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A propriedade fica na região de Mateiros e foi comprada por um funcionário da empresa de Carlesse no mesmo dia em que o Governador afastado deixou a sociedade

A compra de uma fazenda foi determinante para o afastamento de Mauro Carlesse do governo de Tocantins. Ele e outros 50 agentes públicos são investigados pela Polícia Federal pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e ainda corrupção ativa e passiva. Um dos destaques nos documentos da investigação, que já possuí 90 páginas, é a compra de uma propriedade. A negociação foi feita por Erick de Oliveira Araújo, sócio-diretor da Maximu’s Participações, empresa também pertencente ao ex-governador do Estado.

A compra da propriedade de 1.399,37.48 hectares, em Mateiros, região do Jalapão, foi concluída em julho de 2019 por R$ 2.060.000,00. No dia 27 de junho, Mauro Carlesse deixou a sociedade da Maximu’s para que Erick assumisse. Poucos dias depois foram destinados recursos para a construção de um aeroporto no Jalapão, ou seja, fatos sugerem que Erick tenha sido um “suposto laranja” para esquema de desvio de verba pública para fins particulares do ex-governador.

A suspeita de pagamento de propina com dinheiro do Plansaúde já chamava atenção desde o ano de 2019. Com a compra da fazenda, o Ministro do STJ, Mauro Campbell, apontou que havia a chamada “inequívoca de contemporaneidade” dos atos da “quadrilha” chefiada por Mauro Carlesse. Os fatos foram suficientes para o pedido de afastamento do cargo de governador e de seu “homem de confiança”, sobrinho e Secretário de Estado, Claudinei Quaresmin. Ambos são principais suspeitos do desvio de recursos públicos do Plansaúde, avaliados em mais de R$ 30 milhões. Os autos que resultaram no início da Operação Hygea, deflagrado dia 20 deste mês de outubro.