Com quem Amastha poderá contar?
10 março 2018 às 10h10
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Prefeito de Palmas envia ofício à Câmara de Vereadores comunicando que sairá em abril para fazer campanha
Está decidido: o prefeito da capital, Carlos Amastha (PSB), vai disputar o governo do Tocantins e não há retrocesso. Na terça-feira, 6, ele enviou ofício à Câmara Municipal de Palmas, em que solicita que aceitem sua renúncia, a ser homologada no dia 3 de abril, e deem posse à vice-prefeita Cinthia Ribeiro. No mesmo expediente, ele também pede que a sede do Poder Legislativo seja transferida para o Espaço Cultural de Palmas, visto que pretende apresentar um balanço e uma prestação de contas dos cinco anos de governo.
O documento foi lido na Câmara de Vereadores para um plenário vazio, na quarta-feira, 7. Apenas 10 vereadores de um total de 19 estiveram presentes: Moisemar Marinho (PSD), Vanda Monteiro (PSL), Júnior Geo (Pros), Etinho Nordeste (PTB), Major Negreiros (PSB), Rogério Freitas (MDB), Vandim Oliveira (PSDC) Filipe Fernandes (PSDC), Jucelino Rodrigues (PTC) e Léo Barbosa (SD), que presidiu a sessão.
A oposição comemorou o comunicado. Léo Barbosa, um dos mais ferrenhos opositores do prefeito, sussurrou um “oh, Glória!”. Já Felipe Fernandes, em tom jocoso, enfatizou: “Só para comentar da minha alegria e satisfação. Eu nem vou voltar para casa, mas esperar a sessão aqui na Câmara para apreciar este requerimento da renúncia do maravilhoso prefeito Amastha. Tchau!”.
É sabido que há uma insatisfação declarada de grande parte dos vereadores com a pessoa do prefeito, é inegável, mas não se esperava comemorações tão entusiasmadas.
O senador Ataídes Oliveira (PSDB), pré-candidato ao governo do Estado, também se manifestou sobre a decisão do prefeito da Palmas, dizendo que será um “prazer” disputar o cargo com ele e provocou: “Terei a oportunidade de mostrar ao Amastha quem é o novo, o competente, o honesto e o tocantinense”. O parlamentar afirmou ainda ao Jornal Opção no decorrer da semana que, ao contrário da eleição de 2014, quando disputou o governo pelo Pros e angariou poucos votos, desta vez vai ser tudo muito diferente.
Ataídes lembra que, além de ter direcionado muitas emendas parlamentares para os mais diversos municípios tocantinenses, sua candidatura em 2018 será pelo PSDB, um partido consolidado nacionalmente – que terá candidato forte à Presidência da República –, e que está sob sua direção no Estado do Tocantins. Ele ressaltou que conta com 25 prefeitos filiados, que lhe servem de base de sustentação, além da expectativa de filiar mais 17 até o final de março de 2018.
Voltando à candidatura do polêmico prefeito de Palmas, há uma curiosidade em todas as rodas de conversas dos palmenses: qual é o grupo de Amastha? Ele não consegue agregar aliados, porque agride e afasta todos os “parceiros”, quer seja com seu “dedo nervoso” no Twitter, quer seja com o microfone aberto. Sem grupo é muito complicado, que o diga o prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (PR), que também não tem conseguido, pelo menos na pré-campanha, formar uma aliança forte, capaz de lhe propiciar chances efetivas de ganhar a eleição.
Cogita-se – e isso são apenas bastidores – que na batida do martelo, o pré-candidato Marlon Reis (Rede) seria lançado candidato a senador na chapa de Carlos Amastha. Vários são os indicadores que essa espécie de união /pacto existe, mas Reis caminha sozinho, por enquanto, para consolidar seu nome junto ao eleitorado, propenso a lhe prestigiar com um voto ideológico. Se não lograr êxito, na hora “H”, o candidato da Rede faria a composição com o PSB e traria a lisura do idealizador da Lei da Ficha Limpa para a chapa encabeçada pelo prefeito da capital.
A hipótese não é absurda. Há elementos, que por enquanto não podem ser divulgados, que remetem para esse cenário, contudo, como já dito inúmeras vezes, é possível que a língua ferina de Amastha também afaste esse pretenso aliado. Até as convenções partidárias, muitos acontecimentos poderão confirmar ou descartar essa possibilidade. É aguardar. Tratando-se de Amastha, tudo é possível.