraestrutura, que é fundamental para atrair empresas e gerar novos negócios. Sou político, sim. Nunca tive cargo político, mas sou político. Quem é presidente de diretório acadêmico de uma faculdade se torna político por natureza. Na época da ditadura militar, mais político ainda. Peguei um restinho da ditadura.

A minha história com o futebol divide a história do futebol brasileiro antes e depois do Luxemburgo. O que tem de moderno dentro do futebol hoje foram ideias do Luxemburgo. Ideias de 30 anos atrás. Na Rede Globo, passa lá um quadro tecnológico que se movimenta… no Palmeiras de 1993, eu já tinha um software disso aí. Então, isso é criatividade. Isso se chama gestão. Fala-se de Luxemburgo campeão, sim. Mas se fala no Luxemburgo gestor. O que quer dizer? Gerir o clube como empresa para poder ganhar dinheiro, para o clube ser autossuficiente. A mesma coisa se pode fazer na política. Ter ideias, planejamento, projetos; ofertar isso e correr atrás de recursos para implementá-los. Uma ideia, por exemplo, é a Casa dos Diabéticos. Você, como jornalista, já ouviu falar alguma vez na Casa dos Diabéticos? Diabetes é a doença que mais mata no mundo, que mais deixa pessoas feridas, amputadas, então a ideia é fazer a Casa dos Diabéticos aqui no Tocantins, para atender todas as pessoas que precisam de orientação, de tratamento, de cuidados. Não sou médico, mas entendo que um projeto como esse contribui para salvar vidas e ampliar a qualidade do sistema de saúde. A pandemia, com toda a complexidade que foi, era um problema acima de tudo, de saúde. Tinha de ser resolvido no Ministério da Saúde, gestão da saúde para atacar a pandemia, o que não foi feito. O que foi feito era política e não gestão de saúde. Os hotéis todos ficaram desertos, sem ninguém, não tinham hóspedes. Restaurantes fechados, hotéis fechados, tudo fechado. Ninguém sabia o que curava a Covid-19, mas o que se apregoava na época? Respirador mecânico, UTI para internação e isolamento. Por que não teve uma pessoa da saúde para sugerir utilizar a rede hoteleira vazia para internar as pessoas para tratamento? Em vez de construir aqueles hospitais de campanha, por que não pegar essa estrutura subutilizada? A ideia era alocar os hotéis pelos governos municipais, estaduais e federal, trazer os respiradores mecânicos e transformar em UTIs, que tanto fizeram falta na crise da pandemia. Você teria emprego, teria alojamento adequado para os médicos descansar e mais importante, salvar vidas. Isso se chama gestão. Ninguém teve essa ideia.

O sr. fala com entusiasmo das potencialidades e belezas do Tocantins. Como transformar o turismo em atividade econômica capaz de contribuir para acelerar o desenvolvimento do Estado?

Precisamos de políticas de promoção do turismo. Se você vai ao Jalapão, hoje não se consegue chegar lá sossegado. Não tem a estrutura que tem de ter. E é um lugar maravilhoso, bonito, que o Tocantins não conhece. E não conhece por quê? Porque a estrada é ruim, um destino que não é difundido para o público interno. Aí você vai aqui nos hotéis e se depara com uma porção de gente indo para o Jalapão. Se tivesse uma estrada melhor, uma hotelaria melhor, mais restaurantes, não seria mais visitado? As Serras Gerais é outro lugar maravilhoso, onde há grutas, cachoeiras, águas termais, e uma cultura forte. Natividade foi tombada como patrimônio histórico nacional. O Tocantins tem enorme potencial de turismo, belezas naturais de tirar o fôlego, mas não dispõe de infraestrutura adequada para atrair investidores e consolidar a atividade que tem muito a contribuir com o desenvolvimento do Estado.

Voltando para a política, como foi a receptividade a sua pré-candidatura? E por que o sr. escolheu o Senado?

Porque eu tenho 70 anos e não quero fazer carreira política. Não tenho pretensão. Minha carreira foi a de futebol. Ganhei minha vida como atleta profissional de futebol e técnico de futebol. E, obviamente, como empresário. Minhas empresas fizeram com que eu prosperasse mais. Mas o que me deu tudo foi o futebol. A opção para o Senado é porque, em oito anos, você tem condições de fazer alguma coisa. Eu só quero um mandato, não quero dois mandatos. Tenho 70, vou estar com 78, vou virar Matusalém, então eu quero apenas um mandato em que possa fazer alguma coisa, principalmente no futebol. Claro que quero fazer na saúde, na educação, sou educador, sou professor, então posso falar da educação, segurança, posso falar de tudo, mas vamos falar de futebol, que é minha praia. No futebol, como técnico já não conseguia mais avançar em algumas coisas que eu penso. Como político acho que eu posso ir na CBF [Confederação Brasileira de Futebol] e falar alguma coisa, criar uma lei, que vá beneficiar diretamente o futebol. Por exemplo, temos os clubes e o centro de treinamento. E temos o centro de treinamento das categorias de base. Tem a CBF, a mãe do futebol brasileiro, depois têm as federações. A CBF obriga as federações, as federações obrigam os clubes a ter a recepção nos centros de treinamento no departamento amador, de EaD, [Ensino a Distância] para esses moleques terem aulas no centro de treinamento, isso em nível nacional. Eu não consigo fazer isso como treinador, mas como político eu posso elaborar um projeto que vai atender essa necessidade. Vejo a necessidade do jogador falar mais de um idioma. Para ir para o Real Madrid, eu tive de falar mais de um idioma. Então, são projetos que só como político se pode implementar.

Que avaliação que o senhor faz desse início de caminhada?

Eu levei um susto. Eu não fiz pré-campanha, nenhuma ação política a não ser visitar os municípios, caminhar para lá e para cá com o Rota Tocantins. Agora, na pré-campanha, uma visita ou outra. Não coloquei a pré-campanha na rua e apareci com 14 pontos na pesquisa que saiu no Tocantins. Então, tem alguma coisa aí que está boa, né? Então, quer dizer, um primeiro ponto está muito bom. Agora vamos ver na sequência. A partir de agora a gente começa a organizar a pré-campanha. Estou satisfeito, bastante satisfeito, bastante motivado e esperançoso de que a gente vai conseguir ocupar o espaço vago. Vejo que tem uma lacuna para ser preenchida e minha proposta é ocupar esse espaço.

“Eu entro pra ganhar, mas ganhar a política dentro do que eu penso como política”

O sr. tem dito que quando entra numa disputa é para ganhar. O que pretende fazer para fazer frente aos políticos de carreira que também estão na disputa?

Onde está escrito que só quem tem mandato é que vence eleição? Onde é que está escrito que não posso concorrer e vencer? Então eu entro pra ganhar, mas ganhar a política dentro do que eu penso como política. Essa é a diferença, vou querer fazer a política do jeito que eu penso, se o eleitor entender que o que penso é bom. Todo político faz promessas, eu faço compromissos. Tenho ouvido por aí que, após vencer as eleições, os políticos vão pra Brasília e não voltam mais. Isso é muito sério. Você se compromete a ir em cada município, saber quais as demandas de cada localidade? No meu entender de política, o mais importante não é o que você quer, o que você pode fazer, mas compreender o que a população precisa que seja feito. Essa é a ideia que tenho de fazer política, baseada em compromisso, ouvindo diretamente o povo, razão de ser da eleição e da política.

O sr. tem reclamado de comentários que dão conta que o sr. não é candidato, que teria desistido de disputar a eleição…

Eu vejo que estou incomodando. Quando começam a falar de você, “olha, ele vai desistir”, “ele vai isso, vai aquilo”, então é porque estou incomodando. Essa é a grande realidade. E eu quero incomodar e vou incomodar. Mas isso não me preocupa mais. Não quero fazer comparações a ninguém. Eu quero criar uma proposta do Luxemburgo para o Estado do Tocantins. Não me preocupa comentários como “o Luxemburgo não é do Tocantins”. Rapaz, acho que conheço o Tocantins mais do que muitos tocantinenses. Entre os políticos que estão almejando cargos majoritários, só dois são tocantinenses.

Isso ainda incomoda, ser chamado de “paraquedista”? O que ficou da experiência de tentar ser candidato em 2012, quando o sr. foi acusado de fraude na comprovação do domicílio eleitoral?

Eu ganhei essa disputa na Justiça. Eu tenho título de cidadão palmense e cidadão tocantinense. O pessoal sabe que venho ao Tocantins há muito tempo. O problema é a política do Tocantins que criou essa coisa do forasteiro. Por que não falam isso de outros investidores? O cara da churrascaria, o gaúcho, ninguém fala que ele é forasteiro. Por que os caras do agronegócio estão aqui há pouco tempo e não são forasteiros? Só na política que criaram essa ideia, e sabe por quê? Eles têm medo de chegar alguém de fora que possa ter uma atuação competente e ocupar o lugar que não é de ninguém. Esse espaço está vago e precisa ser ocupado.

Como é para o sr. estar no PSB?

Gostaria de falar da convenção do PSB, da reforma, que foi muito importante para a atualização do partido que vinha há 65 anos sem mudar nada, colocamos a inclusão social no seu ideário programático. Queria falar também do [Osires] Damaso, que é hoje o nosso candidato ao governo. Existe um carro-chefe, que é o Damaso, tem uma nominata muito boa de candidatos estadual e federal, então eu acho que temos um bom trabalho pela frente. Estou satisfeito de estar no PSB, um partido leve.

Tem uma coisa que gostaria de falar, que está dentro da realidade brasileira: a política está muito raivosa. Vamos ver agora nas eleições. Tantas coisas que vão acontecer nestas eleições, porque a raiva está passando para a população. Não existe sentido para o radicalismo. Direita, esquerda, centro-direita, centro-esquerda, não existe isso. Existe idealismo, mas direita e esquerda… tudo é capitalismo. O mundo está dessa forma. Então não venha com essa de “sou de direita” ou “sou de esquerda”, isso é conversa fiada. Todos os que são de direita, de esquerda, de centro, são todos capitalistas. Entendam que isso é uma realidade. Que a inclusão social é uma realidade. Não rejeite ninguém pela cor, porque essa é uma realidade do mundo. Temos de entender que o mundo mudou.

Como o sr. avalia as políticas públicas de apoio ao esporte no Tocantins e o que pode ser melhorado?

O esporte é a minha praia. Em relação ao Tocantins eu pergunto o que a Federação [Tocantinense de Futebol] fez pelo futebol do Tocantins até hoje, com 30 anos de Leomar Quintanilha? Absolutamente nada. Aí você vê o Estado vizinho, o Maranhão, com o Sampaio Correia há dez anos na segunda divisão brasileira e não quer ir para a primeira, não, ele quer se manter na segunda divisão, porque a visibilidade é grande. Na hora que passa um jogo como Grêmio x Sampaio Correia, isso está projetando o Maranhão para o Brasil inteiro. Este ano, temos Grêmio, Vasco e Cruzeiro na segunda divisão. Agora, imagine o Palmas jogando contra esses times, a visibilidade que seria para o Estado. Então, estamos há 31 anos sem movimentação no futebol. Você não vê investimento no futebol. Tive jogadores do Tocantins jogando nas minhas equipes. Você tem uma facilidade aqui que você tem uma fronteira maravilhosa com o Tocantins. Têm Bahia, Goiás, Pará e Maranhão. Brota jogador. É só criar uma estrutura para permitir a revelação desses jogadores. Isso não cai do céu. Tem de ter um campeonato melhor, mais atrativo. Atrair os investidores do futebol para cá, os empresários que trabalham com o futebol para fazer parceria com os clubes daqui. O que é melhor, você ter 100% do jogador que joga no Palmas ou 30% ou 20% desse jogador que joga muita bola no Flamengo? Claro que 30% no Flamengo, porque o Flamengo vai valorizá-lo muito mais. Então o que falta é a federação criar estrutura para que se tenha um campeonato que possa passar na TV, oferecer atrativo para que o jogador queira vir jogar aqui no Tocantins.

A torcida faz sua parte, prestigia e apoia as equipes locais?

Na 1ª divisão estadual não vai torcida nenhuma. Aí, eu fui assistir à final de um campeonato municipal, o Regional do Vale do Araguaia, em Araguacema: estádio cheio, e futebol amador. Agora fui assistir em Gurupi a final do Copão que o governo fez, estádio cheio. Sabe qual era a premiação? R$ 50 mil e um troféu lindo, desse tamanhão assim. Sabe quanto a federação paga para o campeão tocantinense? R$ 5 mil e um trofeuzinho assim, mais uma medalhinha. Em Dois Irmãos, além de R$ 10 mil, tinha um carro, uma van, como premiação. Veja a diferença de tratamento do futebol amador para o futebol profissional. Os amadores aqui são abnegados pelo futebol, fazem por paixão. Eu fui a Brejinho [de Nazaré], conheci o Capoeira, um vereador que desenvolve um trabalho social com crianças. Ele ganha um salário mínimo e investe do bolso para o programa. Esse jovem precisa ser ajudado, precisa ser visto; criar estrutura, ele é um abnegado. E quantos desses não têm pelo Estado? Eu vi – porque viajei – que têm muitos abnegados trabalhando no futebol amador.

Como o sr. avalia a seleção do Tite? Permite ao Brasil voltar a sonhar com a possibilidade do hexa?

Nós mudamos muito a nossa maneira de jogar futebol. Ficamos muito parecidos com o futebol europeu. Muito rígidos no esquema tático. O brasileiro não tem essa rigidez tática. Nós conhecemos tática, temos atitude tática, colocamos tática para jogar, mas jogador brasileiro, sem liberdade para botar para fora seu potencial, não é nada.

“O Brasil precisa ter um carro-chefe. Sempre o time campeão tem um jogador que é o carro-chefe. Neymar tem de ser esse carro-chefe”

O sr. aposta nesta seleção?

Eu aposto. O Brasil sempre vai ter essa possibilidade, pela grandeza, por seus jogadores, que são de qualidade. Mas eu vejo outros países na frente do Brasil. Eu vejo que a França é uma seleção muito forte. Acho que o Brasil precisa ter um carro-chefe. Sempre o time campeão tem um jogador que é o carro-chefe. Foi assim com Maradona, Platini, Zidane, Ronaldo, Romário, Pelé… Neymar tem de ser esse carro-chefe. Ele tem de querer ser esse carro-chefe. Tem de ser o comandante disso.

Muitos comentaristas defendem a convocação de Hulk, do Atlético Mineiro. Caso convocado, ele poderia desempenhar essa função de liderar a equipe?

Para assumir essa função de extrassérie, não. Hulk é um bom atacante, um bom centroavante; Neymar é um excelente jogador de futebol, faz diferença, é craque, é um jogador diferenciado. Ele é para ser eleito melhor do mundo, só não é porque se fala mais dele fora do campo do que dentro do campo. A arte dele em jogar futebol é maravilhosa. O Hulk poderia estar na seleção, pela qualidade dele como atacante.